Água de beber: a filtração doméstica e a difusão do filtro de água em São Paulo

Autores

  • Julio Cesar Bellingieri Faculdades Integradas Fafibe

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0101-47142004000100017

Palavras-chave:

Água de beber, Saúde pública, Filtro de água, Indústria cerâmica

Resumo

Este artigo trata do processo de surgimento e difusão do uso do filtro de água no Estado de São Paulo, ao longo do século XX. O filtro de água, conjunto de dois recipientes de argila equipado com vela filtrante, é um produto da indústria cerâmica, uma das primeiras a se desenvolver em São Paulo. A pesquisa mostra que, em São Paulo, no final do século XIX e início do XX, com o aumento da urbanização e o crescimento das cidades, a preocupação com a qualidade da água que se consumia ganhou importância em virtude de graves problemas de saúde pública principalmente epidemias causadas por águas impróprias para beber. Embora já existisse um incipiente mercado de equipamentos domésticos de filtração da água, eles eram ainda importados e de uso restrito. A partir da década de 1910, empresas cerâmicas, de imigrantes portugueses e italianos, passaram a acoplar velas filtrantes a recipientes de argila, dando origem ao filtro de água. Depois dos anos de 1930, o filtro difundiu-se e tornou-se o principal equipamento de filtração doméstica, quando diversas empresas, como Filtros Salus (São Paulo-SP), Pozzani (Jundiaí-SP) e Stéfani (Jaboticabal-SP), especializaram-se nesse produto e passaram a atender ao mercado nacional. Estudar o surgimento e a difusão do filtro de água significa conhecer um dos primeiros bens de consumo da indústria brasileira e, ao mesmo tempo, a história de como a população obtém água para beber.

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Publicado

2004-12-01

Edição

Seção

Estudos de Cultura Material

Como Citar

BELLINGIERI, Julio Cesar. Água de beber: a filtração doméstica e a difusão do filtro de água em São Paulo . Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 161–191, 2004. DOI: 10.1590/S0101-47142004000100017. Disponível em: https://revistas.usp.br/anaismp/article/view/5407.. Acesso em: 16 abr. 2024.