Fia Sophia: performance e antropologia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2019.156575

Palavras-chave:

Performance, Indentidade, Gênero, Autoetnografia

Resumo

Este trabalho tem o objetivo de refletir sobre a produção teórica e prática do artista pesquisador AUTOR 1 e das performances de Sophia, sua drag queen, relacionando teóricos da antropologia, teoria queer e artes na encruzilhada transdisciplinar com teoria e prática em interações extra-muros-acadêmicos por um convívio social e discussões do cotidiano sobre normatizações impostas sobre corpos dissidentes. Este trabalho propõe-se como narrativa performática suplementada por aglutinações textuais e imagéticas, que detalham três momentos de Sophia em processos performáticos a partir da ação imersiva de nome “Fia Sophia”; instantes únicos em que Sophia interage com outras pessoas – que participam da performance no jogo des)construído coletivamente em fluição e fruição de manifestações artísticas, pulsar de ideias, criações e difusões de processos  espontâneos e dialógicos – e como as ações artístico-performáticas são instantes efêmeros em que o registro imagético é muito mais apropriado como processo narrativo e de registro etnográfico.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Pedro Olaia, Universidade Federal do Pará

    Pedro Olaia é mestre em Linguagens e Saberes na Amazônia pela Universidade Federal do Pará (UFPA, 2019), pós-graduado em Educação Matemática Comparada pela Escola Superior Aberta do Brasil, ESAB (2015), graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Pará (2010) e professor de matemática pela UNINTER (2019). Faz parte do Grupo de Pesquisa LELIM (Laboratório de Estudo Linguagem, Imagem e Memórias); é artista multimídia e pesquisador cujo trabalho tem como foco as performances de Sophia, sua drag queen. Tem formação em teatro como ator pela Escola de Teatro e Dança da UFPA e em piano pelo Conservatório Carlos Gomes, tendo realizado obras artísticas nas áreas de teatro, performance e vídeo e etnografias visuais. E-mail: pedrolaia@gmail.com

  • Luis Junior Saraiva, Universidade Federal do Pará

    Luis Junior Costa Saraiva é doutor em Ciências Sociais na especialidade Antropologia Cultural e Social pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS), mestre em Antropologia pela UFPA (2002) e possui graduação em História pela Universidade Federal do Pará, UFPA (1999). É professor adjunto da Universidade Federal do Pará e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Linguagens e Saberes na Amazônia (PPLSA). Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Urbana, Antropologia da Saúde, Etnologia Indígena, atuando principalmente nos seguintes temas: sexualidade, saúde, doença, corpo, sífilis, AIDS e prostituição, educação indígena, saúde indígena. E-mail: luisk@ufpa.br

Referências

Anzaldúa, G. 2005. La conciencia de la mestiza /Rumo a uma nova consciência. Revista Estudos Feministas, vol. 13, n. 3: 704-719

Areda, Felipe. 2008. Exu e a reescrita do mundo. Revista África e Africanidades, ano I, n. 1. http://www.africaeafricanidades.com.br/documentos/Exu_a_reescrita_do_mundo.pdf (acessado em 01/04/2019).

Andrade, Oswald de. 1995. Um aspecto antropofágico da cultura brasileira: o homem cordial. In A utopia antropofágica, 2 ed. São Paulo: Globo.

Bião, Armindo. 2009. A comunicação nas encruzilhadas da Esfinge, de Hermes, Mercúrio, Exu e Maria Padilha: ditos, não-ditos, interditos e mal-entendidos. Revista FAMECOS, v. 16, n. 40: 91-96.

Bauman, Zigmont. 2001. Modernidade Líquida. Trad. Plínio Dentzein. Rio de Janeiro: Zahar.

Butler, Judith. 2015. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Trad. Renato Aguiar. 8 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Boal, Augusto. 1982. 200 Exercícios e Jogos para o Ator e o Não Ator Com Vontade de Dizer Algo Através do Teatro. 4 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Campos, Haroldo de. 2011. Da transcriação: poética e semiótica da operação tradutora. Belo Horizonte: FALE/UFMG.

Campos, Haroldo de. 1981. Da razão antropofágica: a Europa sob o signo da devoração. Revista Colóquio/Letras, n. 62: 10-25.

http://coloquio.gulbenkian.pt/bib/sirius.exe/issueContentDisplay?n=62&p=10&o=p (acessado em 19/03/2019).

Carlson, Marvin A. 2010. Performance: uma introdução crítica. Trad. Thais Flores Nogueira Diniz; Maria Antonieta Pereira. Belo Horizonte: Editora UFMG.

Conceição, Alexandra C. e Pedro Olaia. 2017. Sophia e Palhaço: dos reencontros e outras performances. In: Câmeras Subjetivas: imagens em trânsito sobre o nordeste paraense. Editado por Fernandes D., L. J. C. Saraiva e J. S. L. Corrêa. São Carlos: Pedro & João Editores.

Deleuze, Gilles e Felix Guattari. 2004. O Anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia 1; tradução de Joana Moraes Varela e Manuel Maria Carrilho. Lisboa: Assírio & Alvim.

Escobar, Arthuro. 2005. O Lugar da Natureza e a Natureza do Lugar: Globalização ou Pós-Desenvolvimento? In: A Colonialidade do Saber: Eurocentrismo e Ciências Sociais. Perspectivas Latino-Americanas, ed. Edgardo Lander, 63-79. Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina, Colección Sur Sur, CLACSO.

Fanon, Franz. 2008. Pele Negra Máscaras Brancas. Trad. Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA.

Fernandes, Estêvão e Fabiano Gontijo. 2016. Diversidade sexual e de gênero e novos descentramentos: um manifesto queer caboclo. Amazônica, Revista de Antropologia, vol. 8, n. 1: 14-22.

Foucault, Michel. 1992. A escrita de si. In O que é um autor?, 129-160. Lisboa: Passagens.

Fu-Kiau, K. K. Bunseki. 1994. Ntangu-Tandu-Kolo: The Bantu-Kongo Concept of Time. Time in the Black experience. Ed. Joseph K. Adjaye. Londres: Greenwood Press.

Geertz, Cliford. 1989. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC.

Hall, Stuart. 2006. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. Trad.: Silva, Tomaz T. e Guacira L. Louro, 11 ed. Rio de Janeiro: DP&A.

Head, Scott. 2013. “Ação!” “Corte!”: cinco cenários nas entrelinhas da performance In A Terra do Não-Lugar: diálogos entre antropologia e performance, org. Paulo Raposo et al., 255-270. Santa Catarina: Editora da UFSC.

Hunt, R. W. G. 2004. The Colour Triangle. In The Reproduction of Colour, 6 ed., 68-91 England: John Wiley & Sons, Ltd.

Jayme, Juliana Gonzaga. 2010. Travestis, transformistas, drag queens, transexuais: montando corpo, pessoa, identidade e gênero. In Cultura contemporânea, identidades e sociabilidades: olhares sobre corpo, mídia e novas tecnologias, org. Ana Lúcia de Castro, 167-196. São Paulo: Editora UNESP, Cultura Acadêmica. http://books.scielo.org/id/js9g6/pdf/castro-9788579830952.pdf (acessado em 02/04/2019).

Lopes, Moisés Alessandro de Souza. 2016. Algumas observações sobre as homossexualidades em “contextos interioranos”: lançando questões de “fora dos centros”. Amazônica, Revista de Antropologia, vol. 8, n. 1: 24-37.

Maria, Samily, Elis Tarcila, Pedro Olaia e Sophia Sophia. 2018. Fia Sophia: etnografia do batom. Nova Revista Amazônica, vol. 6, n. 4: 267-268.

Oiticica, Helio. 1970. Brasil Diarréia. https://pt.scribd.com/document/328500049/Braasil-diarre-ia-He-lio-Oiticica (acessado em: 15/12/2018).

Poynton, Charles. 2003. Digital vídeo and HDTV: alghorithms and interfaces. San Francisco: Morgan Kaufmann.

Raposo, Paulo. 2013. No Performance’s Land?: interrogações contemporâneas para uma teoria da performance. In A Terra do Não-Lugar: diálogos entre antropologia e performance, org. Paulo Raposo et al., 13-18. Santa Catarina: Editora da UFSC.

Raposo, Paulo. 2015. Artivismo: articulando dissidências, criando insurgências. In: Cadernos de Arte e Antropologia, v. 4, n. 2: 3-12.

Raposo, Silvia. 2017. Antropologia e performance. Terra de ninguém ou terra de todos? Revista Periféria, vol. 22, n. 1. Barcelona.

Rivera Cusicanqui, Silvia. 2010. Ch’ixinakax utxiwa: una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores. Buenos Aires: Tinta Limón.

Rodrigues, Denise de Sousa Simões. 2009. Revolução Cabana e Construção da Identidade Amazônida. Belém: EDUEPA.

Suelen, Bruna, Pedro Olaia e Welington Romário. 2012. Primeira Égua, Trava Carne: o enforcamento. Video-registro da ação performática no GEMPAC, Belém, Pará, Brasil. https://youtu.be/DpFUwZKXy3Y (acessado em: 15/12/2018).

Silva, Samuel, Fabio Porfiro e Pedro Olaia. 2018. Fia Sophia - UFPA, Campus Bragança. Video-registro da ação Fia Sophia na UFPA. https://youtu.be/4NK_3RwaA-0 (acessado em: 15/12/2018).

Turner, Victor. 2005. Dewey, Dilthey e Drama: um ensaio em Antropologia da Experiência (primeira parte). Tradução de Herbert Rodrigues. Revisão de John C. Dawsey. Cadernos de Campo. Revista dos Alunos de Pós-Graduação em Antropologia Social da USP, v. 13, n. 13: 177-185.

Turner, Victor. 2015. Do Ritual ao Teatro: a seriedade humana de brincar. Rio de Janeiro: Editora UFRJ.

Publicado

2019-10-24

Edição

Seção

Dossiê Artes e antropologias

Como Citar

“Fia Sophia: Performance E Antropologia”. 2019. GIS - Gesto, Imagem E Som - Revista De Antropologia 4 (1): 211-36. https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2019.156575.