Uma escola para homem rural: a cultura popular, os camponeses e o movimento de educação de base (1960-1964)

Autores

  • Claudia Moraes de Souza Universidade Estadual Paulista

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1517-97022011005000007

Palavras-chave:

Educação rural, Camponês, Cultura popular

Resumo

Nos idos dos anos 1960, a intervenção sobre a cultura popular tornou-se um suposto da ação política de agentes modernizadores da sociedade brasileira. Por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Igreja Católica elaborou um projeto educacional de dimensão nacional, articulando suas emissoras de rádio no território brasileiro aos centros de educação radiofônica rural e criando, em 1961, o Movimento de Educação de Base (MEB). Os pressupostos teóricos e filosóficos do Movimento transcendiam as questões do aprendizado formal e pautavam-se por estratégias de ação da Igreja sobre os problemas de crescimento econômico e desenvolvimento social das regiões pobres brasileiras. O artigo em questãoversa sobre o camponês que participou do MEB e suas experiências escolares, avaliando os preceitos de educação rural, educação cívica e alfabetização de adultos propostos na ação dos agentes e das instituições modernizadoras do campo brasileiro. Analisamos os processos de assimilação e resistência do camponês aos princípios e projetos modernizantes externos à sua cultura. Novos ritmos de tempo, novas representações e novos significados foram introduzidos pela escola sobre práticas culturais seculares do campesinato brasileiro. No MEB, tal fenômeno resultou tanto na assimilação dos novos estímulos trazidos pela escola, quanto na insurreição de costumes e hábitos interligados às funções ritualísticas e costumeiras do indivíduo e/ou da comunidade rural.

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Publicado

2012-06-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Uma escola para homem rural: a cultura popular, os camponeses e o movimento de educação de base (1960-1964). (2012). Educação E Pesquisa, 38(2), 515-529. https://doi.org/10.1590/S1517-97022011005000007