Belas, recatadas e loucas: mulheres no Manicômio Judiciário de São Paulo

Autores

  • Brunno Henrique Moura Universidade Federal de São Paulo
  • Mariana Soares Popperl Universidade Federal de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2019.154263

Palavras-chave:

Gênero, Loucura, Manicômio Judiciário, Mulheres, Psiquiatria

Resumo

A partir da análise dos doze prontuários das internas do Manicômio do Juquery, em São Paulo, o artigo tem por objetivo discutir o uso desta tipologia  documental como fonte para o estudo da História de Gênero, levando em consideração a relação entre o desenvolvimento da Psiquiatria e o sexo feminino nas três primeiras décadas do século XX. Além disso, é importante ressaltar que esse conhecimento médico foi um instrumento importante para as políticas de controle social na Primeira República, que tinham por objetivo normatizar e disciplinar os indivíduos e seus comportamentos. Assim, as mulheres tornaram-se os principais alvos dos psiquiatras devido à especificidade atribuída à sua natureza diante da loucura, o que possibilitou o desenvolvimento de práticas intervencionistas que controlavam os corpos considerados desviantes e, no caso deste estudo, o corpo feminino.

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Biografia do Autor

  • Brunno Henrique Moura, Universidade Federal de São Paulo

    Bacharel e Licenciado em História na Universidade Federal de São Paulo, campus Guarulhos (UNIFESP - GRU). Foi membro do Programa de Educação Tutorial de História (PET - História).

  • Mariana Soares Popperl, Universidade Federal de São Paulo

    É formada em História - licenciatura e bacharelado com ênfase em patrimônio cultural - pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Fez parte do Programa de Educação Tutorial (PET - História) como bolsista, atuando nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. 

Referências

APESP/MJ, caixa 20, prontuário DAP 319.

APESP/MJ, caixa 22, prontuário DAP 294.

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Publicado

2019-02-02

Edição

Seção

Dossiê: Gênero - presença e representações

Como Citar

Belas, recatadas e loucas: mulheres no Manicômio Judiciário de São Paulo. (2019). Humanidades Em diálogo, 9(1), 53-65. https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2019.154263