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Resumo

É com enorme satisfação que revista Sankofa celebra seu décimo número, trazendo textos de excelente qualidade, que lançam diferentes olhares históricos ao universo africano e afro-brasileiro. A pluralidade de perspectivas e abordagens que compõe esta décima Sankofa enriquece os debates atuais sobre as temáticas, corroborando com a preocupação historiográfica central desta revista: trazer à tona personagens e populações africanas e negras que tiveram sua agência histórica obscurecidas pela tradição eurocêntrica. Este foi o nosso compromisso nestes últimos dez números e continuará em muitos outros ainda por vir. O primeiro artigo: Hypolita: tensões e solidariedades nas negociações da liberdade os autores Márcia Nogueira Pedroza e Muirakytan K. de Macêdo fazem uma incursão micro-histórica na vida de Hypolita, uma mulher escravizada na província de Pernambuco no século XIX. A partir desta interessante personagem, os pesquisadores acabam por compreender como se estabeleciam as relações de solidariedade e tensões em um processo de ação de liberdade em diferentes espaços, trazendo-nos um prisma privilegiado no contexto escravista em Pernambucano dos oitocentos. Em seguida, trazemos o artigo A representação social da escravidão nos museus brasileiros: interfaces entre a Museologia e a História, no qual Janaína Mello apresenta seu estudo das representações da escravidão nos museus brasileiros em seus aspectos simbólicos, políticos e culturais na perspectiva de uma interface entre a Museologia e a História, refletindo sobre o papel político-cultural dos museus na sociedade brasileira e sua relação com a produção acadêmica escrita; abordagem muitíssimo relevante e pouco comum dentro dos estudos africanos e de diáspora. No terceiro artigo A África Central e lugares de memória do tráfico Atlântico na Costa de Maraú: etnômios, etnicidade e diáspora, Cristiane Battista discute de forma articulada questões relacionadas ao tráfico atlântico ilegal e a conformação do cenário sul baiano em torno da vila de Maraú, indicando os lugares de desembarque e as memórias dos africanos que chegavam à costa desta península no século XIX. Desta forma, articula o aspecto comercial do tráfico com questões relativas às redes de sociabilidade, marcas de etnicidade e memória na relação África-Bahia. Em sequencia, o artigo: Pretos e Pretas de nação: tecendo vínculos e reconstruindo vidas na diáspora. Desterro, 1850/1880, de autoria de Claudia Mortari Malavota e Fábio Vieira, se debruça sobre a presença das populações africanas no contexto da cidade do Desterro na segunda metade do século XIX focado em vínculos familiares e relações de trabalho, a partir de fontes jornalísticas, ofícios criminais e cartoriais. Recupera assim, as formas de sociabilidade, ambiguidades e incertezas das vivencias africanas e negras em uma vila portuária ao Sul do Brasil oitocentista. Eduardo Pereira, no ultimo artigo: Cabo Verde: elites coloniais e lutas partidárias na primeira metade do século XIX (1821-1841) nos traz uma reflexão sobre as disputas político-partidárias em Cabo Verde, entre os anos de 1821 a 1842, opondo partidos: liberais moderados e liberais exaltados. Relaciona o contexto de disputas políticas às festas religiosas do período. Assim, lança um olhar às festividades como ferramentas de mobilização da população dos interiores da ilha de Santiago em torno do partido pró-Brasil. Na seção de resenhas Paulo Henrique Martinez analisa o livro Deus não é cristão e outras provocações de autoria do prestigioso ativista, intelectual e religioso sul-africano Desmond Tuto. Em seguida, Sabrina Fernandes Melo resenha o livro Um Alufá, o tráfico, a escravidão e a liberdade no Atlântico Negro, de autoria dos proeminentes pesquisadores na área História social da escravidão João José Reis, Marcus de Carvalho e Flávio dos Santos Gomes. Por ultimo, a Sankofa traz a entrevista com António Ole: pintor, escultor e cineasta angolano conduzida pelo pesquisador Carlos Alberto Alves. Saudações e boa leitura!

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Publicado

2013-01-06

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