Direta transante

enquadramentos pessoais e agenda ultraliberal do MBL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v12i3p189-214

Palavras-chave:

Internet e política, Ação conectiva, MBL

Resumo

Neste trabalho, analisam-se as estratégias do Movimento Brasil Livre (MBL) na internet, com base em diálogo com membros filiados, análise quantitativa de dados on-line e revisão de publicações sobre o tema. Para tanto, foi construída uma dupla linha de investigação, associando extração e análise de uma amostra representativa do conteúdo imagético publicado em redes sociais a diálogo e investigações de vertente etnográfica. Levantamos as hipóteses de que o movimento utiliza a linguagem de memes para fazer apelos constantes aos cidadãos na rede, apostando em canais de comunicação direta, incentivando narrativas pessoais sobre a política e refletindo uma agenda liberal/libertária positiva.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • João Guilherme Bastos dos Santos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Doutorando em Comunicação pelo PPGCOM-Uerj.

  • Viktor Chagas, Universidade Federal Fluminense

    Professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense (UFF). Bolsista CNPq de Pós-Doutorado Jr. pela Universidade Federal da Bahia (UFBA/INCT.DD). Doutor em História, Política e Bens Culturais (Cpdoc/FGV).

Referências

ABBUD, B. O grupo da mão invisível. Piauí, São Paulo, 3 out. 2017. Disponível em: <http://bit.ly/2xQHUXD>. Acesso em: 26 fev. 2018.

ALBUQUERQUE, A. L. Para alavancar redes sociais, MBL aposta em dupla de “memeiros”. Folha de S. Paulo, São Paulo, 30 ago. 2017. Disponível em: <http://bit.ly/2wSc6nZ>. Acesso em: 26 fev. 2018.

ALDÉ, A. Cidadãos na rede: tipos de internautas e sua relação com a informação política online. Contemporânea, Salvador, v. 9, n. 3, p. 370-389, 2011. DOI: http://dx.doi.org/10.9771/1809-9386contemporanea.v9i3.5809

ALDÉ, A.; CHAGAS, V.; ESCOBAR, J. A febre dos blogs de políti¬ca. Revista Famecos, Porto Alegre, v. 17, n. 33, p. 29-40, 2007. DOI: http://dx.doi.org/10.15448/1980-3729.2007.33.3431

AMARAL, M. A nova roupa da direita. Agência Pública, São Paulo, 23 jun. 2015. Disponível em: <http://bit.ly/2kw7IWh>. Acesso em: 26 fev. 2018.

BARCELOS, G. O conservadorismo moral como reinvenção da marca MBL. Le Monde Diplomatique Brasil, São Paulo, 1 out. 2017. Disponível em: <http://bit.ly/2Cnm7Mz>. Acesso em: 26 fev. 2018.

BARNES, R. Uncovering online commenting culture. Sippy Downs: Palgrave, 2018.

BENNETT, W. L. When politics becomes play. Political Behavior, v. 1, n. 4, p. 331-359, 1979.

BENNETT, W. L.; SEGERBERG, A. The logic of connective action. Information, Communication & Society, v. 15, n. 5, p. 739-768, 2012. DOI: https://doi.org/10.1080/1369118X.2012.670661

BENNETT, W. L.; TOFT, M. Identity, technology, and narratives: transnational activism and social networks. In: CHADWICK, A.; HOWARD, P. (Org.). The Routledge handbook of internet politics. Nova Iorque: Routledge, 2010. p. 246-260.

BERLIN, I. Dois conceitos de liberdade. In: _______. Estudos sobre a humani¬dade. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 226-272.

BLACKMORE, S. The meme machine. Nova Iorque: Oxford University Press, 1999.

CASTELLOTTI, C. Por dentro do 3º congresso do MBL. Vice, São Paulo, 13 nov. 2017. Disponível em: <http://bit.ly/2os19Dr>. Acesso em: 26 fev. 2018.

CASTELLS, M. Communication, power and counter-power in the Network Society. International Journal of Communication, Los Angeles, v. 1, p. 238-266, 2007.

CHADWICK, A. The hybrid media system. Nova Iorque: Oxford University Press, 2013.

CHAGAS, V. “Não tenho nada a ver com isso”: cultura política, humor e inter-textualidade nos memes das Eleições 2014. In: CERVI, E. U. et al. (Orgs.). Internet e eleições no Brasil. Curitiba: CPOP, 2016. p. 86-116.

CHAGAS, V. Sobre vaias: considerações acerca do jogo político (political game) e da brincadeira política (political play). In: CALABRE, L. et al. Memória das Olimpíadas no Brasil: diálogos e olhares. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2017. p. 96-114.

CHAGAS, V. A febre dos memes de política. Revista Famecos, Porto Alegre, v. 25, n. 1, p. 1-26, 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.15448/1980-3729.2018.1.27025

CHAGAS, V.; SANTOS, J. G. B. Veni, vidi, vomiti: ocupações virtuais, desobe¬diência civil e o ativismo escatológico do vomitaço. In: ENCONTRO DA COMPÓS, 26., 2017, São Paulo. Anais… São Paulo: Compós, 2017.

CHAGAS, V. et al. A política dos memes e os memes da política: proposta metodológica de análise de conteúdo de memes dos debates eleitorais de 2014. Intexto, Porto Alegre, n. 38, p. 173-196, 2017. DOI: https://doi.org/10.19132/1807-8583201738.173-196

DAWKINS, R. The selfish gene. Nova Iorque: Oxford University Press, 1976.

DENNETT, D. C. Darwin’s dangerous idea. Nova Iorque: Simon & Schuster, 1995.

FINK, R. The Structure of social change. Liberty Guide, Arlington, 18 out. 2012. Disponível em: <http://bit.ly/2PiAvaJ>. Acesso em: 31 jan. 2018.

FUCHS, C. Digital labour and Karl Marx. Nova Iorque: Routledge, 2014.

HIGHFIELD, T. Social media and everyday politics. Cambridge: Polity, 2016.

JENKINS, H.; FORD, S.; GREEN, J. Spreadable media: creating value and mea¬ning in a networked culture. Nova Iorque: New York University Press, 2013.

JURIS, J. Reflections on #Occupy Everywhere: social media, public space, and emerging logics of aggregation. American Ethnologist, v. 39, n. 2, p. 250-279, 2012. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1548-1425.2012.01362.x

KLANG, M.; MADISON, N. The domestication of online activism. First Monday, Chicago, v. 21, n. 6, 2016. DOI: https://doi.org/10.5210/fm.v21i6.6790

KNOBEL, M.; LANKSHEAR, C. Online memes, affinities, and cultural pro¬duction. In: ______. A new literacies sampler. Nova Iorque: Peter Lang, 2007. p. 199-227.

LEE, B.; CAMPBELL, V. Looking out or turning in? Organizational ramifica¬tions of Online Political Posters on Facebook. The International Journal of Press/Politics, Thousand Oaks, v. 21, n. 3, p. 313-337, 2016. DOI: https://doi.org/10.1177/1940161216645928

LOPES, J. T. Movimentos ou momentos? Algumas notas sobre “novíssimos mo-vimentos sociais”. In: MENDONÇA, R. F.; PEREIRA, M. A.; FILGUEIRAS, F. Democracia digital. Belo Horizonte: UFMG, 2016. p. 333-344.

LOPES, P.; SEGALLA, V. Áudios mostram que partidos financiaram MBL em atos pró-impeachment. UOL, São Paulo, 27 maio 2016. Disponível em: <http://bit.ly/2nLpIvn>. Acesso em: 26 fev. 2018.

MILNER, R. The world made meme: public conversations and participatory media. Cambridge: The MIT Press, 2016.

MILTNER, K. SRSLY phenomenal: an investigation into the appeal of LOLcats. 2011. 98 f. Dissertação (Mestrado em Mídia e Comunicações) – London School of Economics and Political Science, Londres, 2011.

MISES, E. V. As seis lições. São Paulo: Instituto Von Mises Brasil, 2009.

NAGLE, A. Kill all normies: online culture wars from 4chan and Tumblr to Trump and the alt-right. Winchester: Zero Books, 2017.

PAPACHARISSI, Z. Affective publics: sentiment, technology, and politics. Nova Iorque: Oxford University Press, 2014.

POWELL, L. Attack on American Free Enterprise System. U.S. Chamber of Commerce, 23 ago. 1971. Disponível em: <http://bit.ly/2RB2ULn>. Acesso em: 31 jan. 2018.

RENOVAÇÃO Liberal: a associação familiar para onde vai o dinheiro do MBL. El País Brasil, São Paulo, 30 set. 2017. Disponível em: <http://bit.ly/2fEnMQy>. Acesso em: 26 fev. 2018.

REVERBEL, P. Um dos fundadores e líderes do MBL também é cantor do Bonde do Rolê. Folha de S.Paulo, São Paulo, 7 out. 2016. Disponível em: <http://bit.ly/2dZwvhW>. Acesso em 26 fev. 2018.

RIZZOTTO, C.; PRUDÊNCIO, K.; SAMPAIO, R. C. Tudo normal: a despo¬litização no enquadramento multimodal da cobertura do impeachment de Dilma Rousseff. Comunicação & Sociedade, São Bernardo do Campo, v. 39, n. 3, p. 111-130, 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.15603/2175-7755/cs.v39n3p111-130

ROCHA, C. Think tanks ultraliberais e a nova direita brasileira. Le Monde Diplomatique Brasil, São Paulo, 2 nov. 2017. Disponível em: <http://bit.ly/2HOSvXK>. Acesso em: 26 fev. 2018.

ROTHBARD, M. N. O grande inimigo da atualidade – e como lutar contra ele. Mises Brasil, São Paulo, 31 dez. 2015. Disponível em: <https://bit.ly/2tjsgCf>. Acesso em 22 jun. 2018.

SANTOS, J. G. B. Em nome da humanidade: tecnologias da comunicação, interação e ação política transnacional na Avaaz. 2015, 199 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.

SANTOS, J. G. B.; CUNHA, V. C. “Bandido bom é bandido morto”: a função da retórica da intransigência na construção da identidade política do de¬putado Jair Bolsonaro no Facebook. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE COMUNICAÇÃO E MARKETING POLÍTICO, 13., 2014, São Bernardo do Campo. Anais… São Bernardo do Campo: Umesp, 2014.

SANTOS, J. G. B.; CHAGAS, V. A revolução será memetizada: engajamento e ação coletiva nos memes dos debates eleitorais em 2014. E-Compós, Brasília, v. 20, n. 1, p. 1-22, 2017. DOI: https://doi.org/10.30962/ec.v20i1.1252

SHIFMAN, L. Memes in digital culture. Cambridge: The MIT Press, 2014.

SHIFMAN, L. Cross-cultural comparisons of user-generated content: an analytical framework. International Journal of Communication, Los Angeles, v. 10, p. 5644-5663, 2016.

STUDENTS for Liberty plays strong role in Free Brazil Movement. Atlas Network, Arlington, 1 abr. 2015. Disponível em: <http://bit.ly/19W7nS4>. Acesso em: 26 fev. 2018.

VAN LAER, J.; VAN AELST, P. Cyber-protest and civil society: the Internet and action repertoires in social movements. In: JEWKES, Y.; YAR, M. Handbook of Internet crime. Londres: Willan Publishing, 2009. p. 230-254.

WOSNIAK, A.; LÜCK, J.; WESSLER, H. Frames, stories, and images: the ad¬vantages of a multimodal approach in comparative media content research on climate change. Environmental Communication, Abingdon, v. 9, n. 4, p. 469-490, Dec. 2014. DOI: https://doi.org/10.1080/17524032.2014.981559

Publicado

2018-12-26

Edição

Seção

Em Pauta/Agenda

Como Citar

Direta transante: enquadramentos pessoais e agenda ultraliberal do MBL. (2018). MATRIZes, 12(3), 189-214. https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v12i3p189-214