Parêmias em mutação: variantes dos provérbios como recurso expressivo

Autores

  • Claudio Cezar Henriques Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v27i2p37-52

Palavras-chave:

paremiologia, léxico, discurso.

Resumo

A eficácia expressiva dos provérbios, na opinião de muitos autores, deriva sobretudo de determinados aspectos de sua estrutura. O paralelismo por correlação, a inversão coesiva e a elipse do verbo são alguns desses recursos. A reiteração no uso, sua permanência e popularização são fatores comumente focalizados por paremiólogos portugueses e brasileiros na pouco volumosa bibliografia especializada da área. Um tema conexo começa, porém, a receber a atenção dos estudiosos. Nele, encontramos o que alguns chamam de “antiprovérbios”, definidos como corruptelas, deformações, pastiches ou trocadilhos que se criam sob a inspiração de uma frase, largamente conhecida por uma comunidade, com um intuito ora humorístico ou satírico, ora publicitário ou comercial – às vezes ambos. Preferimos chamá-los neste trabalho de “aloprovérbios”, examinando no contexto brasileiro sua ocorrência como variante discursiva, cuja pretensão é, no fundo, a mesma da sua matriz. Entendemos que, perdida ou esvaziada a força expressiva da forma original, o “aloprovérbio” busca reiluminar o teor moral, experiencial ou prático primitivo, ainda que sob uma veste às vezes antagônica. Em caso de efemeridade, essa variante vira “águas passadas”; em caso de permanência, essa variante se fixa como o provérbio que “venit, vidit, vicit”.

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Biografia do Autor

  • Claudio Cezar Henriques, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
    Professor Titular de Língua Portuguesa da UERJ

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Publicado

2014-12-16

Como Citar

HENRIQUES, Claudio Cezar. Parêmias em mutação: variantes dos provérbios como recurso expressivo. Linha D’Água, São Paulo, v. 27, n. 2, p. 37–52, 2014. DOI: 10.11606/issn.2236-4242.v27i2p37-52. Disponível em: https://revistas.usp.br/linhadagua/article/view/83953.. Acesso em: 19 abr. 2024.