Infância e modernidade: doença do olhar

Autores

  • Heloísa Rodrigues Fernandes Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.1996.68029

Palavras-chave:

infância, modernidade, escola, Durkheim, pedagogia, Lacan

Resumo

O artigo problematiza a invenção da modernidade que preconiza como lugar da infância a escola e analisa os vários processos que levaram a essa construção. Entre os inúmeros campos de saber que realimentaram essa invenção, observa mais atentamente a sociologia, especificamente as ideias de Durkheim, que formula um dispositivo pedagógico autoritário ao converter as diferenças entre adultos e crianças em desigualdades. A autora percebe que atualmente desistiu-se da imagem idealizada da infância e associa esse processo com a redução do campo político ao assistencial e sua degradação marcada pelas regras do jogo do mercado. Nesse movimento, a modernidade abriu mão também do projeto de uma transformação radical das relações sociais. A partir da obra de Lacan, pode-se pensar que a doença da modernidade seja a morte do desejo e a doença do olhar do adulto levou-o a, ao mesmo tempo, idealizar e temer a criança-objeto

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Biografia do Autor

  • Heloísa Rodrigues Fernandes, Universidade de São Paulo
    Professora do Departamento de Sociologia da FFLCH-USP

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Publicado

1996-11-25

Edição

Seção

Artigos