A efetividade das políticas de segurança alimentar e nutricional a partir da preservação das tradições alimentares

Autores

  • Tamires Lopes dos Santos Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Farmácia
  • João Paulo de Oliveira Rigaud Faculdade Dom Alberto
  • Carlos Ernesto de Oliveira Cruz

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p116-117

Palavras-chave:

Tradições alimentares, Segurança alimentar e nutricional, Diversidade cultural, Marcadores identitários, Direito humano à alimentação adequada

Resumo

O processo de criação dos sistemas alimentares não se define como algo natural, mas como resultado das tradições e dos significados atribuídos a tal. Logo, a comida e as significações envolvidas no ato de alimentar-se surgem como determinantes culturais de um grupo social, fazendo com que todo indivíduo carregue consigo os hábitos provenientes da sua cultura alimentar. O que se come e de que forma se come são significados provenientes de tradições culinárias que apresentam a distinção entre “alimento”, que é natural e referente a todos os seres humanos, e “comida”, que se define por meio de marcadores identitários. Tendo vista dos objetivos que compõem o conceito de segurança alimentar e nutricional, faz-se necessário assegurar que as características socioculturais e as tradições alimentares dos indivíduos estão sendo consideradas na criação de políticas públicas que venham a garantir o direito humano à alimentação adequada. Sendo assim, o presente trabalho teve por objetivo discutir acerca do que seriam tradições alimentares em paralelo com o conceito de cultura alimentar e sua relação com a segurança alimentar e nutricional. A metodologia utilizada consistiu em uma revisão bibliográfica, referenciando publicações de autores relevantes sobre os conceitos discutidos, tendo como intenção buscar referências que pautem a necessidade de preservação das tradições culinárias para a garantia do direito humano à alimentação adequada. Dado a isso, subentendemos que os hábitos alimentares dos brasileiros fazem parte de um sistema cultural composto por símbolos, significados e classificações, ao ponto de que todo os alimentos fazem parte das associações culturais que lhes são atribuídas pela sociedade. Com a imensa extensão territorial do Brasil, com uma variedade de recursos naturais e povo, a sua diversidade cultural é indiscutível; desde o início do processo de colonização, a cultura alimentar diversa já era relatada. Os hábitos alimentares de uma sociedade são fruto de particularidades como capacidade produtiva, facilidade de distribuição, conhecimento acerca da produção e do consumo de determinados alimentos, além do aspecto financeiro para aquisição do alimento. Dentro do constante movimento do mundo globalizado, encontramos o processo de construção e reconstrução das tradições alimentares, fruto proveniente das inúmeras modificações nos modelos de produção e consumo. Porém, para que se tenha efetividade nas políticas de segurança alimentar e nutricional do Brasil, faz-se necessário preservar as tradições culinárias existentes no sistema alimentar de cada indivíduo, considerando todos seus significados de consumo. O que resulta na diminuição na incidência de fracassos relativos às políticas públicas, tendo em vista que as verdadeiras necessidades do grupo social serão consideradas. Contribuindo diretamente com o equilíbrio do sistema alimentar brasileiro, servindo de alicerce para que, por fim, a soberania alimentar do país seja instaurada com criteriosidade.

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Biografia do Autor

  • Tamires Lopes dos Santos, Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Farmácia

    Mestranda da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia.

  • João Paulo de Oliveira Rigaud, Faculdade Dom Alberto

    Pós-graduando em Antropologia na Faculdade Dom Alberto.

  • Carlos Ernesto de Oliveira Cruz

    Nutricionista pela União Metropolitana de Educação e Cultura.

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Publicado

2019-11-30

Como Citar

A efetividade das políticas de segurança alimentar e nutricional a partir da preservação das tradições alimentares. (2019). Revista Ingesta, 1(2), 116-117. https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p116-117