Diálogos com Marcuschi: sociocognição, argumentação e ensino

Autores

  • Zilda Gaspar Oliveira de Aquino Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
  • Renata Palumbo Centro Universitário Carlos Drummond de Andrade

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v21i1p9-24

Palavras-chave:

Sociocognição, Compreensão, Argumentação, Ensino

Resumo

Os estudos que intercalam a ciência cognitiva às questões sobre as interações humanas via linguagens no Brasil têm, em Marcuschi, um de seus principais expoentes, em razão de o autor ter se dedicado, sobremaneira, aos mecanismos semânticos, pragmáticos, referenciais e inferenciais, constitutivos e constituintes dos discursos orais e escritos e de suas produções de sentido a partir de uma perspectiva sociocognitiva, que era pouco explorada na ocasião em que passou a desenvolver seus trabalhos na década de 70. Estabelecemos diálogos com esses estudos de Marcuschi, relacionando-os ao ensino de argumentação, a fim de compreendermos processos específicos de aprendizagem na área de Língua Portuguesa. Examinamos as respostas de uma atividade de ensino de argumentação, realizada por vinte e um alunos de primeiro ano de graduação com a atenção voltada para os mecanismos cognitivos e linguísticos ativados para a compreensão. Após as análises, podemos afirmar que o ensino-aprendizagem da argumentação deve levar em conta as etapas dos processos e das atividades cognitivas dos alunos, uma vez que é pela sua ativação que se podem compreender gêneros discursivos argumentativos, bem como se podem alcançar estados mentais determinados, mas não acabados, tal como o é a opinião.

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Biografia do Autor

  • Zilda Gaspar Oliveira de Aquino, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

    Professora Doutora do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, da FFLCH/USP. Doutora em Linguística pela Universidade de São Paulo e Mestre em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Pós-Doutorado pela Universidade do Minho. Lidera o Grupo de Estudos do Discurso da USP (GEDUSP) e coordena os subgrupos Teorias da Argumentação e Análise Crítica do Discurso. Coordena o projeto de cooperação acadêmica interinstitucional PROCAD (USP/UFRN/UNISINOS. Integra o REDIPAr (Rede Internacional de Pesquisas em Argumentação). Participa do Programa de Pós-Graduação Profissional - PROFLETRAS -USP, vinculado ao Depto de Letras Clássicas e Vernáculas (FFLCH-USP) , tendo sido Coordenadora. de 2015 a 2017. Foi editora responsável pela revista Linha DÁgua (2005-2011). Integrou os seguintes Projetos - Projeto de cooperação internacional USP/Univ. do Porto. Projeto da Norma Urbana Culta - Núcleo São Paulo (NURC/SP), Projeto da Gramática do Português Falado (PGPF), Projeto da História do Português Paulista - Projeto Caipira (PHPP), Subgrupo Tradições Discursivas, vinculado ao Projeto para a História do Português do Brasil (PHPB). Pesquisa sobre os temas direcionados a: discurso político, teorias da argumentação, argumentação e cognição,análise crítica do discurso, discurso da mídia, língua falada e escrita nas perspectivas sincrônica e diacrônica, além de se dedicar à linguística aplicada ao ensino de língua materna

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Publicado

2019-08-25

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Diálogos com Marcuschi: sociocognição, argumentação e ensino. (2019). Filologia E Linguística Portuguesa, 21(1), 9-24. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v21i1p9-24