Características do uso de medicamentos durante a lactação

Autores

  • Thaís Albano Hernandes Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) - Marília (SP),
  • Alessandra Nikaido Fuginami Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) - Marília (SP),
  • Enrique Caetano Raimundo Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) - Marília (SP),
  • Cristina Peres Cardoso Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) - Marília (SP),
  • Elza de Fátima Ribeiro Higa Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) - Marília (SP),
  • Carlos Alberto Lazarini Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) - Marília (SP),

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.147215

Palavras-chave:

aleitamento materno, prescrições de medicamentos, lactação, saúde materno-infantil, atenção primária à saúde.

Resumo

Introdução: É inquestionável a importância do aleitamento materno. Seus benefícios abrangem o lactente, a nutriz, a família e a sociedade. A Organização Mundial de Saúde preconiza o aleitamento exclusivo até os seis meses de idade, o qual pode ser comprometido por alguns motivos, dentre eles o uso de medicamentos.

Objetivo: Caracterizar os medicamentos utilizados por nutrizes, no que se refere a: categorias de risco; locais e responsáveis pela prescrição médica e orientações recebidas.

Método: estudo transversal, retrospectivo, quantitativo. Os dados foram coletados na Estratégia de Saúde da Família (ESF) com 161 nutrizes nos anos de 2012 e 2013, por meio de questionário estruturado, contendo informações sobre o uso de medicamentos durante a lactação. Os dados foram apresentados em frequências absolutas e relativas, e comparados às variáveis selecionadas no estudo para verificação da existência de associação, utilizando-se o Teste do Qui-quadrado.

Resultados: 55,9% das entrevistadas referiram uso de medicamentos, predominando os que atuam no Sistema hormonal, seguidos dos de uso sistêmico e cardivascular. O clínico geral foi o que mais prescreveu, seguido do ginecologista, na ESF. 64,4% das entrevistadas receberam algum tipo de orientação. A análise estatística demonstrou associação positiva entre categoria de risco e as variáveis especialidade médica (p=0,03) e local de atendimento (p=0,001).

Conclusão: A classe de medicamento mais utilizada foi a dos anticoncepcionais. Todo medicamento classificado como contra indicado foi prescrito, na Atenção Primária, pelo clínico geral. Sendo assim, destaca-se a necessidade de profissionais qualificados em toda rede de atenção à saúde.

 

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Publicado

2018-06-26

Edição

Seção

Artigos Originais