Tradição Oral do Império de Gaza, Identidade Nyanga e Contestação ao colonialismo no sul de Moçambique (C. 1895-1956)

Autores

  • Jacimara Souza Santana UNEB

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2016.110348

Palavras-chave:

Oralidade, Identidade, Poder, Contestação Política, Colonialismo.

Resumo

Até os dias atuais, na província de Gaza, Tinyanga (médicos-sacerdotes) e demais pessoas recorrem com frequência à tradição oral do seu antigo Império, rememorando, sobretudo, a atitude de seu último governo contra a colonização portuguesa, o rei Ngungunyane. No século XIX, os Tinyanga exerciam considerável influência no poder político e militar do Estado de Gaza e mantinham certa autoridade e influência na vida pública e pessoal dos povos africanos, lugar social que lhes foi negado com o advento da colonização portuguesa. Após a conquista, este grupo social foi
submetido a um processo galopante de desprestígio e marginalização social. Esta comunicação pretende mostrar como Tinyanga, ao sul de Moçambique, reagiram. Supomos que membros daquele coletivo serviram-se da tradição oral para reafirmar a legitimidade de seu papel na sociedade e, ao mesmo tempo, contestar a ordem colonizadora. Meu interesse é destacar a relevância do costume e suas reinvenções nos processos de contestação social movidos por coletivos  subalternizados, inclusive, no campo ritual que aqui é visto como espaços políticos e de transformação social ao invés de meios de controle social e acomodação de conflitos. Tal análise segue caminhos teóricos já apontados por outros  pesquisadores como Boubacar Barry, Terence Ranger, Paul Thompson e Van R. Dijk.

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Publicado

2016-01-27

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Tradição Oral do Império de Gaza, Identidade Nyanga e Contestação ao colonialismo no sul de Moçambique (C. 1895-1956). (2016). Sankofa (São Paulo), 9(16), 37-62. https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2016.110348