Um intelectual na mira da repressão: Milton Santos e o golpe de 1964

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2018.137230

Palavras-chave:

Milton Santos, Golpe de 1964, intelectuais, repressão, memória

Resumo

Este artigo analisa a experiência de repressão política sofrida por Milton Santos em consequência da instauração do golpe civil-militar de 31 de março de 1964 que destituiu o governo do presidente João Goulart. A problemática central se concentra  na compreensão do processo de prisão e exílio do geógrafo e o que esses fatos representaram na sua trajetória. O texto tem como base documental fontes jornalísticas, militares e entrevistas e toma como referencial teórico as concepções de Jean François Sirinelli e Michel Pollack. Espera-se contribuir para elucidar aspectos ainda pouco investigados da trajetória política e intelectual de Milton Santos, enfatizando que o golpe de 1964 representou uma inflexão na vida de intelectuais brasileiros que estiveram sintonizados com ideais progressistas e empreenderam lutas na defesa de uma sociedade mais igualitária.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Thiago Machado de Lima, Universidade do Estado da Bahia (UNEB) - Campus IV/Jacobina

    Doutorando em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestre em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Graduado em História pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus II/ Alagoinhas. Professor da Graduação em História da UNEB/Campus IV-Jacobina.

Referências

Fontes

A Tarde, Salvador, 9 abr. 1964, p. 3.

A Tarde, Salvador, 10 abr. 1964, p. 3.

A Tarde, Salvador, 9 mai. 1964, p. 1.

BRASIL. Ministério da Guerra, IV Exército – 6ª Região Militar (Bahia-Sergipe). Documento sem código de identificação. 29 ago. 1964. Material arquivado no Banco de Dados do Brasil Nunca Mais. Pasta BNM_279, p. 16039. Disponível em: http://bnmdigital.mpf.mp.br/pt-br/. Acesso em: 5 ago. 2017.

Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 8 mai. 1964, p. 2.

Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 28 mai. 1964, p. 1.

Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 27 jun. 1964, p. 5.

Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 27 dez. 1964, p. 1.

Diário de Pernambuco, Recife, 10 abr. 1964, p. 4.

Entrevista concedida por Milton Santos para a revista Caros Amigos. Edição online. Disponível em: http://www.carosamigos.com.br/index.php/grandes-entrevistas/6047-entrevista-explosiva-com-milton-santos Acesso em: 3 de agosto de 2017.

Novos Rumos, Rio de Janeiro, 21 a 27 jul. 1961, p. 3.

Bibliografia

CALABRE, Lia. Intelectuais e política cultural: o Conselho Federal de Cultura. Intellèctus, vol. II, Rio de Janeiro, ano 05, 17-18 mai. 2006. Revista eletrônica. Disponível em: http://rubi.casaruibarbosa.gov.br/handle/fcrb/466. Acesso em: 15 ago. 2017.

CALMON, Jorge. O jornalista Milton Santos. In: SOUZA, Maria Adélia Aparecida de (org.). O mundo do cidadão. Um cidadão do mundo. São Paulo: Editora Hucitec, 1996.

CARDOSO, Lucileide Costa. Os discursos de celebração da Revolução de 1964. Revista Brasileira de História, vol. 31, n. 62, São Paulo, 2011, p. 117-140. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbh/v31n62/a08v31n62.pdf. Acesso em: 15 ago. 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-01882011000200008.

CARDOSO, Lucileide Costa. Historiografia portuguesa amordaçada e migração científica para o Brasil. In: MUNIZ, Altemar da Costa & PASSOS, Luís Carlos dos Passos (org.). História política: interfaces e diálogos. Porto Alegre: EdiPUCRS; Ceará: Eduece, 2016.

CONCEIÇÃO, Francisco. Milton Santos, uma biografia. Edição do autor, 2016, p. 27. Disponível em: http://fernconc.wixsite.com/miltonsantos/biography. Acesso em: 18 ago. 2017.

GRIMM, Flávia Christina Andrade. Trajetória epistemológica de Milton Santos: uma leitura a partir da centralidade da técnica, dos diálogos com a economia política e da cidadania como práxis. Tese de doutorado, Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana, Universidade de São Paulo (USP), 2011.

MOREIRA, Bruno de Oliveira. “Visita a uma revolução”: uma análise dos escritos de Milton Santos sobre a revolução cubana (1960). Revista de História (UFBA), vol. 2, n. 1, 2010, p. 100-120. Disponível em: https://slidex.tips/download/visita-a-uma-revolucao. Acesso em: 13 ago. 2017.

NERY, Sebastião. Socialismo com liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1974.

NERY, Sebastião. Minhas lembranças de Milton Santos. Disponível em: http://www.oocities.org/br/jorgematheus2002/34mst.htm. Acesso em: 15 ago. 2017.

PINHEIRO, Délio José Ferraz. Milton Santos e a Bahia de belas gravitas e verdades encobertas. In: SOUZA, Maria Adélia Aparecida de (org.). O mundo do cidadão. Um cidadão do mundo. São Paulo: Editora Hucitec, 1996.

POLLAK, Michel. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, vol. 2. n. 3, Rio de Janeiro, 1989, p. 3-15.

SIRINELLI, Jean-François. Os intelectuais. In: RÉMOND, René (org.). Por uma história política. Rio de Janeiro: Ed. da UFRJ, 1996.

SANTOS, Milton. O centro da cidade do Salvador: estudo de geografia urbana. 2ª edição. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Salvador: Edufba, 2008.

SILVA, Paulo Santos. Âncoras de tradição: luta política, intelectuais e construção do discurso histórico na Bahia (1930-1949). Salvador: Edufba, 2000.

SOUZA, Maria Adélia Aparecida de (org.). O mundo do cidadão. Um cidadão do mundo. São Paulo: Editora Hucitec, 1996.

TRICART, Jean. Negro só pode ser africano. In: SOUZA, Maria Adélia Aparecida de (org.). O mundo do cidadão. Um cidadão do mundo. São Paulo: Editora Hucitec, 1996.

Downloads

Publicado

2018-12-13

Edição

Seção

Democracia e ditadura: empresários, políticos e intelectuais

Como Citar

Um intelectual na mira da repressão: Milton Santos e o golpe de 1964. Revista de História, [S. l.], n. 177, p. 01–25, 2018. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2018.137230. Disponível em: https://revistas.usp.br/revhistoria/article/view/137230.. Acesso em: 29 mar. 2024.