Perfil do risco cardiovascular de mulheres adultas triadas para um programa de exercício físico

Autores

  • Fernanda dos Santos Neri Universidade Estadual de Londrina
  • Beatriz Simões Galera Universidade Estadual de Londrina
  • Camila Bossoni Russo Universidade Estadual de Londrina
  • Erick Henrique Pereira Eches Universidade Estadual de Londrina
  • Isabella dos Santos Laqui Universidade Estadual de Londrina
  • Crivaldo Gomes Cardoso Júnior niversidade Estadual de Londrina

DOI:

https://doi.org/10.11606/1807-5509201800020181

Palavras-chave:

Atividade motora, Saúde da mulher, Cardiopatias, Fatores de risco

Resumo

O objetivo do estudo foi descrever o perfil de risco cardiovascular (RCV) de mulheres adultas triadas para participação de um programa de exercício físico. Foram avaliadas 409 mulheres, com idade entre 20 e 59 anos. Seguiu-se a recomendação de triagem e estratificação do RCV proposta pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva por meio da aplicação de um questionário face a face que identificou o Risco Alto (RA) pela presença de doença cérebro-cardiovascular ou sintomas de instabilidade cardíaca, Risco Moderado pela presença de três ou mais fatores de risco e o Risco Baixo pela presença de até dois fatores de risco para mulheres com idade inferior a 55 anos. Entretanto, para atender ao desfecho primário do estudo (prevalência do alto risco) foram agrupadas as categorias de risco baixo e moderado (RBM). A frequência das mulheres para o RA foi de 35,2%, sendo: 22,9% cardiopatas, 56,9% apresentavam dispneia, 45,1% vertigem e 32,6% dor no peito. A frequência de mulheres classificadas como RBM, foi de 64,8%. O fator de risco mais prevalente foi a obesidade, sendo 47,5% no RBM e 61,8% no RA, seguido da hipertensão para o RA (43,1%). Houve correlação entre RA e hipertensão (r=0,193; p<0,01); diabetes (r=0,108; p<0,05); obesidade (r=0,158; p<0,01) e sintomatologia climatérica (r=0,150; p<0,01). Para o RA, não houve diferença estatisticamente significante na proporção de mulheres que se autodeclaram hipertensas (χ²=0,071; p>0,05) e diabéticas (χ²= 0,500; p>0,05). Entretanto, houve diferença significante em favor de uma maior proporção de mulheres obesas e que foram classificadas na condição cardiovascular de RA (χ²= 6,367; p =0,01). Em conclusão, há grande prevalência de mulheres classificadas como RA, reforçando a importância da triagem pré-participação ao exercício.

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Biografia do Autor

  • Fernanda dos Santos Neri, Universidade Estadual de Londrina

    Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brasil.

  • Beatriz Simões Galera, Universidade Estadual de Londrina

    Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brasil.

  • Camila Bossoni Russo, Universidade Estadual de Londrina

    Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brasil.

  • Erick Henrique Pereira Eches, Universidade Estadual de Londrina

    Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brasil.

  • Isabella dos Santos Laqui, Universidade Estadual de Londrina

    Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brasil.

  • Crivaldo Gomes Cardoso Júnior, niversidade Estadual de Londrina

    Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brasil.

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Publicado

2018-12-20

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Perfil do risco cardiovascular de mulheres adultas triadas para um programa de exercício físico. (2018). Revista Brasileira De Educação Física E Esporte, 32(2), 181-188. https://doi.org/10.11606/1807-5509201800020181