Liberdade e escravidão no pensamento estoico romano: uma leitura da Consolatio ad Polybium, de Sêneca

Autores

  • Fabio Duarte Joly Universidade Federal de Ouro Preto

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2017.111300

Palavras-chave:

Roma, Estoicismo, Sêneca, Escravidão

Resumo

A Consolatio ad Polybium, escrita por Sêneca durante seu exílio na Córsega, e endereçada a Políbio, liberto imperial de Cláudio, tem sido interpretada pela historiografia moderna sob duas perspectivas. Por um lado, é discutida sua estrutura literária, tendo em vista o gênero da consolação na Antiguidade. Por outro lado, análises históricas buscam perceber como o filósofo apresenta o imperador Cláudio nos quadros de uma reflexão estoica sobre o poder imperial. Embora ambas as análises sejam pertinentes, o objetivo deste artigo volta-se para o próprio retrato do liberto por Sêneca e como este se conforma a um determinado pensamento estoico sobre a escravidão em que o liberto é retratado como inelutavelmente preso ao passado servil, uma vez que sua forma de pensar e agir não consegue desvencilhar-se do período de escravidão.

 

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Fabio Duarte Joly, Universidade Federal de Ouro Preto

    Doutor em História pelo Programa de pós-graduação em História Econômica do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.  Membro do Laboratório de Estudos sobre o Império Romano (LEIR) e bolsista de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Professor associado de História Antiga no Departamento de História/UFOP. 

     

Referências

Referências bibliográficas

ANDRÉ, Carlos Ascenso. Trilhos de evasão: estratégia retórica de Sêneca nas consolações ad Helviam e ad Polybium. Humanitas, Coimbra, vol. 47, 1995, p. 593-615.

AndrÉ, Jean-Marie. L’esclavage sous Néron : statut juridique et condition réelle. In: CROISILLE, Jean-Michel & FAUCHÈRE, Pierre. Neronia 1977 : Actes du 2º colloque de la Société Internationale d’Études Néroniennes. Clermont-Ferrand: Adosa, 1982, p. 13-22.

ATKINSON, John. Seneca’s Consolatio ad Polybium. Aufstieg und Niedergang der römischen Welt, II.32.2, 1985, p. 860-883.

BARJA DE QUIROGA, Pedro Lopez. Junian Latins: status and numbers. Athenaeum, Como, vol. 86, n. 1, 1998, p. 133-163.

BORBONUS, Dorian. Columbarium tombs and collective identity in Augustan Rome. Cambridge: Cambridge University Press, 2014.

BRIQUEL, Dominique. Petite histoire d’une grande idée : l’ouverture de la citoyenneté aux anciens esclaves, source de la puissance de Rome. Acta Classica, Pretoria, vol. 36, 2000, p. 31-49.

Buckland, William. The Roman law of slavery. Cambridge: Cambridge University Press, 1908.

CASSIUS, Dio. Roman History, vol. 2. Translated by Earnest Cary and Herbert B. Foster. Cambridge: Harvard University Press, 1924. (Loeb Classical Library).

DOPP, Siegmar. Claudius in Senecas Trostschift an Polybius. In: STROCKA, Volker (ed.). Die Regierungszeit des Kaiser Claudius (41-54 n. Chr.): Umbruch oder Episode? Mainz: Philipp von Zabern, 1994, p. 295-306.

EDWARDS, Catharine. Free yourself!: slavery, freedom and the self in Seneca’s letters. In: BARTSCH, Shadi & WRAY, David (ed.). Seneca and the self. Cambridge: Cambridge University Press, 2009, p. 139-159.

FANTHAM, Elaine. Dialogues of displacement: Seneca’s consolations to Helvia and Polybius. In: GAERTNER, Jan. (ed.). Writing exile: the discourse of displacement in Greco-Roman Antiquity and beyond. Leiden: Brill, 2007, p. 173-192.

FAVERSANI, Fábio. Entre a República e o Império: apontamentos sobre a amplitude desta fronteira. Mare Nostrum, São Paulo, n. 4, 2013, p. 100-111.

GALVÃO-SOBRINHO, Carlos. Feasting the dead together: household burials and the social strategies of slaves and freed persons in the early Principate. In: BELL, Sinclair & RAMSBY, Teresa (ed.). Free at last!: the impact of freed slaves on the Roman Empire. London: Bristol Classical Press, 2012, p. 130-176.

GARDNER, Jane. The purpose of the Lex Fufia Caninia. Echos du Monde Classique/Classical Views, Toronto, vol. 35, 1990, p. 21-39.

GARNSEY, Peter. Ideas of slavery from Aristotle to Augustine. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.

GLOYN, Liz. Show me the way to go home: a reconsideration of Seneca’s De consolatione ad Polybium. American Journal of Philology, Baltimore, vol. 135, n. 3, 2014, p. 451-480.

GRIFFIN, Miriam. Seneca: a philosopher in politics. Oxford: Oxford University Press, 1976.

INWOOD, Brad. Reading Seneca: Stoic philosophy at Rome. Oxford: Oxford University Press, 2005.

JOLY, Fábio Duarte. Libertate opus est: escravidão, manumissão e cidadania à época de Nero (54-68 d.C.). Curitiba: Progressiva, 2010.

KOOPS, Egbert. Masters and freedmen: Junian Latins and the struggle for citizenship. In: DE KLEIJN, Gerda & BENOIST, Stéphane (ed.). Integration in Rome and in the Roman world: proceedings of the Tenth Workshop of the International Network Impact of Empire (Lille, June 23-25, 2011). Leiden: Brill, 2014, p. 105-126.

KURTH, Thomas. Senecas Trostschrift an Polybius: dialog 11. Stuttgart: Teubner, 1994.

MILLER, Joseph. The problem of slavery as history: a global approach. Yale: Yale University Press, 2012.

MORLEY, Neville. Slavery under the Principate. In: BRADLEY, Keith & CARTLEDGE, Paul (org.). The Cambridge world history of slavery, vol. 1. Cambridge: Cambridge University Press, 2011, p. 265-286.

MOURITSEN, Henrik. The freedman in the Roman world. Cambridge: Cambridge University Press, 2011.

OSGOOD, Josiah. Claudius Caesar: image and power in the Early Roman Empire. Cambridge: Cambridge University Press, 2011.

Patterson, Orlando. Slavery and social death: a comparative study. Massachusetts: Harvard University Press, 1982.

PIERINI, Rita Degl’Innocenti. Tra Ovidio e Seneca. Bologna: Pàtron Editore, 1990.

ROLLER, Matthew. Constructing autocracy: aristocrats and emperors in Julio-Claudian Rome. Princeton: Princeton University Press, 2001.

SÊNECA. Des bienfaits. Tradução de François Préchac. Paris: Les Belles Lettres, 1926-1928. 3 vol.

SÊNECA. Dialogues: Consolations. Tradução de René Waltz. Paris: Les Belles Lettres, 1950.

SÊNECA. Epistulae Morales. Cambridge: Harvard University Press, 1979. 2 vol. (Loeb Classical Library).

SÊNECA. Cartas a Lucílio. Tradução de J. Segurado e Campos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1991.

SÊNECA. Consolação a Políbio. Tradução de Matheus Trevizam e Ana Araújo Grossi Ribeiro. Belo Horizonte: FALE: UFMG, 2007.

SUETONIUS. De vita Caesarum libri. Stuttgart: Teubner, 1958.

Tacite. Annales. Tradução de Henri Goelzer. Paris: Les Belles Lettres, 1953. 3 vol.

THORSTEINSSON, Runar. Roman Christianity and Roman Stoicism: a comparative study of ancient morality. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

WEAVER, Paul R. C. Repertorium familiae caesarum et libertorum augustorum. Köln: Universität zu Köln, 2005. Disponível em: http://alte-geschichte.phil-fak.uni-koeln.de/500.html. Acesso em: 15/02/2016.

Downloads

Publicado

2017-07-31

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

JOLY, Fabio Duarte. Liberdade e escravidão no pensamento estoico romano: uma leitura da Consolatio ad Polybium, de Sêneca. Revista de História, São Paulo, n. 176, p. 01–20, 2017. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2017.111300. Disponível em: https://revistas.usp.br/revhistoria/article/view/111300.. Acesso em: 18 abr. 2024.