O contradiscurso do MST à mídia hegemônica: a invasão da Florestan Fernandes

Autores

  • Wagner de Alcântara Aragão Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)

DOI:

https://doi.org/10.11606/extraprensa2019.152971

Palavras-chave:

análise dialógica do discurso, contradiscurso, MST, mídia, twitter

Resumo

Este trabalho tem o objetivo de analisar e compreender como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) constrói, nas redes sociais digitais, um contradiscurso à narrativa da mídia hegemônica. Para tanto, optou-se por um estudo de caso: a divergência de abordagem entre o MST (por meio de seu perfil no twitter) e a imprensa tradicional sobre uma operação policial na Escola Nacional Florestan Fernandes, mantida pelo Movimento. A análise dialógica do discurso é o escopo teórico-metodológico. Assim, adotou-se a concepção de linguagem dos estudos do Círculo de Bakhtin; de Abramo (2016 [1988]), Intervozes (2011) e Lima (2006) vêm referências em comunicação social e comunicação popular. De Castells (2013 e 2005) e Martín-Barbero (2005), entendimentos acerca das novas tecnologias informacionais e seus impactos nos processos de mobilização popular. A análise levou à identificação de regularidades como reenquadramento de vozes outras, pelo MST, para a construção de um discurso próprio.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Wagner de Alcântara Aragão, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)

    Mestre em Estudos de Linguagens (UTFPR). Bacharel em Comunicação Social/Jornalismo (UniSantos). Licenciado em Geografia (Faculdades Integradas Espírita). Especialista em Ensino de Língua Portuguesa (UTFPR).

Referências

ABRAMO, Perseu. Padrões de manipulação na grande imprensa. 2ª ed. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2016 [1988].

BAKHTIN, Mikhail Mikhailovich. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. 7ª ed. São Paulo: Hucitec Editora, 2014 [1924-1970].

______. O problema do texto na linguística, na filologia e em outras ciências humanas. In: BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. 4ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2003 (publicação original: Moscou, 1979).

BARBOSA, Alexandre. A Comunicação do MST: uma ação política contra-hegemônica. 2013. 253 f. Tese (Doutorado) - Curso de Ciências da Comunicação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

BRASIL, Presidência da República. Secretaria de Comunicação Social. Pesquisa brasileira de mídia 2015 : hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. Brasília: Secom, 2014.

CASTELLS, Manuel. Redes de indignação e esperança - movimentos sociais na era da internet. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

______. Internet e sociedade. In: MORAES, Dênis de (org). Por uma outra comunicação - mídia, mundialização, cultura e poder. 3ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2005 [2000].

EGYPTO, Luiz. Capitão Bolsonaro, a história esquecida. 2011. Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-debates/capitao-bolsonaro-a-historia-esquecida/>. Acesso em: 07 nov. 2018.

EMERSON, Caryl. MORSON, Gary. Criação de uma prosaística. Tradução de Antônio de Pádua Danesi. São Paulo: Editora USP, 2008.

GALLI, Fernanda Correa Silveira. Linguagem da internet: um meio de comunicação global. In: MARCHUSCHI, Luiz Antônio e XAVIER, Antônio Carlos (organizadores). Hipertexto e gêneros digitais – novas formas de construção do sentido. 3ª ed. São Paulo: Editora Cortez, 2010.

GIANNOTTI, Vito. Muralhas da Linguagem. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora Mauad, 2009 [2004].

INTERVOZES. Vozes silenciadas: a cobertura da mídia sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. São Paulo: Intervozes, 2011. Disponível em <http://www.intervozes.org.br/arquivos/interliv003vozsmst.pdf>. Acesso em 16/07/2017.

INTERVOZES; SEM FRONTEIRAS, Repórteres. Quem controla a mídia no Brasil: Media Ownership Monitor. 2017. Disponível em: <http://brazil.mom-rsf.org/br/>. Acesso em 31/10/2017.

LIMA, Venício A. de. Mídia: crise política e poder no Brasil. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2006.

MARTÍN-BARBERO, Jesús. Globalização comunicacional e transformação cultural. In: MORAES, Dênis de (org.). Por uma outra comunicação - mídia, mundialização cultural e poder. 3ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2005.

SANTAELLA, Lucia. Linguagens líquidas na era da mobilidade. São Paulo: Paulus, 2007

SILVA, Uiara Chagas; SOUZA, Maurini. O MST no Jornal Hoje: uma análise discursiva. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, v. 55, n. 2, p.177-191, dez. 2013. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8637297/5019>. Acesso em 02/06/2017.

SOUZA, Jessé. A tolice da inteligência brasileira: ou como o país se deixa manipular pela elite. São Paulo: LeYa, 2015.

TEJERA, Marta H. Ciberdemocracia e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra: práticas comunicacionais no terreno da esfera pública virtual. 2012. 230 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-graduação em Comunicação Social, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.

TORO A., José Bernardo. WERNECK, Nísia Maria Duarte. Mobilização social: um modo de construir a democracia e a participação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Amazônia Legal, Secretaria de Recursos Hídricos, Associação Brasileira de Ensino Agrícola Superior, Unicef: 1997.

VOLOCHÍNOV, Valentin Nikolaevich. A construção da enunciação e outros ensaios. Tradução de João Wanderley Geraldi. São Carlos (SP): Pedro & João Editores, 2013.

Downloads

Publicado

2019-10-17

Edição

Seção

GT2 - Comunicação, cultura e diversidade

Como Citar

Aragão, W. de A. (2019). O contradiscurso do MST à mídia hegemônica: a invasão da Florestan Fernandes. Revista Extraprensa, 12, 323-346. https://doi.org/10.11606/extraprensa2019.152971