Como se escrevia a história no século XVII. O uso dos tratados espanhóis, italianos e franceses pelos historiadores portugueses

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2020.145867

Palavras-chave:

Historiografia, Restauração portuguesa, retórica, gênero histórico, século XVII

Resumo

Durante a Época Moderna, o gênero histórico passou a ter um papel relevante na configuração do Estado, sobretudo no processo da Restauração portuguesa na segunda metade do século XVII. Este artigo apresenta uma reflexão acerca das práticas de composição dessas narrativas e o uso das regras ditadas nas preceptivas, em específico as de Cabrera de Córdoba, Agostino Mascardi, San José e Le Moyne. Nesse sentido, o texto trata da maneira como letrados portugueses teceram suas obras utilizando os tratados sobre o gênero histórico.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • André Sekkel Cerqueira, Universidade de São Paulo

    Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em História Social do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP).

  • Ana Paula Torres Megiani, Universidade de São Paulo

    Professora livre-docente associada, de História Ibérica, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP).

Referências

ALBIZZATI, Carlo. Polignoto. In: ENCICLOPEDIA Italiana. Roma: Treccani, 1935. Disponível em: <http://bit.ly/2nUJFCM>. Acesso em: 2 out. 2019.

ARISTÓTELES. Metafísica, v. 3. Tradução de Marcelo Perine. 3a edição. São Paulo: Loyola, 2013.

ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Paulo Pinheiro. São Paulo: Editora 34, 2015.

BLUTEAU, Raphael. Tenção. In: VOCABULARIO Portuguez & Latino, v. 8. Lisboa: Officina de Pascoal da Sylva, Impressor de Sua Magestade, 1728. Disponível em: <http://bit.ly/2nXzSf7>. Acesso em: 11 nov. 2016.

CABRERA DE CORDOBA, Luis. De historia, para entenderla y escrivirla. Madrid: Luis Sanches, 1611.

CHARTIER, Roger. Culture écrite et société: l’ordre des livres (14e-18e siècle). Paris: Albin Michel, 1997.

CHARTIER, Roger (org.). Pratiques de la lecture. Paris: Payot & Rivages, 2003.

CÍCERO, Marco Tulio. De l’orateur. Tradução Edmond Courbaud. Paris: Les Belles Lettres, 2009. v. I.

CÍCERO, Marco Tulio. Tratado das leis. Tradução de Marino Kury. Caxias do Sul: Educs, 2004.

DARNTON, Robert. Bohème littéraire et révolution: le monde des livres au XVIIIe siècle. Paris: Gallimard, 2010.

DARNTON, Robert. The forbidden best-sellers of pre-revolutionary France. New York: Norton, 1996.

ELBOJ, Gonzalo Fontana. El “Genio de la Historia” de fray Jerónimo de San José en el marco de la tratadística histórica del Humanismo. Alazet: Revista de filología, Argençola, n. 14, p. 139-156, 2002.

ELIAS, Norbert. A sociedade de corte: investigação sobre a sociologia da realeza e da aristocracia de corte. Tradução de Pedro Süssekind. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

ERICEIRA, D. Luis de Menezes Conde da. Compendio Panegirico da vida, e acçoens do excellentissimo senhor Luis Alverez de Tavora Conde de S. Ioão, Marquez de Tavora, Gentilhomem da Camara de S. Alteza, do Conselhor de Guerra, & Governador das Armas da Provincia de Tras os Montes. Lisboa: Por Antonio Rodriguez D’Abrev, 1674.

ERICEIRA, D. Luis de Menezes Conde da. História de Portugal Restaurado offerecida ao sereníssimo principe Dom Pedro nosso senhor escritta por Dom Luis de Menezes conde da Ericeira, do conselho de Estado de S. Alteza, Seu Vedor da Fazenda, & Governador das Armas da Provincia de Tras os Montes, &c. Lisboa: na Officina de Joaõ Galraõ, 1679. v. I.

ESTEVE, Cesc. Teorías de la prosa histórica en la temprana modernidad. Criticón, Barcelona, n. 120-121, p. 117-136, 2014.

ESTRUCH TOBELLA, Joan. Introducción. In: MELO, Francisco Manuel de (ed.). Historia de los movimientos, separación y guerra de Cataluña. Madrid: Castalia, 1996, p. 7-41.

FERREYROLLES, Gérard (org.). Traités sur l’histoire (1638-1677): La mothe le vayer, le moyne, Saint-Réal, Rapin. Paris: Honoré Champion, 2013.

FREIRE, Deolinda de Jesus. A competição entre os discursos e as artes na Historia de la conquista de México de Dom Antonio de Solís. Tese de doutorado em Letras, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.

GRAFTON, Anthony. What was History? The art of history in early modern Europe. Cambridge: Cambridge University Press, 2012.

LE MOYNE, Pierre. De l’histoire. Paris: Chez Loüis Billaine, en la grand Salle du Palais, au grand Cesar & à la Palme, 1670.

LE MOYNE, Pierre. Arte de Historia escrito en lengva francesa por el Padre Pedro Moyne, de la Compañia de Iesvs. Y tradvcido en la castellana por el Padre Francisco Garcia, de la Compañia de Iesus, Maestro de Teologia. Tradução de Pe. Francisco Garcia. En Madrid: En La Imprenta Imperial, 1676.

LE MOYNE, Pierre. Of the art both of writing & judging of History with reflections upon ancient as well as modern historians. London: Printed for R. Sare at Grays-Inn-Gate in Holbourn, and J. Dindmarsh agaist the Exchange in Cornhill, 1695.

LÓPEZ PINCIANO, Alonso. Philosophía antigua poética, v. 1. Madrid: Fundación José Antonio de Castro, 1998.

MANTERO, Anne. Introduction. In: FERREYROLLES, G. (Org.). Traités sur l’histoire (1638-1677): La Mothe Le Vayer, Le Moyne, Saint-Réal, Rapin. Paris: Honoré Champion éditeur, 2013. p. 253–268.

MASCARDI, Agostino. Dell’arte istorica. Modena: Mucchi, 1994.

MARTINEZ MILLÁN, Jose (ed.). Instituciones y elites de poder en la monarquía hispana durante el siglo XVI. Madrid: Ediciones de la Universidad Autónoma de Madrid, 1992.

MEGIANI, Ana Paula Torres. Política e letras no tempo dos Filipes: o Império Português e as conexões de Manuel Severim de Faria e Luis Mendes de Vasconcelos. In: BICALHO, Maria Fernanda Baptista & FERLINI, Vera Lucia Amaral (ed.). Modos de governar. idéias e práticas políticas no Império Português – séculos XVI a XIX. São Paulo: Alameda, 2005, p. 239-256

MELO, D. Francisco Manuel de. D. Teodósio II. Tradução de Augusto Casimiro. Porto: Livraria Civilização, 1944.

MELO, D. Francisco Manuel de. Epanáforas de vária história portuguesa. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1977.

MELO, D. Francisco Manuel de. Hospital das Letras. Lisboa: [s.n.], 1657.

MELO, Francisco Manuel de. Historia de los movimientos, separación y guerra de Cataluña. Madrid: Castalia, 1996.

MUHANA, Adma. A epopeia em prosa seiscentista: uma definição de gênero. São Paulo: Editora Unesp, 1997.

PINEDA, Victoria. La preceptiva historiográfica renacentista y la retórica de los discursos: antología de textos. Talia Dixit, Badajoz, n. 2, p. 95-219, 2007.

PINEDA, Victoria. Verdad, ficción y estrategias narrativas: nuevas perspectivas historiográficas. Talia Dixit, Badajoz, n. 3, p. 105-121, 2008.

PIRES, Francisco Murari. Modernidades tucidideanas: ktema es aei. São Paulo: Edusp, 2007.

PROFITER. In: DICTIONNAIRE de l’Académia française. Paris: Dictionnaires d’Autrefois, 1694. Disponível em: <http://bit.ly/2psDpmc>. Acesso em: 2 out. 2019.

SAMÓSATA, Luciano. Como se deve escrever a história. Tradução de Jacyntho Lins Brandão. Belo Horizonte: Tessitura, 2007.

SAN JOSÉ, Jerónimo de. Genio de la historia. En Çaragoça: en La Imprenta de Diego Dormer, 1651.

SÁNCHEZ ALONSO, B. Historia de la historiografia española, v. 2. [S. l.]: Madrid : Consejo superior de investigaciones cientificas, 1944. Disponível em: <http://bit.ly/2pucA17>. Acesso em: 21 out. 2016.

SCATOLIN, Adriano. Cícero, Do orador, 2.51–64: a historiografia. Letras Clássicas, n. 15, p. 91-96, 2011. Disponível em: <http://bit.ly/2nYfeLQ>. Acesso em: 2 out. 2019. doi: https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v0i15p91-96

SEKKEL CERQUEIRA, André. A Donzela Alada: reflexão sobre retórica e história em Portugal no século XVII. Dissertação de mestrado em História Social, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

SINKEVISQUE, Eduardo. Com furores de Marte e com Astúcias de Mercúrio: o Dell’Arte Historica (1636) de Agostino Mascardi. Topoi, Rio de Janeiro, v. 7, n. 13, p. 331-378, 2006.

SINKEVISQUE, Eduardo. Doutrina seiscentista da arte histórica: discurso e pintura das guerras holandesas (1624-1654). Tese de doutorado em Literatura Brasileira, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

SKINNER, Quentin. The foundations of modern political thought: the Renaissance, v. 1. Cambridge: Cambridge Univ. Press, 2010.

TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Tradução de Mário da Gama Kury. Brasília, DF: Editora UnB, 1982.

VIDAL, Silvina Paula. Los teóricos españoles de la historia: Luis Cabrera de Córdoba (1599-1623). Anuario del Centro de Estudios Históricos “Prof. Carlos SA Segreti”, v. 10, n. 10, p. 325-341, 2010.

Downloads

Publicado

2020-02-06

Edição

Seção

História e Historiografia

Como Citar

Como se escrevia a história no século XVII. O uso dos tratados espanhóis, italianos e franceses pelos historiadores portugueses. Revista de História, [S. l.], n. 179, p. 01–32, 2020. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2020.145867. Disponível em: https://revistas.usp.br/revhistoria/article/view/145867.. Acesso em: 29 mar. 2024.