A construção da fala autorizada: o saber agronômico, as pesquisas e polêmicas em torno da juta em São Paulo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2018.131697

Palavras-chave:

Juta, Discursos, agronomia, ciência, agricultura

Resumo

Neste artigo são analisadas questões e polêmicas em torno das possibilidades de desenvolvimento da juticultura no estado de São Paulo. A pesquisa está centrada na análise de ampla documentação agronômica da primeira metade do século XX, o que permitiu rastrear os discursos e as atividades práticas realizadas visando o estabelecimento de novas atividades agrícolas, entre elas, as tentativas de aclimatação da juta. A análise dá ênfase a tensões, reivindicações e polêmicas, assim como à constituição das matrizes discursivas e à institucionalização de um novo saber, visto como científico, técnico e moderno: o saber agronômico.

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Biografia do Autor

  • Aldenor da Silva Ferreira, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

    Eu me chamo Aldenor da Silva Ferreira. Sou Bacharel e Licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) (2005). Especialista em Metodologia do Ensino Superior pela Faculdade de Educação também da UFAM (2006) e Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela mesma Universidade (2009). Fui vencedor do Prêmio Samuel Benchimol em 2010 na categoria Econômico-Tecnológica e em 2014 na categoria Social. Por 4 anos fui pesquisador bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Amazonas (FAPEAM). Fiz estágio doutoral no Department of South & South East Asian Studies, University of Calcutta em 2013. Concluí o Doutorado no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) em 2016. Desenvolvo pesquisas nas áreas de Sociologia Rural e Sociologia Ambiental, investigando os seguintes temas: ecodesenvolvimento, etnoconhecimento, campesinato, agricultura familiar e assentamentos rurais, processos de adaptabilidade e etnoconservação na várzea amazônica e no pantanal. Tive a oportunidade de ser Coordenador do GT Agricultura Familiar: desafios e perspectivas no II e III Encontro Norte da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), realizado respectivamente em Belém no ano de 2010 e em Manaus no ano de 2012. Organizei três livros sobre temas amazônicos: A cultura da juta e malva na Amazônia Ocidental: sementes de uma nova racionalidade ambiental? São Paulo: Annablume, 2010. Imigração Japonesa na Amazônia: sua contribuição na agricultura e vínculo com o desenvolvimento regional. Manaus: Edua, 2011 e A vida dos trabalhadores da juta e da malva no baixo Solimões. Manaus: Edua, 2014. Atualmente, sou Professor Adjunto I da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Naviraí.

  • Maria Izilda Santos de Matos, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

    Possui graduação em História pela Universidade de São Paulo (1978) e doutorado em História pela Universidade de São Paulo (1991), tem pós doutorado Université Lumiere Lyon 2/França (1997), atualmente é professora titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Participou de vários outros projetos de pesquisa, é pesquisadora 1 A do CNPq. Em 1994 recebeu o prêmio SESI-CNI de Teses Universitárias, com o trabalho Trama e Poder, em que estuda as indústrias paulistas, entre 1890-1934. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: imigração, música, cidade, gênero, história das mulheres. Entre suas obras destacam-se: Melodia e Sintonia: o masculino, o feminino e suas relações em Lupicínio Rodrigues. RJ, 2ª ed., Bertrand Brasil, 1999. Dolores Duran: Experiências Boêmias em Copacabana nos anos 50. RJ: Bertrand Brasil, 2.ed, 2002. O imaginário em debate. SP, Olho dágua, 1998. A Cidade em debate. SP, Olho Dágua, 1999. Por uma história das mulheres, SP, EDUSC, 2000. Meu lar é o botequim, SP, Cia Editora Nacional, 2.ed., 2002. Cotidiano e Cultura: história, cidade e trabalho, SP, EDUSC, 2.ed. 2014. Ancora de Emoções, Bauru, EDUSC, 2005. Gênero e Terceiro Setor. Ed. Catavento, 2005. A cidade, a noite e o cronista: São Paulo de Adoniran Barbosa. Bauru, EDUSC, 2008. História e Deslocamentos: os portugueses. Bauru/Porto, EDUSC/CEPESE, 2008. Portugueses: deslocamentos, experiências e cotidiano SP séculos XIX e XX. Bauru, EDUSC, 2013. Italianos no Brasil: partidas, chegadas e heranças. Rio de Janeiro, LABIMI/UERJ, 2013; Gênero, terceiro setor e desenvolvimento: Quebradeiras - uma luta pela preservação do meio ambiente e cultura dos babaçuais. Verona, 2015; Cultura, corpo e educação: diálogos de gênero. Intermeios/EDUFPI; Portugueses: ações e lutas políticas: Rio de Janeiro: São Paulo. Verona editores, 2015.

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Publicado

2018-12-17

Edição

Seção

Instituições e controvérsias científicas no Brasil republicano

Como Citar

A construção da fala autorizada: o saber agronômico, as pesquisas e polêmicas em torno da juta em São Paulo. Revista de História, [S. l.], n. 177, p. 01–26, 2018. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2018.131697. Disponível em: https://revistas.usp.br/revhistoria/article/view/131697.. Acesso em: 29 mar. 2024.