AÇÃO DO PROMIN SôBRE O MYCOBACTERJUM DE STEFANSKY. ESTUDOS MORFOLÓGICOS

Autores

  • J.M. Gomes

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2358-792X.v2i1p19-30

Resumo

A finalidade dêste trabalho foi conhecer, em estreito paralelo com o que se observa em .outros Mycobactéria patogênicos, as alterações que a nova medicação anti-leprótica produz no M. de Stefansky, e tirar daí conclusões com respeito ao ritmo do tratamento. O M. de Stefansky, como os outros Mycobactéria, tem vasta ciclogenia. É possível que certas formas do micro-organismo sejam mais acessíveis à medicação que outras, e que a necessidade de prolongar o tratamento por tanto tempo seja também devida à existência de formas de resistência. Sabe-se que a atividade das sulfas se exerce apenas sôbre os germes recém formados.Talvez com as sulfonas se dê fato idêntico.Tomámos três séries de ratos: a 1ª serviu de contrôle; a 2ª ratos em tratamento pelo Promin; a  3ª em tratamento com o Promin, intervalado de injeções de uma suspensão de carotenóides, que têm a propriedade de ativar a evolução de bacilos ácido-resistentes, in vitro e m vivo. Alguns ratos morreram antes do tempo prefixado. A maior parte foi sacrificada após 6 meses de tratamento e observação. Os resultados foram os seguintes: Nos contrôles, exceto em dois casos, houve formação de leproma, sem tendência à ulceração. Os bacilos eram, na maior parte, lisos, curtos ou granulosos. Nos ratos tratados com o Promin todos os casos apresentavam leproma, na maior parte, em franca regressão.Há, no início do tratamento, excitação do germe e das lesões. Depois se estabelece relativo silêncio. A baciloscopia, aqui, já não é a mesma dos contrôles: há predominância de bacilos longos. Encontram-se também granulosos, fragmentados e mesmo globis. O mais interessante é que se deu o comparecimento de um aspecto que os bacteriologistas capitulam de - formas de resistência. - E' o bacilo que, corado pelo Ziehl-Neelsen, apresenta uma ou duas granulações escuras. Ratos tratados pelo Prominsol. de carotenóides: os lepromas estavam em franca regressão e em dois casos eram ausentes.Baciloscopia: bacilos homogêneos longos, bacilos com granulações escuras e bacilos tipo fim de reação tuberculóide, bem descritos por J. M. M. Fernandez. Nos casos em que não havia leproma encontrámos corpúsculos ácido-resistentes, menores do que uma hemácia. tsses corpúsculos têm s1do assinalados por Hoffmann, Souza Araujo, e nós mesmo têmo-los encontrado em vários casos de lepra de forma tuberculóide, seguindo a técnica de Lleras Acosta. A presença de formas de resistência no micro-organismo explica a duração do tratamento, e explica também a iniciativa de Faget - a mais longa experiência na prominoterapia da lepra - de intervalar de descansos o ritmo do tratamento, dando assim oportunidade à evolução das formas dé resistência.Talvez não fôsse bem êsse o seu intuito, mas a observação clínica mostrou lhe que os doentes melhoram mais depressa, quando se lhes proporcionam alguns dias de descanso. Foi tendo em vista a necessidade de promover a aceleração das fases ciclogênicas do germe, que intercaliimos no tratamento pelo Promin, períodos de injeções de sol. de carotenóides.CONCLUSÔES: I - A administração do Promin a ratos inoculados com o M. de Stefansky modifica a morfologia do micro-organismo, no qual predominam formas longas, encontrando-se também muitos bacilos com uma ou duas granulações escuras( Ziehl-Neelsen), consideradas formas de resistência.II - Tudo leva a crer que a ação do Promin é mai:: eficiente na fase jovem do bacilo.III - A presença de granulações escuras, ou formas de resistência, justifica a longa duração do tratamento e também os períodos de descanso, a fim de dar oportunidade a que as granulações evoluam.IV - Intercalando o tratamento com injeções de suspensão de Car.otenóides, que, entre outros efeitos, têm a ação de forçar a evolução do germe, conseguimos formas mais degradadas do germe, como o tipo que se vê na fase final da reação tuberculóide e corpúsculos ácido-resistentes.V - Clinicamente as manifestações de melhoras eram mais avançadas nestes últimos animais de experiência.

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Publicado

1948-06-01

Edição

Seção

Não Definida

Como Citar

AÇÃO DO PROMIN SôBRE O MYCOBACTERJUM DE STEFANSKY. ESTUDOS MORFOLÓGICOS. (1948). Arquivos Da Faculdade De Higiene E Saúde Pública Da Universidade De São Paulo, 2(1), 19-30. https://doi.org/10.11606/issn.2358-792X.v2i1p19-30