https://revistas.usp.br/rdg/gateway/plugin/WebFeedGatewayPlugin/atomRevista do Departamento de Geografia2024-01-15T15:00:07-03:00Fernando Shinji Kawakubofsk@usp.brOpen Journal Systems<p>Revista do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - Brasil</p> <p>ISSN 2236-2878 DOI: 10.11606</p>https://revistas.usp.br/rdg/article/view/221317Crônicas de campo na Amazônia: conflitos, cotidianos e histórias vivas em Rondônia2024-03-21T15:01:22-03:00Lucas Ramos de Matos
<p>Na geografia, o trabalho de campo é para os geógrafos, o que a imersão e a etnografia são para os antropólogos e sociólogos. O texto faz um registro de pesquisa, a partir do nosso trabalho de campo, ocorrido na região central de Rondônia. Iniciado em Porto Velho, capital do estado, em um primeiro momento, foram percorridos cerca de 500 km pela BR-364 – que liga Rondônia a outros estados (Mato Grosso, Acre, Amazonas) – e pela rodovia 470 – que liga ao PIC Ouro Preto, aos assentamentos Margarida Alves, Palmares e Padre Ezequiel e a importante Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau. Em outra oportunidade, foi feita uma visita ao campo, na região acima mencionada, em dois momentos ímpares: na “VII Festa Camponesa”, organizada pela Via Campesina de Rondônia; e na feira agropecuária “Rondônia Rural Show Internacional”, encerrando o nosso registro de pesquisa de campo. Registra-se temas caros à geografia, como violação de direitos humanos, territoriais e conflitos no campo em Rondônia; expansão do agronegócio da pecuária (gado de corte) e de grãos (soja e milho) e invasão de Áreas Protegidas e territórios comunitários. Registra-se também temas de ânimos e afetos geográficos, “explorando” cotidianos, histórias vivas, estratégias de reapropriação social da terra, dos territórios e da natureza e a produção ampliada da vida na Amazônia.</p>
2023-12-14T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Lucas Ramos de Matoshttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/209203Evaporação em reservatórios hídricos: uma revisão de métodos/técnicas empíricas2024-03-21T14:17:02-03:00Fabio de Oliveira SanchesMatheus da Silva FrauchesCássia de Castro Martins FerreiraYan Carlos Gomes ViannaThiago Alves Oliveira
<p><strong> </strong>No Brasil, pesquisas sobre a influência dos reservatórios hídricos no microclima local (temperatura, chuvas, ventos etc.) foram desenvolvidas a partir dos anos 1980 e nesse contexto, as pesquisas sobre processos de evaporação desses reservatórios, a partir do final dos anos 1990. Diante de um planeta inegavelmente mais quente, a capacidade de perda de água desses reservatórios por processos de evaporação reforça as preocupações com relação à segurança hídrica (abastecimento e geração de energia, por exemplo). Dessa forma, o objetivo deste trabalho consiste em resgatar as principais metodologias/técnicas de estimativas de evaporação aplicadas a reservatórios hídricos, com o intuito de analisar as mais eficazes e as mais utilizadas em função da disponibilidade de dados e de sua acurácia para aplicação. A pesquisa revelou diversas metodologias e técnicas adotadas para estimativas de evaporação em reservatórios (Algoritmo SEBAL, Balanço-Razão de Bowen, Penman-Monteith (adaptado/simplificado), Priestley-Taylor/De Bruin & Keijman, Dalton, Linacre, Tanque Classe “A”, METRIC, Kohler, Complementary Relationship Areal Evapotranspiration/Complementary Relationship Lake Evaporation – CRAE/CRLE e Thornthwaite/ Thornthwaite e Mather e Thorthwaite modificado por Camargo). Porém, em função da facilidade de acesso a séries de dados meteorológicos, aplicação dessas técnicas e representatividade dos valores evaporados - exequibilidade, simplicidade e confiabilidade – os métodos/técnicas de <em>Penman-Monteith, Linacre, Thornthwaite</em>, <em>CRLE, Kohler</em> e <em>Tanque Classe “A”</em>, foram as mais recomendadas. Por fim, a pesquisa ainda revelou que, considerando as condições climáticas típicas da tropicalidade (sazonalidade pluviométrica/elevadas temperaturas), e a facilidade de aplicação a partir de variáveis meteorológicas comuns de serem obtidas (temperatura, por exemplo), os métodos/técnicas de <em>Linacre; Thorntwaite, Thorntwaite</em> modificado por Camargo e <em>Tanque Classe “A”</em> foram mais recomendados para locais com baixa disponibilidade de dados.</p>
2023-12-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Fabio de Oliveira Sanches, Matheus da Silva Frauches, Cássia de Castro Martins Ferreira, Yan Carlos Gomes Vianna, Thiago Alves Oliveirahttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/202870Análise da ecologia da paisagem da bacia hidrográfica do Rio Itajaí, SC, Brasil2024-01-17T18:28:45-03:00Vanessa DambrowskiRosemeri Carvalho Marenzi
<p>A partir do entendimento da paisagem dinâmica e da influência humana nos processos de fragmentação da paisagem, evolui a Ecologia da Paisagem como uma ferramenta de análise espacial. Este trabalho buscou analisar a Ecologia da Paisagem da Bacia Hidrográfica do Rio do ItajaíC na intenção de avaliar as áreas prioritárias para compor o mosaico de Áreas Protegidas e às já legalmente protegidas e proporcionar elementos que permitam planejar a conservação a fim de se ampliar a proteção e a conectividade entre essas áreas. Na análise foi utilizado QGIS e LecoS. Os resultados mostraram o predomínio da Formação Florestal na Bacia Hidrográfica do Rio do Itajaí, nas Áreas Protegidas e em outras áreas da Bacia onde existe a necessidade de se ampliar a proporção de áreas protegidas para garantir a conectividade estrutural e funcional dos Remanescentes Florestais restantes.</p>
2023-12-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Vanessa Dambrowski, Rosemeri Carvalho Marenzihttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/209822Chuvas máximas e a erosividade do período chuvoso (2011-2020) no município de Pau dos Ferros, semiárido potiguar, Brasil2024-03-21T14:19:47-03:00Ana Beatriz da SilvaAndreza Tacyana Felix Carvalho
<p>A intensidade e o volume das chuvas são fatores determinantes nos processos erosivos, especialmente no semiárido, onde esse fenômeno ocorre de forma concentrada durante um período específico do ano. Em Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte, desafios como inundações e perda de solo são evidentes, destacando a carência de estudos recentes sobre erosividade. Assim, considerando que essa lacuna compromete a base necessária para práticas conservacionistas e uma compreensão aprofundada desses processos, esse trabalho objetiva analisar a variação no padrão de erosividade mensal do quadrimestre chuvoso do município, entre os anos 2011 e 2020. Para isso, utiliza dados diários de chuvas, aplicação de equações de coeficiente de chuva, de intensidade, duração e frequência, além de índices de erosividade históricos e estimados, e classificação do tipo de erosividade mensal das chuvas. Os resultados mostraram que o quadrimestre chuvoso de Pau dos Ferros esteve concentrado de fevereiro a maio, com os dois primeiros meses sendo os mais significativos em precipitação anual acumulada (1.358,5 mm e 1.410,6 mm) e coeficientes de chuvas; e também, que as chuvas máximas de 15 minutos representam maior erosividade imediata em comparação com as de 30 minutos, que indicam maior poder acumulativo. Além disso, a erosividade mensal estimada para fevereiro e março superou a média histórica, enquanto abril e maio se mantiveram próximos do esperado. Por fim, espera-se que esse estudo possa subsidiar ações de planejamento territorial, além de incentivar pesquisas adicionais sobre a relação erosividade, tipos de solo e uso da terra. </p>
2023-12-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Ana Beatriz da Silva, Andreza Tacyana Felix Carvalhohttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/210082Nos rastros da Copa do Mundo FIFA 2014: reflexões críticas sobre a produção do espaço urbano em Itaquera, São Paulo, SP2024-03-21T14:39:00-03:00Jaqueline Floria Baumgaertner
<p>A realização da Copa do Mundo FIFA 2014 no Brasil fez emergir uma série de estudos sobre produção do espaço e turismo e a participação dos megaeventos no planejamento urbano. O planejamento do espaço voltado para a realização da Copa do Mundo FIFA reorientou a prática social das cidades sedes e aprofundou as segregações já existentes. Este artigo propõe analisar o processo de produção do espaço em decorrência de megaeventos a partir do estudo de caso do bairro de Itaquera, São Paulo. A partir da perspectiva neoliberal do planejamento estratégico aplicado nas cidades, buscamos compreender a produção do espaço na cidade-sede São Paulo, do ponto de vista das decisões públicas e da percepção da população local, através de entrevistas. A análise está fundamentada em uma perspectiva crítica e considera as demandas da população. Ao refletir sobre Itaquera, identificamos que se estabelece uma nova centralidade, que nos ajuda a compreender os processos de produção do espaço em curso na região. Embora parte das transformações urbanas realizadas no período de preparação da cidade para o megaevento fosse de desejo da população, a crítica apresentada neste trabalho recai sobre um <em>modus operandi</em> segundo o qual a produção coletiva de um espaço mais justo e mais acessível para a população efetivamente não se realiza.</p>
2023-11-13T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Jaqueline Floria Baumgaertnerhttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/206540Coffeescape: análise da produção bibliográfica internacional sobre paisagens culturais do café2024-03-21T14:12:29-03:00Beatriz Carvalho TavaresVander Valduga
<p>A diversidade de manifestações da cultura do café e suas expressões na paisagem evidenciam o potencial de pesquisas interdisciplinares orientadas por lentes epistemológicas plurais. Este artigo visa contribuir para a realização de futuras pesquisas sobre a patrimonialização das paisagens culturais do café nos diferentes países produtores. Isso posto, tem como objetivo identificar as principais metodologias e lentes epistemológicas empregadas nos estudos da paisagem cultural no contexto da produção cafeeira. Para tal, foi conduzida uma revisão sistemática de literatura nas bases de dados <em>Web of Science</em>, <em>Scopus</em>, <em>Redalyc </em>e Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES. Como resultados, a pesquisa identificou 41 publicações, tendo a Colômbia como principal recorte geográfico e origem dos(as) pesquisadores(as). Foi possível caracterizar os estudos em seis categorias temáticas: 1) Planejamento e Ordenamento Territorial; 2) Processos de Patrimonialização; 3) Aspectos Culturais; 4) Turismo; 5) Patrimônio Industrial; e 6) Biodiversidade. As metodologias empregadas concentram caráter qualitativo, exploratório e descritivo, com cunho etnográfico. Dentre as técnicas, concentram as pesquisas bibliográfica e documental, aliadas à imersão em campo, observação e entrevistas semiestruturadas. A análise das lentes teórico-metodológicas evidencia a maioria de estudos de viés fenomenológico e complexo na Geografia Humanista-Cultural. A pesquisa reforçou o potencial interdisciplinar dos estudos sobre paisagens e produção cafeeira, ressaltando a complexidade geográfica dos territórios cafeeiros no Brasil e no mundo.</p>
2023-12-19T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Beatriz Carvalho Tavares, Vander Valdugahttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/200451Reforma agrária, economia popular e solidária e desenvolvimento local solidário: uma relação dialógica2024-03-21T14:42:53-03:00José Roberto Silva de SouzaJosé Raimundo de Oliveira Lima
<p>O objetivo desta pesquisa é apontar elementos da organização política-educativa-socioeconômica do acampamento Estrela Vive, pertencente ao Movimento dos trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no município de Feira de Santana - BA. O acampamento demonstra características alinhadas à Economia Popular e Solidária e ao Desenvolvimento Local Solidário em todas as suas dimensões organizativas. A metodologia utilizada fundamentou-se na pesquisa-ação, cuja dinâmica nos deu as linhas gerais de abordagem. Com efeito, infere-se como resultado uma relação dialógica entre o processo de construção em que se constitui a reforma agrária sob o prisma do MST, e como ela se articula com os elementos característicos da Economia Popular e Solidária, tais como o associativismo e o cooperativismo, cuja perspectiva de desenvolvimento trata do desenvolvimento pessoal, coletivo, comunitário, ou seja, do Desenvolvimento Local Solidário.</p>
2023-10-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 José Roberto Silva de Souza, José Raimundo de Oliveira Limahttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/209631Narrativas de um Brasil proletário: por uma geografia literária das indústrias2024-03-21T14:28:05-03:00Beatriz Santos de SouzaTiago Vieira Cavalcante
<p>Compreendendo que a partir dos anos de 1930 o romance proletário começa a fazer parte das letras nacionais, buscamos traçar uma <em>geografia literária das indústrias</em> que narre um Brasil para além do que é comumente evidenciado pelos estudos geográficos das indústrias. Ao traçarmos um recorte temporal de 1930 até a contemporaneidade, partimos de apontamentos tecidos por Jay (1975) e Farsian (2015) e da leitura de obras, como <em>Os Corumbas</em> (1933), de Amando Fontes; <em>Cacau</em> (1933), de Jorge Amado; <em>Parque Industrial</em> (1933), de Patrícia Galvão; <em>Navios Iluminados</em> (1937), de Ranulpho Prata; <em>Linha do Parque</em> (1959), de Dalcídio Jurandir; <em>Inferno Provisório</em> (2016), de Luiz Ruffato, e <em>No Chão da Fábrica</em> (2016), de Roniwalter Jatobá, para desvelar os seguintes temas: <em>ser mulher</em>, <em>trabalhar</em>, <em>habitar</em> e <em>lutar</em>. Com isso, propomos revelar um lado geograficamente omisso do fenômeno industrial: o do operário. Essa <em>geografia literária das indústrias</em> busca, portanto, enfatizar a (des)humanização do trabalhador, sua experiência geográfica do fenômeno industrial, a partir de narrativas que dão voz a uma massa comumente silenciada pelo soar das máquinas.</p>
2023-12-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Beatriz Santos de Souza, Tiago Vieira Cavalcantehttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/209436Congonhas um exemplo de conexão entre o patrimônio edificado e o natural em Minas Gerais, Brasil2024-01-17T18:28:44-03:00Monica Pessoa NevesAntonio Gilberto CostaUrsula Azevedo Ruchkys
<p>A utilização dos materiais pétreos pelo homem sempre foi influenciada, nem tanto pelos tipos, mas pela presença desses materiais, que compõem parte da geodiversidade do planeta e que são condicionados pelas ações de fatores relacionados às dinâmicas de subsuperfície e superfície. Ao longo do tempo, os humanos desenvolveram a capacidade de explorar esses materiais de acordo com suas necessidades, disponibilidades e facilidades de transporte e manufatura. A cidade de Congonhas, objeto desse estudo, pode ser considerada um bom exemplo dessa utilização da pedra na construção de seu patrimônio cultural com o uso de materiais da geodiversidade da região a sul do Quadrilátero Ferrífero e seu entorno. Assim, esses materiais foram amplamente utilizados na construção desse patrimônio e estão presentes em suas ruas, igrejas e outras construções, localizadas em seu centro histórico e arredores da cidade. Entretanto, é notório que grande parte desse patrimônio não foi preservada e o que restou está representado por algumas poucas construções civis e edificações religiosas. A partir do exposto, esse artigo pretende destacar a importância desse patrimônio remanescente e demonstrar possíveis conexões entre as pedras utilizadas nas diferentes formas do patrimônio cultural de Congonhas e o meio de onde foram extraídas (patrimônio natural). Diante desse cenário apresentado, conclui-se pela necessária adoção de estratégias que busquem e possibilitem não só a preservação desses bens, bem como uma ampliação do interesse turístico nessa região, onde os visitantes poderiam tomar conhecimento dessas conexões entre os patrimônios cultural e natural para a região de Congonhas.</p>
2023-12-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Monica Pessoa Neves, Antonio Gilberto Costa, Ursula Azevedo Ruchkys https://revistas.usp.br/rdg/article/view/209375Geografia da conservação: abordagens, limites e potencialidades2024-03-21T14:22:17-03:00Edson Alves Filho
<p>A Perda da Biodiversidade vem se tornando uma das principais questões da Agenda Global desde pelo menos a década de 1990. Vários são os campos científicos responsáveis por lidar com essa questão, destacando-se a Biologia da Conservação, a Ecologia das Paisagens e até mesmo a Geografia. Embora sejam notórios os avanços científicos e epistemológicos desses dois primeiros campos, as causas atuais da perda da biodiversidade apresentam múltiplas facetas, que incluem as dimensões territoriais, sociais e políticas. Para auxiliar a reflexão, o presente trabalho utilizou como método a pesquisa documental, apresentando uma revisão de literatura em revistas, teses e dissertações de forma a abarcar os principais conceitos envolvidos nos estudos de conservação e a contribuição das ciências correlatas. Também se realizou uma revisão de literatura sobre a perspectiva da Geografia nos estudos da conservação, incluindo, inclusive, o surgimento de novas abordagens, como a Geografia da Conservação. Como principais resultados menciona-se a inicial pretensão da Biologia da Conservação em produzir estudos com enfoque multidisciplinar, observando-se, no entanto, um predomínio de estudos de Biologia das Populações e de Áreas Mínimas de Diversidade. Como proposta de superação da conservação do tipo excludente, derivada dos estudos biológicos, a Geografia da Conservação pretende articular os conceitos de território, paisagem e dinâmica biofísica ao conceito de ecossistemas, produzindo uma leitura próxima aos atores que produzem o espaço, como também das disputas que o modificam e criam os territórios, causas essas, as principais a explicar a perda da biodiversidade, o que permitiria produzir desenhos consistentes da conservação.</p>
2023-12-13T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Edson Alves Filhohttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/202077Correlação entre as transformações da cobertura e uso da terra com variáveis climáticas e ambientais na região do Matopiba, Brasil2024-01-17T18:28:45-03:00Temístocles Pacheco LimaLuciano Cavalcante de Jesus FrançaFabrina Teixeira FerrazJoão Batista Lopes da SilvaManuel Eduardo FerreiraAnderson Rodrigo da SilvaDaniel de Paiva Silva
<p>O Brasil é um líder mundial no agronegócio, principalmente na produção de soja e carne bovina, cuja contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) é significativa. Entretanto, é também responsável por importantes alterações na paisagem, especialmente no Cerrado, que é um <em>hotspot</em> para conservação mundial. Neste estudo analisamos as transformações na cobertura da terra na fronteira agrícola Matopiba e a correlação entre variáveis climáticas e ambientais de 2008 a 2018. Para isso, utilizamos dados de cobertura do solo da plataforma MapBiomas e variáveis ambientais e climáticas do <em>Earth Engine Data Catalog. </em>Realizamos uma análise descritiva e um teste de correlação cruzada para as variáveis selecionadas. Com base nos resultados, o Cerrado foi reduzido em torno de 5,1% (~3.692.677 ha) e aumento nas classes de Pastagem (2,1% ou 1.538.358 ha) e Agricultura (3,1% ou 2.254.264 ha). A diminuição do Índice de Vegetação (NDVI) propicia o aumento da Temperatura do Solo (LST) e, consequentemente, reduz a Umidade do Solo (US), principalmente nas zonas agrícolas e pecuárias. O NDVI alto, como em áreas de vegetação densa, favorece a proteção da umidade do solo. Evidenciamos que a agropecuária no Matopiba está em pleno crescimento em detrimento da vegetação do Cerrado e que há uma forte relação entre as variáveis ambientais e climáticas. Este estudo pode ser base para auxiliar em tomadas de decisões, estratégias e políticas públicas voltadas à conservação do Cerrado e desenvolvimento econômico e sustentável do agronegócio do Matopiba.</p>
2023-11-16T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Temístocles Pacheco Lima, Luciano Cavalcante de Jesus França, Fabrina Teixeira Ferraz, João Batista Lopes da Silva, Manuel Eduardo Ferreira, Anderson Rodrigo da Silva, Daniel de Paiva Silvahttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/204576Mapeamento de zonas de potencial erosivo em uma bacia hidrográfica Brasileira: rumo a um planejamento territorial sustentável2024-03-21T14:48:40-03:00João Vitor Roque GuerreroGuilherme Augusto Verola MataveliReinaldo LorandiJosé Augusto di LolloAlberto GomesMichel ChavesLuiz Eduardo MoschiniFabrizia Gioppo Nunes
<p><em>A erosão do solo é um dos maiores problemas ambientais do século XXI, principalmente devido aos danos econômicos, sociais e ambientais causados mundialmente. O Brasil está inserido nesse contexto, onde a implementação de estratégias de apoio ao planejamento territorial voltadas para a conservação do solo é urgente. Assim, este trabalho teve como objetivo utilizar técnicas de cartografia geoambiental para mapear as zonas erosivas potenciais na bacia do córrego Gouveia (Brotas, Brasil) com base em dados geográficos sistematizados por geoprocessamento. Parâmetros de geologia, pedologia, forma do terreno, declividade do terreno, uso e cobertura do solo foram sistematizados em ambiente SIG por meio de operações matemáticas e inferência fuzzy para mapear as potenciais zonas erosivas. Os resultados obtidos indicam que 63% da bacia é constituída por áreas de potencial “Alto” e “Muito Alto” para o processo erosivo, o que requer uma necessidade urgente de implementação de estratégias de gestão e ordenamento territorial sustentável. Esta abordagem pode potencialmente contribuir para o processo de tomada de decisão na área de estudo e ser aplicada em outras bacias hidrográficas em todo o mundo.</em></p>
2023-10-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 João Vitor Roque Guerrero, Guilherme Augusto Verola Mataveli, Reinaldo Lorandi, José Augusto di Lollo, Alberto Gomes, Michel Chaves, Luiz Eduardo Moschini, Fabrizia Gioppo Nuneshttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/205031Homofobia e docência: as dificuldades que docentes homossexuais encontram na prática profissional2024-03-21T14:35:20-03:00Kevin Kriger Gomes de LimaAdelaine Ellis Carbonar dos Santos
<p>O presente artigo tem por objetivo compreender como a homofobia impacta na vivência profissional de docentes homossexuais, do município de Ponta Grossa, Paraná. Para tanto, foram realizadas 5 (cinco) entrevistas orientadas por um roteiro semiestruturado voltado a docentes gays da referida cidade, com vistas a identificar como a homofobia é (re)produzida através do espaço escolar e quais fatores a tornam um fenômeno institucional, visto que impacta a vivência profissional e particular destes profissionais. Posteriormente, as entrevistas foram transcritas, analisada e sistematizadas num banco de dados a partir do software livre e de código aberto LibreOffice, valendo-se da análise de conteúdo do discurso. A partir dos resultados, evidencia-se que os docentes sofreram atitudes homofóbicas em todos os níveis escolares, mesmo quando estes eram apenas discentes. Além disso, foi possível identificar que todas as esferas que compõem o espaço escolar propagam discriminações e preconceitos contribuindo para um continuum do fenômeno homofóbico. Desta forma, os professores são coagidos a não expressar sua sexualidade; sofrem censura por parte da coordenação e direção a respeito de discussões sobre esta temática; estão expostos a contínuos enfrentamento com discentes e demais equipe pedagógica; há uma maior cobrança em relação a sua prática profissional, além da dificuldade em se relacionar com demais colegas de profissão.</p>
2023-11-13T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Kevin Kriger Gomes de Lima, Adelaine Ellis Carbonar dos Santoshttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/200802Caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do rio Tapacurá, Pernambuco, Brasil2024-01-17T18:28:45-03:00Amaury Gouveia Pessoa Neto
<p>A caracterização morfométrica de uma bacia hidrográfica representa um importante mecanismo à gestão dos recursos hídricos, pois está diretamente relacionada ao seu regime hidrológico. Essas características podem ser obtidas a partir do processamento de Modelos Digitais de Elevação (MDE) em ambiente de Sistema de Informações Geográficas (SIG). O presente estudo buscou analisar as características morfométricas da bacia hidrográfica do rio Tapacurá, sub-bacia do rio Capibaribe que está localizada entre as mesorregiões Zona da Mata e Agreste do estado de Pernambucano, por meio de MDE proveniente de perfilamento a <em>laser</em> aerotransportado (LiDAR). Foi realizada a delimitação automática da bacia, a extração da sua rede hidrográfica e, consequentemente, a obtenção de seus parâmetros morfométricos geométricos, hidrográficos e de relevo. Pelos resultados, foi verificado que a bacia do rio Tapacurá possui um formato alongado, conferindo baixa propensão à enchentes, abrange um sistema de drenagem regular, seu canal principal tem um formato divagante e apresenta cotas altimétricas que variam de 40,06 m a 576,30 m. O conhecimento dessas características configura um importante instrumento na gestão e planejamento dos recursos hídricos da região, podendo ser utilizado como subsídio à tomada de decisão por gestores e/ou profissionais da área, a fim de fundamentar a elaboração de políticas públicas que proporcionem a convivência harmoniosa entre a população e os recursos hídricos.</p>
2023-11-08T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Amaury Gouveia Pessoa Netohttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/199016Reorganização fluvial em paisagens serranas: análise preliminar da interação entre processos gravitacionais e fluviais na Serra da Prata, litoral do Paraná2024-03-21T14:54:48-03:00Otacílio Lopes de Souza da PazEduardo Vedor de Paula
<p>Corridas de lama e detritos são eventos que podem resultar em expressivas mudanças nos sistemas fluviais. Apesar desses eventos serem frequentemente relatados na literatura, sobretudo, na Serra do Mar, a abordagem da interação processos gravitacionais e processos fluviais ainda é tema em aberto no campo da Geomorfologia. Assim, considerando a Serra da Prata (litoral do Paraná) como recorte de estudo, objetiva-se analisar as reorganizações fluviais impostas pelas corridas de lama e detritos ocorridas em março de 2011, a partir da análise temporal da forma em planta de três canais fluviais (rios Jacareí, Tingidor e Santa Cruz) obtidos por dados de sensoriamento remoto. Para tal, foi proposta uma classificação de processos de reorganização fluvial considerando a interação entre processos fluviais e gravitacionais. Foram identificados 12 pontos de reorganização fluvial, divididos entre os processos de formação de canais (7), corte/desvio (4) e captura (1). O rio Jacareí apresentou o maior número de pontos de reorganização fluvial (7). Os processos de formação de canais e corte/desvio ocorreram tanto em porções elevadas do relevo (com alta declividade) como em trechos da planície de inundação. O processo de captura ocorreu na porção média das vertentes da Serra da Prata em função do rompimento de margens pelas corridas de lama e detritos. Recomenda-se que sejam realizados estudos visando identificar estes processos em outros rios da Serra do Mar afetados por corridas de lama e detritos, bem como os debates sobre os conceitos empregados para analisar estas mudanças resultantes da interação de processos gravitacionais e fluviais.</p>
2023-08-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Otacílio Lopes de Souza da Paz, Eduardo Vedor de Paulahttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/195805Redes políticas no circuito espacial de produção da madeira no Paraná2024-01-17T18:28:45-03:00Patricia SantosMárcia da Silva
<p>O processo de globalização cria novas formas e novos conteúdos aos espaços, especialmente aos elementos relacionados às mudanças tecnológicas (fluxos de informações) na reprodução do capital. Diante dessas novas formas e conteúdos elencamos a dinâmica da teoria dos circuitos espaciais de produção. A partir desses elementos buscamos como objetivo compreender o circuito espacial de produção da madeira, tendo como enfoque a relação dos elementos político-econômicos deste processo,expostos pela dinâmica das redes políticas, na configuração territorial no Paraná. Para isso, utilizamos da base teórico-metodológica das redes para identificar os círculos de cooperação e apontar os elementos determinantes para definir o poder de decisão e localização dos atores. Consideramos desta forma, a partir de uma metodologia específica das redes políticas, onde procuramos analisar e traçar, o perfil dos atores presentes no circuito espacial de produção da madeira e suas respectivas relações, que neste caso são compreendidas do ponto de vista político e econômico. Utilizamo-nos, desta forma, dos elementos dispostos a partir da aplicação de questionário com dez atores pesquisados e, toda uma rede de dados sobre o setor. Consideramos, portanto, que elementos como a circularidade, presente na dinâmica dos circuitos e evidenciada pelas relações político-econômicas dos círculos de cooperação, expõe-se na configuração de uma rede política dotada de poder.</p>
2023-07-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Patricia Santos, Márcia da Silvahttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/198854Fragmentação espacial de bosques de mangue em um sistema estuarino semiárido do Nordeste do Brasil2024-01-17T18:28:45-03:00Yuri Gomes de SouzaJanaina Barbosa da SilvaDiógenes Félix da Silva Costa
<p>Considerando a ampla ocorrência de manguezais em estuários hipersalinos do litoral semiárido do Brasil, cria-se uma demanda por estudos que indiquem como esse ecossistema tem se distribuído nas paisagens fluviomarinhas. Essa pesquisa buscou analisar a fragmentação espacial da vegetação de mangue que ocorre na zona estuarina do Rio Piranhas-Açu (RN), a partir de três etapas: 1) Levantamento bibliográfico de documentos nacionais e internacionais para subsidiar o trabalho; 2) Mapeamento dessa vegetação nos anos de 2008 e 2021; e 3) Aplicação de métricas de paisagem de área, forma e proximidade, utilizando um Sistema de Informação Geográfica. Em se tratando dos resultados, esses indicaram uma redução de 329,8 ha de mangue e um aumento de 230 manchas contíguas destes bosques, em pouco mais de uma década. Os dosséis com área inferior a 20 ha representaram mais de 88% da ocupação em ambos os anos. Esse valor reverberou na resposta dos parâmetros de forma, o qual indicou que mais de 50% dos mesmos encontraram-se irregulares, apresentando uma influência importante da relação entre o perímetro e a área. Com a formação de bosques adjacentes, a métrica do vizinho mais próximo informou que a distância euclidiana menor igual a 30 m representou mais de 75% dos padrões espaciais. Portanto, a perda de ocupação de mangue e a sua fragmentação podem vir a progredir em um futuro próximo, caso não sejam realizadas ações de monitoramento deste processo, assim como recuperação de áreas que estejam degradadas.</p>
2023-07-27T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Yuri Gomes de Souza, Janaina Barbosa da Silva, Diógenes Félix da Silva Costahttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/205190Análise espaço-temporal e extrema da erosividade da chuva na região centro-leste do Estado de São Paulo, Brasil2024-01-17T18:28:45-03:00Talyson BolleliBruno SantosRafael SanchesRodrigo MoreiraVandoir BourscheidtPaulo Henrique de SouzaFrederico Mauad
<p>A degradação do solo tem se tornado um dos mais importantes problemas ambientais do mundo devido ao rápido crescimento populacional, intensificação dos processos erosivos e aumento do aquecimento global. Buscando uma maneira eficiente de obtenção de dados para o cálculo da Erosividade o presente estudo tem como objetivo articular as análises dos dados de chuva com as técnicas de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto. Foram utilizados 31 postos pluviométricos para aquisição dos dados de superfície, após as classificações anuais, foram selecionados dois anos extremos da erosividade, sendo um ano chuvoso e outro ano seco. Entre os anos extremos selecionados, foi realizada a classificação mensal da perda de solo para os doze meses de cada ano representativo. Por último, foi aplicado o cálculo da perda de solo por meio da RUSLE, com o propósito de mostrar como os valores de erosividade em anos extremos de chuva e de seca contribuem para o processo da perda do solo na área de estudo. Os resultados obtidos, mostram que a erosividade da chuva variou de 4800 a 11100 Mj.mm.ha-1.h-1.ano-1, com a média observada de 7950 Mj.mm.ha-1.h-1.ano-1. A RUSLE estimou perdas médias de solo para a área de 8,2 Mg ha-1 ano-1 e 5,4 Mg ha-1 ano-1 para os anos de 1983 e 2014 respectivamente. Portanto, entender a dinâmica da Erosividade associadas as perdas de solo pode auxiliar no planejamento do manejo sustentável e destaca-se a importância de minimizar a erosão hídrica.</p>
2023-09-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Talyson de Melo Bolleli, Bruno César dos Santos, Rafael Grecco Sanches, Rodrigo Martins Moreira, Vandoir Bourscheidt, Paulo Henrique de Souza, Frederico Fábio Mauadhttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/181220O nome da rua, da avenida e da praça : a mudança de denominação dos logradouros do Centro de Fortaleza (1810 – 1933)2024-01-17T18:28:46-03:00Gleilson Angelo da Silva
<p>Os logradouros fazem parte da morfologia urbana e são elementos fundamentais para o fluxo intenso, sobretudo nas metrópoles e grandes cidades. Fortaleza se insere neste contexto a partir do bairro Centro e seu conjunto de logradouros refletindo a Geografia e a História da capital que passou por profundas transformações que podem ser observadas até hoje tanto pelo seu traçado quanto pelos nomes de ruas, avenidas, becos, travessas e praças. Partindo de 1810 quando houve o primeiro levantamento de ruas até a década de 1930 muitas foram as transformações que os logradouros passaram tanto em sua forma física (padronização) quanto em sua parte simbólica (antigas denominações que expressavam hábitos e costumes de uma época) resultando numa miscelânea toponímica. O estudo do espaço urbano e como ele foi modificado, juntamente com a toponímia, enfatizou alguns processos que fizeram da vila de Fortaleza a grande metrópole ainda no século XX e estes vestígios estão presentes nas nomenclaturas que ainda permanecem. A partir de leis, códigos de posturas, atas da câmara municipal, crônicas e livros de memorialistas, dentre outros foi possível reaver nomes que foram substituídos e, aliado a um método de regressão e progressão, viabilizou-se a criação de quadros a partir de materiais cartográficos auxiliando na compreensão dessas alterações até os dias de hoje. Os nomes dos logradouros são o reflexo de todos os processos que estão aliados aos âmbitos da política, da economia, da geografia, da história, da memória, do social e cultural.</p>
2023-06-30T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Gleilson Angelo da Silvahttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/198663Cartografia de síntese e as escalas horizontais e verticais da paisagem: estudo sobre suscetibilidade às inundações e alagamentos em Lavras - MG2024-03-21T14:58:30-03:00Thiago Gonçalves SantosSílvia Elena VentoriniAndréa Aparecida Zacharias
<p>As inundações são os desastres de maior recorrência no Brasil nos últimos anos; assim, o conhecimento da dinâmica natural dos cursos hídricos durante o período chuvoso é de extrema importância, pois auxilia na redução dos prejuízos causados pelas inundações. A ocupação destas áreas corresponde a uma das principais ações que vão provocar impactos durante o período chuvoso, causando prejuízos às populações a partir das ocorrências de inundações que ocupam toda área de várzea. Este artigo tem como objetivo apresentar a cartografia de síntese no detalhamento da suscetibilidade às inundações a partir de dados cartográficos e secundários em microescala, de modo que os resultados contribuam para sistematizar propostas metodológicas de acordo com os pressupostos da Cartografia Ambiental. A área de estudo compreende um trecho da planície de inundação do Ribeirão Vermelho, localizada no Bairro Esplanada, área urbana do município de Lavras/MG, Brasil. A fundamentação teórico-metodológica teve como base a Teoria Geral dos Sistemas aplicada na Geografia Física. Os materiais são compostos por dados cartográficos e secundários em microescala, que foram organizados e trabalhados no ArcGis® 10.7. A partir do mapeamento analítico das condições topográficas e antrópicas na área, foi possível realizar as análises da estrutura vertical e horizontal da paisagem. Os resultados indicam o grau de suscetibilidade às inundações e alagamentos a partir da organização das classes de Muito Baixo (1) a Muito Alto (5), subdivido em setores de acordo com a relevância das interações sistêmicas.</p>
2023-08-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Thiago Gonçalves Santos, Sílvia Elena Ventorini, Andréa Aparecida Zachariashttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/208231Crônicas de campo na Guiana venezuelana : Natureza, circulação e garimpos na rodovia Troncal 102023-08-03T16:31:00-03:00Gutemberg de Vilhena SilvaClícia Di Miceli
<p>Este texto, no formato crônica de campo, analisa algumas questões pertinentes sobre o transporte rodoviário pela <em>Trans-rodoguianense</em> tomando como referência a via venezuelana Troncal 10. Esta via acima mencionada é composta por um conjunto de rodovias dos cinco países amazônicos na região das Guianas: Brasil, Guiana Francesa (França), Suriname, República da Guiana e Venezuela. No texto destacamos: uma vegetação bem diversificada no trajeto, o relevo mais peculiar da região, as comunidades indígenas, o perigoso trajeto e as zonas garimpeiras. Por fim, trazemos algumas considerações sobre as cidades fronteiriças de Santa Elena do Uairén (VE) e Pacaraima (BR). Para tanto, a principal base metodológica foi o trabalho de campo que nos possibilitou vários registros fotográficos, entrevistas abertas e consulta documental. Concluímos que o problema socioeconômico que a Venezuela passa na última década tem sido dramático para a vida das pessoas ao menos no trajeto percorrido. Garimpos, guerrilhas e grupos civis armados sintetizam os grandes desafios para se re-construir relações econômicas e ambientalmente mais adequadas para um futuro melhor para o povo venezuelano ao longo da Troncal 10. As cidades gêmeas de Pacaraima (BR) e Santa Elena do Uairén (VE) demonstram claramente a mudança de relações socioeconômicas estabelecidas entre elas ao menos na última década. A primeira deixou de ser uma cidade de poucos moradores, quase todos brasileiros, e inexpressiva dimensão econômica, para ser um importante entreposto comercial e abrigar como moradia muito mais venezuelanos do que brasileiros.</p>
2023-07-11T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Gutemberg de Vilhena Silva, Clícia Di Micelihttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/199115Como analisar e interpretar a economia urbana na contemporaneidade? Leituras a partir de uma abordagem multidisciplinar2024-01-17T18:28:46-03:00Renan Augusto Ramos
<p>Os problemas existentes no mundo do trabalho crescem em escala global devido aos processos de precarização, reestruturação produtiva e globalização neoliberal. A partir disso, estratégias alternativas de geração de trabalho e renda ganham relevância tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Esse artigo oferece algumas considerações teóricas que são capazes de explicar a diversidade econômica existente, sobretudo, no Sul global. A base empírica de investigação foi o município de Araraquara, localizado no estado de São Paulo. As feiras no espaço público são vistas como espaços econômicos alternativos que favorecem essas estratégias de geração e/ou complementação da renda dos grupos sociais. Após análise crítica dos dados levantados na feira intitulada “Rolêfeira”, o artigo propõe, em caráter exploratório, a ideia de “economia criativa e popular” para interpretar uma parcela da realidade econômica encontrada no espaço urbano das cidades. Essa proposta conceitual abrange as atividades econômicas que surgem como respostas à precariedade e aos baixos salários encontrados no mercado de trabalho. O princípio da criatividade é visto enquanto um processo cognitivo que transforma certo conhecimento e habilidade em uma atividade econômica capaz de gerar renda. Em síntese, o artigo chama a atenção para as várias formas de organização socioeconômica dos sujeitos devido às dificuldades e pressões vivenciadas na esfera da reprodução social.</p>
2023-05-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Renan Augusto Ramoshttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/198453Ocupação urbana e processos antropogeomorfológicos em Teresina, PI : considerações a partir da abordagem histórica2024-01-17T18:28:45-03:00Hikaro Kayo de Brito NunesFrederico de Holanda Bastos
<p>A utilização da abordagem histórica como recurso para compreensão das interferências e processos antropogeomorfológicos é uma importante estratégia como forma de contribuir com as alterações ocorridas em um dado lugar, a depender da escala espacial escolhida e recorte temporal adotado. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo, a partir de uma abordagem histórica, compreender a relação existente entre ocupação urbana e os processos antropogeomorfológicos em Teresina (Piauí) desde a sua fundação, em 1852. Metodologicamente foram adotadas uma série de estratégias que possibilitassem o alcance do objetivo proposto, tanto associada a documentos históricos quanto atividades de campo, registro fotográfico, utilização de redes sociais e classificação das feições antropogênicas (com utilização da classificação do British Geological Survey). As alterações nas características geomorfológicas acompanham a história urbana de Teresina desde a sua fundação, considerando que a escolha do terreno se deu justamente pelo relevo plano, além da presença dos rios Parnaíba e Poti, contudo, o terreno não era tão plano como os planejadores pensavam. A existência de riachos, lagoas, morrotes e baixas colinas tanto na área quanto no entorno, fato que contribuiu para a dificuldade da expansão urbana em alguns vetores, desencadeando, de 1852 (planícies e terraços fluviais) aos anos atuais (vertentes e topos de morros), a existência de terrenos classificados em <em>made ground</em>, <em>worked ground</em>, <em>infilled ground </em>e <em>disturbed ground</em>, somados a canalização, tamponamento e aterramento de riachos e lagoas, construção de diques e depósitos antropogênicos diversos, cortes e descaracterização de vertentes, além da existência de cavas de mineração.</p>
2023-07-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Hikaro Kayo de Brito Nunes, Frederico de Holanda Bastoshttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/197776 Proposta metodológica de mapeamento da vulnerabilidade à erosão: aplicação na bacia hidrográfica do Rio Santa Maria, RS2024-01-17T18:28:46-03:00Carina PetschAnderson Augusto Volpato SccotiRomario TrentinLuís Eduardo de Souza Robaina
<p>A espacialização de informações físico-naturais e antrópicas em bacias hidrográficas propicia um entendimento sistêmico da unidade e o desenvolvimento de estratégias de planejamento frente a processos erosivos. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa é propor um método de mapeamento da vulnerabilidade à erosão para a Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria (BHRSM), localizada no sudoeste gaúcho. A área de estudo foi escolhida por apresentar o desenvolvimento de feições erosivas documentadas por outros autores. A metodologia envolveu a atribuição de pesos para as variáveis de geologia, solos, uso da terra, erosividade da chuva e elementos de Geomorphons com posterior cruzamento em ambiente SIG. O modelo demonstrou que a BHRSM apresenta uma vulnerabilidade natural à erosão decorrente da presença de rochas sedimentares friáveis, embora o sobrepastoreio na porção ocupada pelo gado venha aumentado a degradação do solo e fomentando o transporte de sedimentos. Ademais, a introdução da soja propicia a exposição do solo em determinados períodos do ano, ocasionando a erosão. O modelo indicou, de forma inédita, a associação das porções com maior presença de feições erosivas à maior erosividade média anual da chuva na BHRSM. O modelo também apresentou como vantagem a possibilidade de mudança de classe de vulnerabilidade em decorrência da variação da erosividade e uso da terra, dados que apresentam mudanças anuais na BHRSM. Tendo em vista a situação de vulnerabilidade à erosão, é necessário desenvolver estratégias de manejo, sobretudo para a formação campestre e culturas temporárias, a fim de minimizar os danos dos processos erosivos.</p>
2023-05-16T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Carina Petsch, Anderson Augusto Volpato Sccoti, Romario Trentin, Luís Eduardo de Souza Robainahttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/197486Avaliação conceitual e síntese de ferramentas metodológicas na determinação da sensibilidade à erosão e inundação costeira2024-01-17T18:28:46-03:00Giseli Modolo Vieira MachadoJacqueline Albino
<p>A identificação de seções da costa sensíveis ao aumento do nível do mar é necessária para uma gestão mais eficaz da zona costeira, a fim de aumentar a resiliência e ajudar a reduzir os impactos. Porém, a diversidade de sistemas costeiros e as diferenças regionais de aumento relativo do nível do mar fazem com que a resposta para os fenômenos de erosão e inundação costeira não sejam uniformes no globo. Por isto, a avaliação da sensibilidade costeira assume o ponto de partida para a avaliação da vulnerabilidade. No entanto, desafios metodológicos são decorrentes desta difícil tarefa de compreender e avaliar a dinâmica dos ecossistemas costeiros. Além disso, inconsistências conceituais em torno do termo vulnerabilidade podem gerar incompreensões metodológicas e o emprego distraído de certas variáveis pode comprometer os índices de sensibilidade costeira. Este artigo se propõe a contribuir com uma base conceitual e metodológica destinada aos pesquisadores que irão iniciar na jornada de mapeamento da sensibilidade costeira; apresentando uma síntese das principais ferramentas de avaliação da vulnerabilidade e discutindo o significado das variáveis físicas mais utilizadas para a classificação da sensibilidade costeira. Independente da abordagem metodológica adotada, o pesquisador deve ter ciência das limitações da ferramenta, onde a escolha das variáveis é também uma questão de escala, pois o detalhamento das feições morfológicas e dos processos se faz necessário em escala local.</p>
2023-05-30T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Giseli Modolo Vieira Machado, Jacqueline Albinohttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/194831Ecoturismo e monitoramento de unidade de conservação: possibilidade de geração de renda e proteção ambiental no PETeR (GO), Brasil2024-01-17T18:28:46-03:00Paulo Roberto Ferreira de Aguiar JuniorJuliana Ramalho Barros
<p>A Lei Federal n° 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), é foco de um debate em diversos campos sobre sua efetividade. As UCs se dividem em dois grupos: Proteção Integral (PI) e Uso Sustentável (US), sendo que o ponto mais significativo a diferi-las é a restrição em sua utilização. Entre as utilizações possíveis está o turismo, mais especificamente o ecoturismo. Esse segmento tem como alicerces a conservação ambiental, a geração de renda e a educação ambiental, o que coaduna com as orientações do SNUC. O objetivo deste trabalho é compreender a importância do ecoturismo nas Unidades de Conservação para a prática conservacionista da biodiversidade, assim como gerar receitas ao mesmo tempo. Ademais, apresenta as UCs como ferramentas de contenção do avanço da fronteira agrícola em áreas ainda não degradadas pela ação antrópica. Foi possível verificar, por meio do recorte espacial, Parque Estadual Terra Ronca (PETeR-GO), que este contribui para a conservação de espécies. O PETeR está localizado em uma área de tensão agrícola, na região Nordeste do Estado de Goiás, onde talvez o único empecilho de expansão seja o Parque. No que tange aos aspectos econômicos, não foi possível apresentar dados devido à falta de monitoramento, contudo, para tal reflexão foram utilizados trabalhos sobre as UCs federais que possuem monitoramento e, assim, foi possível estimar os ganhos com a visitação. Em vista do que se pensa sobre a prática ecoturista, bem como os objetivos das UCs, pode-se falar que há possibilidades concretas para a geração de renda e, também, para a conservação ambiental.</p>
2023-05-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Paulo Roberto Ferreira de Aguiar Junior, Juliana Ramalho Barroshttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/196408Utilização de diferentes derivações do modelo Shalstab como ferramenta de auxílio ao monitoramento da suscetibilidade de movimento de massa em bacias hidrográficas com presença de ativos de transmissão de energia2024-01-17T18:28:46-03:00Jéssica GerenteEdna Lindaura Luiz Francisco Caruso Gomes Junior Lucas Antônio Providelo Guilherme Marchiori
<p>O objetivo deste trabalho é avaliar a utilização do modelo Shalstab para realizar um diagnóstico da suscetibilidade a movimentos de massa considerando três diferentes abordagens: i) Shalstab em nível de risco (resultado da razão log(q/t)) pixel-a-pixel; ii) Shalstab em nível de risco generalizado por bacias e; iii) Chuva crítica diária necessária para deflagração de ruptura (Shalstab em termos de “q” - precipitação). A área de estudo se refere a bacias hidrográficas que intersectam uma linha de transmissão situada na Serra do Mar Paranaense e para a parametrização dos valores geotécnicos utilizados na modelagem adotou-se uma abordagem espacializada que leva em conta a variabilidade da tipologia geológica da área. As cicatrizes de movimento de massa utilizadas para validação dos resultados indicam que ambas as abordagens do modelo em nível de risco (pixel-a-pixel e generalizado por bacias) foram capazes de identificar com um bom nível de acerto as áreas mais suscetíveis. Em relação aos limiares de chuva crítica para provocar rupturas na área de estudo, precipitações acima de 100mm/dia são perigosas para muitos locais. Esse valor de precipitação é bastante comum na região, o que indica necessidade de atenção, sobretudo em momentos com configurações pluviométricas próximas a esse limiar.</p>
2023-05-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Jéssica Gerente, Edna Lindaura Luiz , Francisco Caruso Gomes Junior , Lucas Antônio Providelo , Guilherme Marchiori https://revistas.usp.br/rdg/article/view/197320Proposta metodológica para identificar o uso possível das terras em áreas rurais degradadas por processos erosivos2024-01-17T18:28:45-03:00Felipe Augusto Scudeller ZanattaCenira Maria Lupinacci
<p><strong> </strong>A perda e o desperdício de recursos naturais é um paradigma da sociedade atual, sobretudo nas áreas agrícolas, onde o uso indevido das terras acaba por intensificar a erosão do solo. Nesse sentido, esta pesquisa apresenta uma proposta metodológica para identificar o uso agrícola adequado às características dos terrenos, assim como aqueles setores que precisam ser recuperados e protegidos, para assegurar a estabilidade dos solos e dos processos ecológicos. Para tanto, selecionou-se como área modelo um conjunto de bacias localizadas no município de Marabá Paulista (SP), totalmente utilizadas para agropecuária, onde se encontram centenas de formas erosivas. Nessa área, foram mapeadas características físicas, do uso e cobertura da terra, das feições geomorfológicas em perspectiva histórica e áreas legalmente protegidas. Os dados dos mapeamentos foram analisados por meio das metodologias da Geoecologia da Paisagem, da cartografia geomorfológica retrospectiva e do Sistema de Capacidade de Uso das Terras. A partir da avaliaçãodestas metodologias, elaboraram-seduas árvores de decisão, em que a combinação dos elementos indica o uso possível dos terrenos, norteando dois mapeamentos: ideal e viável, este com menor número de variáveis a serem utilizadas. Como resultado, os mapeamentos permitiram indicar padrões futuros de uso da terra que respeitam as limitações físicas e o histórico de uso dos terrenos. Buscou-se ainda incorporar a noção de vizinhança a estes padrões, compreendendo que as feições erosivas tendem a se expandir para o entorno.</p>
2023-07-27T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Felipe Augusto Scudeller Zanatta, Cenira Maria Lupinaccihttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/207525Apresentação do dossiê2023-02-01T15:48:18-03:00Mateus de Almeida Prado SampaioRodrigo Accioli Almeida Fernando Shinji Kawakubo
<p>Bem-aventurados os que não entendem nem aspiram a entender de futebol, pois deles é o reino da tranquilidade;</p> <p>Bem-aventurados os que, por entenderem de futebol, não se expõem ao risco de assistir às partidas, pois não voltam com decepção ou enfarte;</p> <p>[...]</p> <p>Bem-aventurados os que não conseguiram comprar televisão a cores a tempo de acompanhar a Copa do Mundo, pois, assistindo pelo aparelho do vizinho, sofrem sem pagar vinte prestações pelo sofrimento;</p> <p>[...]</p> <p>Bem-aventurados os que nasceram, viveram e se foram antes de 1863, quando se codificaram as leis do futebol, pois escaparam dos tormentos da torcida, inclusive dos ataques cardíacos infligidos tanto pela derrota como pela vitória do time bem-amado;</p> <p>[...]</p> <p>Bem-aventurados os que, depois de escutar este sermão, aplicarem todo o ardor infantil no peito maduro para desejar a vitória do selecionado brasileiro nesta e em todas as futuras Copas do Mundo, como faz o velho sermoneiro desencantado, mas torcedor assim mesmo, pois para o diabo vá a razão quando o futebol invade o coração</p> <p>Carlos Drummond de Andrade</p> <p>“Sermão da planície (para não ser escutado)”</p> <p>In “Quando é dia de futebol”</p> <p>São Paulo: Companhia das Letras, 2014</p> <p>Fragmentos das páginas 82 e 83</p> <p> </p> <p>O dossiê temático “ESPECIAL COPA DO MUNDO 2022: GEOGRAFIAS DO FUTEBOL - CONEXÕES POSSÍVEIS” publicado pela Revista do Departamento de Geografia (RDG) da FFLCH/USP é uma seleção de textos e autores que visam apresentar uma amostra de aspectos da pluralidade de discussões possíveis de serrem feitas a partir do tema futebol. E o fazem não apenas por aproximações provenientes do campo da geografia, mas também de outras disciplinas e ciências sociais que estendem os pés e as mãos a este esporte.</p> <p>Este volume é composto por autoras/es da área da geografia, mas também de outros ramos, que abordaram temas de amplo interesse geográfico, ainda que por meios, teorias ou métodos que não aqueles considerados eminentemente geográficos. O futebol é um tema que ultrapassa limites sobre o qual a diversidade de pontos de vista só pode (e deve) servir para agregar e somar. É universal. Futebol é lazer, é encontro, é música, é festa, é consumo, é resistência e também é identidade. Em suma, não “é” futebol, são “futebóis”, não havendo espaço aqui para discussões acerca de um produto cultural único.</p> <p>Gostaríamos que este dossiê fosse um marco, uma ponte e um convite, voltado a fomentar discussões sobre as multiplicidades de “futebóis” existentes tanto na sociedade brasileira quanto no mundo de modo mais amplo.</p> <p>Em tempo, saudamos a memória do nosso primeiro camisa 10 na temática, Prof. Gilmar Mascarenhas de Jesus, que se foi precocemente. Com certeza um desfalque sentido pela comunidade acadêmica nos bate-papos e bate-bolas ligados à temática futebolística. À Gilmar Mascarenhas este dossiê presta uma singela, mas muito honesta homenagem.</p> <p>Esperamos, desse modo, que o dossiê ora apresentado seja o ponto de partida para novas reflexões e debates acerca de esportes e da Geografia dos Esportes. Que seja um convite para novas pesquisas, estimulando e encorajando pesquisadoras e pesquisadores a contribuírem com esse debate tão rico e importante. E que atribua o valor merecido ao contínuo processo de construção do conhecimento em suas mais amplas perspectivas.</p> <p>Só não sugerimos que sua leitura seja feita num estádio vazio. Afinal, como bem disse Eduardo Galeano, não há nada mais ruidoso e barulhento do que um estádio sem ninguém nas arquibancadas.</p> <p>Com os votos de boa leitura.</p> <p>18 de dezembro de 2022, dia de Messi e Mbappé</p>
2023-02-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Mateus de Almeida Prado Sampaio, Rodrigo Accioli Almeida , Fernando Shinji Kawakubohttps://revistas.usp.br/rdg/article/view/202895A internacionalização da seleção brasileira (1930-2022)2023-02-02T18:53:51-03:00Mateus de Almeida Prado Sampaio
<p>O artigo analisa, de modo retrospectivo, o processo de ampliação e diversificação no número de times profissionais de futebol que enviaram atletas para compor a seleção brasileira em cada uma das Copas do Mundo ocorridas. O período pesquisado inicia-se em 1930 e finda em 2022. O objetivo inicial é traçar um panorama cartográfico dos dados levantados, relacionados aos atletas convocados em cada edição da disputa, para que este material subsidie a análise geográfica do fenômeno abordado, qual seja, a série de “modernizações” e “internacionalizações” pelas quais o futebol passou (sobretudo o futebol brasileiro). A composição dos elencos analisados permitiu caracterizar o processo de ampliação geográfica do raio de alcance da lista de jogadores convocados para representar o Brasil nas Copas do Mundo, permitindo formular novas hipóteses e tecer considerações sobre o processo histórico de desenvolvimento desse esporte. Como resultado, foram identificados cinco subperíodos sucessivos, representados no texto pelos seguintes subitens: 3.1 – Definição das regras do jogo (1863-1904); 3.2 – Amadurecimento do futebol no Brasil (1894-1950); 3.3 - Futebol brasileiro torna-se hegemônico (1954-1978); 3.4 – Mundialização da FIFA e do futebol brasileiro (1982-1998); 3.5 – Rumo à internacionalização absoluta da seleção brasileira? (2002-2022). Aborda-se, em plano complementar, como as tecnologias de transmissão, interconectividade e globalização impactam esse processo como um todo.</p>
2023-02-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Mateus de Almeida Prado Sampaio