Uma cifra três vezes alheia: o alheamento poético, editorial e tradutório no Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v3i5p36-61Palavras-chave:
Alheamento, Tradução, Fernando Pessoa, Livro do Desassossego.Resumo
O presente texto tem como objetivo pensar o Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa, a partir de três modos de alheamento pelos quais o consideramos composto: o alheamento poético, o editorial e o tradutório. O primeiro será abordado a partir da leitura do trecho Na Floresta do Alheamento, que carrega o conceito já no título, mas que também contrasta com o discurso fragmentário dos demais textos que compõem o livro. O segundo, pela leitura dos discursos dos diferentes organizadores, editores e tradutores, concomitantemente “alheios” ao livro e seus “coautores” (papel que também é posto em questão). O último retoma Na Floresta do Alheamento e discute sua versão por Richard Zenith (1999), salientando as transformações do texto e os critérios de fidelidade do tradutor. Em conflito com esse livro alheado, publicado e republicado após a morte de Fernando Pessoa, permanece uma marca do antilivro particular e secreto: a cifra L. do D., com que Pessoa assinalava os trechos dos fragmentos que pertenciam a um livro confidencial, escrito enquanto vida e, na maior parte, engavetado até sua morte.
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