Em busca da emancipação dos brasileiros à mesa

diálogos entre Slow Food e MST

Autores

  • Gabrieli Aparecida da Fonseca Universidade Estadual Paulista
  • Jean Marcel Caum Camoleze Centro Universitário Padre Anchieta

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p105-106

Palavras-chave:

Cultura alimentar, Segurança alimentar, Processo emancipatório, Slow Food, MST

Resumo

Este trabalho resulta de um recorte e união de duas pesquisas de doutorado intituladas O papel da informação no resgate da cultura alimentar brasileira: uma análise do catálogo Arca do Gosto e Movimentos sociais e Tipologia Documental: estudo de caso do acervo documental do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A partir da análise dos estudos de caso em questão, busca-se refletir aqui a respeito de um ponto comum a ambas pesquisas: a relação entre a defesa de políticas públicas voltadas para questão agrária, consumo e produção de alimentos por parte dos movimentos Slow Food e MST, valorizando a produção da agricultura familiar e o resgate de hábitos saudáveis e sustentáveis da alimentação brasileira.

Slow Food e MST atuam como importantes mediadores na área da alimentação, exercendo influência nos hábitos de consumo da população a partir do desenvolvimento de políticas públicas e uma agricultura sustentável. Trata-se de movimentos que pregam, entre outras coisas, a valorização da agricultura familiar para o desenvolvimento social e econômico do país. Nesse processo, o consumo se faz como um fator de extrema importância, pois é a partir dele que o circuito de produção se concretiza e integra diversos setores da sociedade. Contudo, na atualidade, os indivíduos se encontram presos às armadilhas da alienação da mídia e do agronegócio, que influenciam e regulamentam o mercado consumidor.

Em defesa da biodiversidade, da emancipação do consumidor e uma agricultura sustentável, o Slow Food trabalha com a Arca do Gosto, um catálogo promovido pelo movimento e que seleciona alimentos em risco de extinção a partir da indicação da população, com base em critérios pré-estabelecidos, e o MST realiza ações referentes a questões agrárias nacionais e da estruturação de políticas públicas para o uso social da terra. Nesse sentido, a Arca do Gosto trata de uma seleção de alimentos tradicionais em risco de desaparecer, que informa a população a respeito da importância desses alimentos, e o MST promove ações de acessibilidade universal a uma alimentação saudável. Dessa forma, ambos os movimentos fomentam a preservação da cultura local, a segurança alimentar, a salvaguarda da biodiversidade e estimulam o consumo dos mesmos e da agricultura familiar.

Em complemento ao alerta que a Arca do Gosto oferece à população em relação à neces- sidade de se consumir e proteger alimentos tradicionais, temos as ações do MST pela reforma agrária justa. O MST também age em direção à busca por um futuro onde cada um possa consumir o alimento de seu território. O respeito ao território tende a contribuir com a preservação dos hábitos alimentares, espécies e cultivares tradicionais, pois cada região possui seus modos de preparo e cada espécie/cultivar tem sua origem em um bioma distinto.

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Biografia do Autor

  • Gabrieli Aparecida da Fonseca, Universidade Estadual Paulista

    Doutoranda em Ciência da Informação, mestra em Ciência da Informação, graduada em Arquivologia pela Universidade Estadual Paulista de Marília.

  • Jean Marcel Caum Camoleze, Centro Universitário Padre Anchieta

    Doutorando em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista de Marília, docente no Centro Universitário Padre Anchieta, mestre em Ciência da Informação pela Unesp-Marília, graduado em História pelo Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio.

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Publicado

2019-11-30

Como Citar

Em busca da emancipação dos brasileiros à mesa: diálogos entre Slow Food e MST. (2019). Revista Ingesta, 1(2), 105-106. https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p105-106