Antropólogos e seus sortilégios: uma releitura do “esboço de uma teoria da magia” de Mauss e Hubert

Autores

  • Emerson Giumbelli

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v4i4p21-39

Palavras-chave:

Teoria Antropológica, Magia, Análise Textual

Resumo

O texto, hoje classico, de H. Hubert e M. Mauss sobre a magia é objeto de uma releitura que se pretende original ao privilegiar, ao invés de seu“conte1'1d0”, o modo em que os autores dizem o que tem a dizer. Com isso, este trabalho procura enfatizar duas coisas. Primeiro, que o poder de persuasão das ideias de um texto é, em boa parte, produzido pelo modo como são apresentadas (através de sequências, reiterações, progressões), definindo uma “forma”, uma totalidade configuracional, coma qual entretém uma relação não-arbitrária. Segundo, a preocupação em mostrar que a definição da magia Como “coisa” social e sociológica (eis a tese central de Hubert e Mauss) é o efeito de uma construção textual. O texto apresentaria, portanto, uma dimensão “performativa” expressa no fato de sua argumentação e sua forma de organização apontarem para além da magia que se quer objetivar, inserindo-se no cerne mesmo das estratégias de legitimação de uma sociologia durkheimiana. A hipótese mais geral é a de que todo texto pode ser visto como uma espécie de “operação mágica” — ou seja, uma construção ritual com efeitos sobre seu conteúdo e sobre a inserção sociológica de seu autor.

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Publicado

1994-03-30

Edição

Seção

Artigos e Ensaios

Como Citar

Antropólogos e seus sortilégios: uma releitura do “esboço de uma teoria da magia” de Mauss e Hubert. (1994). Cadernos De Campo (São Paulo - 1991), 4(4), 21-39. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v4i4p21-39