A construção dos ninhos e a reprodução de alguns peixes neotrópicos (Cichlidae - gen. Cichla e Astronotus)

Autores

  • Paulo Sawaya Departamento de Zoologia. Universidade de São Paulo
  • Alba de Albuquerque Maranhão Departamento de Zoologia. Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2526-4877.bsffclzoologia.1946.125305

Palavras-chave:

Reprodução, Peixes neotrópicos, Ninhos

Resumo

1. Os tucunarés assú, putanga e híbrido, respectivamente: Cichla ocellaris Bloch & Schneider, C. temensis Humboldt e o produto do cruzamento de ambas estas espécies, procriam abundatemente nos lagos do jardim do Museu Paraense "Emilio Goeldi", e também em tanques experimentais; o mesmo dá-se com os Apaiarís [Astronotus ocellatus (spix)]. 

2. Todas essas Cíchlidas constróem ninhos no fundo dos lagos ou dos tanques de experimentação; a construção precede à postura (Tucunarés) ou a ela se segue (Apaiarís).

3. Não se verificou a presença de ovos na cavidade bucal de nenhuma destas espécies.

4. Mais prolíficos são os Tucunarés assú (até 10.000 ovos em cada postura);  aseguir vêm os T. putanga (3-4000) e depois os T. híbridos (5-6000); finalmente, os Apaiarís põem cerca de 1.200 ovos de cada vez.

5. Todas estas Cíchlidas cuidam da prole, defendendo-a de inimigos, sendo os Apaiarís os mais ativos.

6. Os T. tinga não procriaram no mesmo ambiente onde vivem os demais Tucunarés, mas deram produtos de hibridação unicamente com os T. assú.

7. Os híbridos de T. tinga x T. assú na fase jovem têm caracteres semelhantes aos dos jovens de T. assú.

8. As larvas dos Apaiarís possuem a cauda adatada à respiração, tal como acontece com o Acara e a Traíra. Com as dos Tucunarés o mesmo não se dá.

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Publicado

1946-12-05

Edição

Seção

Artigos