O empreendedorismo étnico de refugiados em pequenos negócios de alimentação na cidade de São Paulo

Autores

  • Vera Lúcia Stahelin Rustomgy Universidade Anhembi Morumbi
  • Sênia Regina Bastos Universidade Anhembi Morumbi

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p231-232

Palavras-chave:

Hospitalidade, Comensalidade, Empreendedorismo étnico, Refugiados, São Paulo

Resumo

Atribui-se à comida um importante papel na preservação de tradições e costumes de imigrantes e refugiados. Isso porque, compreendida como uma dimensão da hospitalidade, a comensalidade proporciona experiências de acolhimento e sociabilidade entre anfitrião e hóspede ao promover o ato de compartilhar refeições e, consequentemente, propiciar possíveis relações entre ambos. Este trabalho visa compreender o empreendedorismo étnico na gastronomia, protagonizado por refugiados na cidade de São Paulo. Para tanto, primeiramente, realizou-se uma pesquisa exploratória, que buscou elencar os negócios destes novos empreendedores, inclusive, investigando quais nações estão representadas nas culinárias oferecidas e em quais bairros estão localizados. A partir de um levantamento de artigos e de obras relacionadas ao tema, foram selecionados textos, a fim de se averiguar aspectos de comensalidade por meio de uma análise de caráter qualitativo. Além disso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com refugiados empreendedores com o propósito de se averiguar o contexto de seu refúgio, sua origem, o porquê de ter optado por empreender em um negócio gastronômico, qual o significado da comida em sua vida etc. Os resultados apontam que os negócios gastronômicos protagonizados por esses refugiados sobrevivem em virtude de redes de apoio, da sagacidade dos empreendedores e da atração desencadeada pelo interesse e pela curiosidade de moradores da cidade em fazer uma imersão cultural pelas diferentes etnias presentes em solo paulistano. Tais etnias são provenientes dos seguintes países: Síria, Palestina, Congo, Turquia, Venezuela etc. A contribuição do estudo para o campo acadêmico se dá pela abordagem ainda pouco explorada do empreendedorismo étnico protagonizado por refugiados em São Paulo, associado a outros fenômenos atrelados, tais como: food nostalgia, foodways, comidas tradicionais, patrimônio cultural, que permitem estabelecer uma reflexão sobre as motivações que os levam a empreender nessa área. As pesquisas na área de estudos da alimentação demonstram que a comida se relaciona a lembranças, cultura e identidade dos migrantes em geral, elementos talvez não tão presentes em outras áreas, nas quais também seria possível empreender. Por se tratar de deslocamentos humanos, migrações e refúgios, estão inseridos em políticas públicas, planejamento urbano e outros temas relativos à gestão da cidade. Sendo São Paulo uma das maiores metrópoles do planeta, faz-se necessária e imediata a compreensão deste fenômeno da atualidade, para que possam ser tomadas medidas, não apenas paliativas de acolhimento e auxílio a esses estrangeiros. Visto que, baseado no conhecimento dessa realidade, principalmente, no que se refere à comensalidade, pode-se dar fomento à elaboração de projetos de inclusão de imigrantes e refugiados, possibilitando seu melhor aproveitamento e inserção no mercado de trabalho paulistano no ramo de alimentos e bebidas.

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Biografia do Autor

  • Vera Lúcia Stahelin Rustomgy, Universidade Anhembi Morumbi

    Mestranda em Hospitalidade na Universidade Anhembi Morumbi, bolsista Capes.

  • Sênia Regina Bastos, Universidade Anhembi Morumbi

    Prof. Dra. do Programa de Pós-Graduação em Hospitalidade na Universidade Anhembi Morumbi, bolsista de produtividade nível II CNPq.

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Publicado

2019-12-01

Como Citar

O empreendedorismo étnico de refugiados em pequenos negócios de alimentação na cidade de São Paulo. (2019). Revista Ingesta, 1(2), 231-232. https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p231-232