Retratos de identificação

a imagem-arquivo como morada da memória

Autores

  • Ricardo Lessa Filho Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2019.148487

Palavras-chave:

Retratos de identificação, imagens-arquivo, mugshots, ditadura militar, memória

Resumo

Retratos de identificação (2014) oferece, a partir de sua montagem arquivista e cinematográfica, uma nova legibilidade histórica para as imagens realizadas pela ditadura militar brasileira – no caso, os mugshots (as famosas “fotos de prisioneiro”) e as imagens capturadas de maneira clandestina pelos militares para acusar os então “inimigos” do regime. Alçadas ao tempo, tornadas arquivos, estas imagens comprovam a profunda violência e perversão perpetradas pelos órgãos militares a partir de 1964. Assim, o artigo sondará o gesto de sobrevivência das imagens-arquivo que, elevadas ao tempo, tornaramse inscrições históricas e comprobatórias dos crimes cometidos pelo regime militar brasileiro.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ricardo Lessa Filho, Universidade Federal de Pernambuco

    Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)/Capes.

Referências

ADORNO, T. W. Minima Moralia: reflexões a partir da vida lesada. Rio de Janeiro: Azougue, 2008.

BARON, J. The archive effect: found footage and the audiovisual experience of history. New York: Routledge, 2014.

BARTHES. R. A câmara clara: nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

BENJAMIN, W. Crisis de la novela. Sobre “Berlín Alexanderplatz” de Döblin. 1930. Disponível em: https://bit.ly/2QQU9eQ. Acesso em: 1 fev. 2018.

______. O anjo da história. Belo Horizonte: Autêntica, 2012a.

______. “Paralipómenos y variantes”. In: Escritos franceses. Buenos Aires: Amorrortu, 2012b.

BLOCH, M. Apologia da história ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.

COOK, M. “Acesso a arquivos e a livros raros”. In: PINHEIRO, L. V. R. (org.). A informação: tendências para o novo milênio. Brasília: Ibict, 1999, p. 155-165.

DIDI-HUBERMAN, G. Cuando las imágenes toman posición. El ojo de la historia, 1. Madrid: Antonio Machado Libros, 2008.

______. Pueblos expuestos, pueblos figurantes. Buenos Aires: Manantial, 2014.

EISENSTEIN, S. Reflexões de um cineasta. Rio de Janeiro: Zahar, 1969.

FARGE, A. O sabor do arquivo. São Paulo: Edusp, 2009.

GAGNEBIN, J. “Palavras para Hurbinek”. In: NESTROVSKI, A.; SELIGMANN-SILVA, M. (Orgs.). Catástrofe e representação. São Paulo: Escuta, 2000. p. 99-110.

LEANDRO, A. “A história na primeira pessoa: em torno do método de Rithy Panh”. In: Anais da Compós – XXIII Encontro da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, Belém, PA: UFPA, 2014. Disponível em: https:// bit.ly/2STk33y. Acesso em: 16 jan. 2019.

LEANDRO, A. “Montagem e história. Uma arqueologia das imagens da repressão”. In: Anais da Compós – XXIV Encontro da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, Brasília, DF: UnB, 2015. Disponível em: https:// bit.ly/2EjlljR. Acesso em 16 jan. 2019.

______. “Os acervos da ditadura na mesa de montagem”. LOGOS 45, Rio de Janeiro, v. 23, n. 62, p. 103-116, 2016. Disponível em: https://bit.ly/2AOcZy4. Acesso em: 17 jan. 2019.

RICOEUR, P. La mémoire, l’histoire, l’oubli. Paris: Seuil, 2000.

SÁNCHEZ-BIOSCA, V. “Del mudable semblante de las víctimas. Imágenes de la aflicción en Camboya (1975-2013)”. Pasajes: Revista de pensamento contemporáneo, España, 2014, n. 44, p. 120-135, 2014a. Disponível em: https://bit.ly/2RB7k8U. Acesso em: 17 jan. 2019.

______. “El eslabón perdido de las imágenes en el genocídio camboyano: en torno a La imagen perdida (Rithy Panh, 2013)”. Secuencias, España, 2016, n. 43-44, p. 51-72, 2016. Disponível em: https://bit.ly/2RWh2C0. Acesso em: 17 jan. 2019.

______. “Exploración, experiencia y emoción de archivo. A modo de introducción”. Aniki, Portugal, v. 2, n. 2, p. 220-223, 2015. Disponível em: https://bit.ly/2FHH45Q. Acesso em: 17 jan. 2019.

______. “Un archivo insomne: producción y migración de imágenes cinematográficas del ghetto de Varsovia”. História: Questões & Debates, Curitiba, v. 61, n. 2, p. 79-103. 2014b. Disponível em: https://bit.ly/2AQUlpj. Acesso em: 17 jan. 2019.

SELIGMANN-SILVA, M. “O local do testemunho”. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 2, n. 1, p. 3-20, 2010. Disponível em: https://bit.ly/2SVwxHD. Acesso em: 17 jan. 2019.

TODOROV, T. Memoria del mal, tentación del bien: Indagación sobre el silgo XX. Barcelona: Península, 2002.

Referências audiovisuais

NO es hora de llorar (Não é hora de chorar). Pedro Chaskel e Luiz Alberto Sanz, Chile, 1971.

RETRATOS de identificação. Anita Leandro, Brasil, 2014.

SHOAH. Claude Lanzmann, Alemanha-França, 1985.

Publicado

2019-07-01

Como Citar

Retratos de identificação: a imagem-arquivo como morada da memória. (2019). Significação: Revista De Cultura Audiovisual, 46(52). https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2019.148487