O Festival Garimpando Sabores e a ressignificação dos saberes e fazeres culinários de Mendanha

Autores

  • Luciana Teixeira Silva
  • Nadja Maria Gomes Murta
  • Silvia Regina Paes Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p216-217

Palavras-chave:

Comunidades rurais, Conhecimentos tradicionais, Cultura alimentar, Festival gastronômico, Saberes e fazeres culinários

Resumo

A pesquisa “O Festival Garimpando Sabores e a ressiginificação dos saberes e fazeres culinários de Mendanha” buscou desenvolver uma análise sistemática acerca da realização do Festival Garimpando Sabores, um evento focado na culinária que surgiu com o propósito de incluir os distritos rurais do município de Diamantina, Minas Gerais, na atividade turística, além de resgatar pratos, receitas, ingredientes e formas de preparos antigas. Estes, muitas vezes já esquecidos, podem, ao serem retomados, se transformar em atrativos, gerando também autoestima e sentimento de pertencimento àquelas comunidades.

A análise enfoca o caso específico da comunidade rural de Mendanha, verificando se o evento de fato estimulou a ressignificação dos saberes e fazeres culinários desta população. Através de uma abordagem que mescla o pensamento complexo e a abordagem qualitativa da pesquisa-ação, estruturada em questionários aplicados em três tipos distintos de público – cozinheiros que participaram do evento, moradores desta comunidade rural e membros da comissão organizadora do festival –, este método apreende as percepções dos atores sobre o evento e sua contribuição para a ressignificação desses conhecimentos tradicionais, que vinham se extinguindo em função de seu caráter de transmissão essencialmente oral, do êxodo rural e da situação de marginalidade econômico-social que alguns territórios, como as comunidades rurais no Vale do Jequitinhonha, tinham sido compelidos.

As discussões em torno dos resultados da pesquisa asseveram que a valorização da comida como atrativo turístico é mais complexa do que se imagina, indo além da possibilidade de geração de renda, da preservação da identidade local e da memória gustativa, perpassando o debate da introdução de inovações, autoestima das comunidades e perspectivas de médio e longo prazo. Apesar da verificação de retomada de saberes e fazeres tradicionais, há outros aspectos importantes a serem tratados, sobretudo comportamentais, culturais e de ordem econômica, que podem se tornar dificultadores para que se garanta uma maior efetividade e perenidade na ressignificação destes conhecimentos, sendo este um dos principais pontos em que o estudo pode contribuir para as reflexões acerca da construção da alimentação enquanto alimento simbólico, na medida em que esta, mais que um fenômeno fisiológico, é humano, permeado de subjetividades e individualidades.

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Biografia do Autor

  • Luciana Teixeira Silva

    Mestre em Estudos Rurais pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

  • Nadja Maria Gomes Murta

    Doutora em Ciências Sociais: Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

  • Silvia Regina Paes, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

    Bacharel em Ciências Sociais, Doutora em Sociologia, Professora nos cursos da área da saúde na Faculdade de Ciências Básicas e da Saúde e dos Mestrados em Saúde, Sociedade e Ambiente e em Estudos Rurais da UFVJM

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Publicado

2019-12-01

Como Citar

O Festival Garimpando Sabores e a ressignificação dos saberes e fazeres culinários de Mendanha. (2019). Revista Ingesta, 1(2), 216-217. https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p216-217