As narrativas sobre os indígenas brasileiros nos megaeventos mundiais do século XXI

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/extraprensa2019.163795

Palavras-chave:

Megaeventos, Representação, Ameríndios

Resumo

Megaeventos internacionais têm como objetivo transmitir uma narrativa favorável para nações anfitriãs e seu povos. No caso do Brasil, a organização da Copa do Mundo da Fifa 2014 e dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 proporcionou ao país uma poderosa exposição midiática capaz de apresentar novas narrativas de sua história em um período de apenas dois anos. Este artigo descreve como os comitês organizadores dos eventos mencionados representaram os primeiros habitantes do país, os ameríndios, com a seleção de diferentes narrativas construídas ao longo da história intelectual brasileira. Portanto este artigo busca, por meio de um apanhado histórico, expor os movimentos culturais e eventos políticos que culminaram no entendimento que parte da sociedade brasileira – na qual os comitês supracitados estão inseridos – tem sobre os ameríndios e seu papel na construção da nação.

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Biografia do Autor

  • Daniel Malanski, Sorbonne Nouvelle - Paris 3

    Doutor em História Cultural pela Universidade de Paris 3 – Sorbonne Nouvelle e em Comunicação Audiovisual pela Universidade Autônoma de Barcelona. Realizou doutorado sanduíche no King’s Brazil Institute do King’s College de Londres e foi Senior Research Assistant na City University de Hong Kong. Mestre em Comunicação e Mídia pela Universidade de Estocolmo e pesquisa temas relacionados à modernidade/colonialidade, nacionalismo, identidades regionais, estudos culturais e mega-eventos mundiais.

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Publicado

2019-12-30

Como Citar

As narrativas sobre os indígenas brasileiros nos megaeventos mundiais do século XXI. (2019). Revista Extraprensa, 13(1), 208-226. https://doi.org/10.11606/extraprensa2019.163795