Mobilidades diferenciadas e ilegalidades institucionalizadas: tendências e contradições do trabalho na contemporaneidade

Autores

  • Jacob Carlos Lima Universidade Federal de São Carlos. Departamento de Sociologia
  • Angelo Martins Junior University of London. Goldsmiths College

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2018.138076

Palavras-chave:

Mobilidades, Precarização da vida, Migração, Regulação do trabalho, Ilegalidades

Resumo

Neste artigo discutimos os novos reordenamentos e tendências do capital e do trabalho no que diz respeito às novas formas de organizar o capital, o trabalho, as mobilidades e o controle de ambos, as quais surgiram a partir de mudanças politicas, econômicas, sociais e culturais das ultimas décadas. Argumentamos que, ao destacar as tendências e contradições da mobilidade do capital e do trabalho contemporâneo, focando nas disposições desregulatórias por um lado e regulatórias de outro, podemos evidenciar as mobilidades (e inclusões) diferenciadas e a precarização crescente da vida social contemporânea. Este artigo se baseia, empiricamente, em pesquisas realizadas com trabalhadores no Brasil e com imigrantes brasileiros na Inglaterra no âmbito do Laboratório de Estudos sobre Trabalho, Profissões e Mobilidades da Universidade Federal de São Carlos.

 

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Jacob Carlos Lima, Universidade Federal de São Carlos. Departamento de Sociologia

    Professor titular do Departamento de Sociologia da UFSCar. 

  • Angelo Martins Junior, University of London. Goldsmiths College

    Professor do Departamento de Sociiologia do Goldsmiths College da University of London.

Referências

Anderson, Bridget. (2010), “Migration, immigration controls and the fashioning of precarious workers”. Work, Employment and Society, 24 (2): 300-317.

______. (2013), Us and them? The dangerous politics of immigration control. Oxford, Oxford University Press.

Andersson, Ruben. (2014), Illegality, Inc.: clandestine migration and the business of bordering Europe. Oakland, University of California Press.

Bauman, Zygmunt. (2001), Modernidade líquida. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.

Beck, Urick et al. (2000), Modernização reflexiva: política, tradição e estética na ordem social moderna. Oeiras, Celta.

Benería, Lourdes. (2001), “Shifting the risk: new employment patterns, informalization, and women’s work”. International Journal of Politics, Culture, and Society, 15 (1): 27-53.

Bonacich, Edna. (1990), “Asian and Latino immigrants in the Los Angeles garment industry: an exploration of the relationship between capitalism and racial oppression”. issr Working Papers in the Social Sciences, 5 (13).

Bourdieu, Pierre. (1987), “The force of law: towards a sociology of the juridical field”. Hastings Law Journal, 38 (5): 814-853.

______. (1998), Contrafogos: táticas para enfrentar a invasão neoliberal. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.

______. (2014), On the state: lectures at the Collège de France, 1989-1992. Cambridge, Polity.

Castells, Manuel. (1999), A sociedade em rede: economia, sociedade e cultura. São Paulo, Paz e Terra, vol. 1.

Cohen, Robin. (1987), The new helots. Farnham, Ashgate.

Coriat, Benjamin. (1994). Pensar pelo avesso: o modelo japonês de trabalho e organização. Rio de Janeiro, Editora da ufrj/Revan.

Dardot, Pierre & Laval, Christian. (2016), A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo, Boitempo.

De Genova, Nicholas. (2002), “Migrant ‘illegality’ and deportability in everyday life”. Annual Review of Anthropology, 31: 419-447.

______. (2004). “The legal production of Mexican/migrant ‘illegality’”. Latino Studies, 2 (2):160-185.

______. (2010), “The queer politics of migration: reflections on ‘illegality’ and ‘incorrigibility’”. Studies in Social Justice, 4 (2): 101-126.

De Haas, Hein & Natter, Katharina. (2015). “The determinants of migration policies: does the political orientation of governments matter?”. Imi Working Paper Series, 117.

De Soto, Hernando. (1987), Economia subterrânea: uma análise da realidade peruana. Rio de Janeiro, Globo.

Den Butter, Frank et al. (2007), “The economics of co-ethnic employment: incentives, welfare effects and policy options”. In: Dana, Léo-Paul (org.). Handbook of research on ethnic minority entrepreneurship. Northampton, Edward Elgar, pp. 42-60.

Foucault, Michel. (2008), Nascimento da biopolítica. São Paulo, Martins Fontes.

Gaiger, Luiz Inácio. (2008), “A dimensão empreendedora da economia solidária: notas para um debate necessário”. Otra Economia, 2 (3): 58-72.

Goldberg, David Theo. (2014), Sites of race: conversations with Susan Searls Giroux. Cambridge, Polity.

Gutierrez-Garza, Ana. (2013), The everyday moralities of migrant women: life and labour of Latin American domestic and sex workers in London. Londres, tese de doutorado, London School of Economics and Political Science.

Harvey, David. (1994), Condição pós-moderna. São Paulo, Loyola.

Lima, Jacob Carlos. (2002), As artimanhas da flexibilização: o trabalho terceirizado em cooperativas de produção. São Paulo, Terceira Margem.

______. (2009), “A globalização da precariedade: a informalidade em tempos de trabalho flexível”. In: Navarro, Vera Lúcia & Padilha, Valquíria (orgs.). Retratos do trabalho no Brasil. Uberlândia, Edufu, pp. 37-62.

______. (2013), “Nova informalidade”. In: Ivo, Anete B. L. (coord.). Dicionário temático desenvolvimento e questão social: 81 problemáticas contemporâneas. São Paulo, Annablume, pp. 330-336.

Lima, Jacob Carlos & Martins Jr., Angelo. (2012), “Mobility among Latin American migrants”. Employee Relations, 34 (6): 594-612.

Lima, Jacob Carlos & Oliveira, Daniela Ribeiro. (2017), “Trabalhadores digitais: as novas ocupações no trabalho informacional”. Sociedade e Estado, 32 (1): 115-143.

Lima, Jacob Carlos & Rangel, Felipe. (2015), “La nouvelle informalité et la flexibilité du travail au Brésil”. Sociologie et Sociétés, 47 (1): 47-72.

Long, Katy. (2014), The huddled masses: immigration and inequality. Londres, Thistle.

Martins Jr., Angelo. (2014), Lives in motion: notebooks of an immigrant in London. Copenhagen, Whyte Tracks.

______. (2017), The production and negotiation of difference in a world on the move: Brazilian migration to London. Londres, tese de doutorado, Goldsmiths College, University of London.

Mezzadra, Sandro & Neilson, Brett. (2012), “Between inclusion and exclusion: on the topology of global space and borders”. Theory, Culture and Society, 29 (4/5): 58-75.

O’Brien, Robert T. (2006), “Unemployment and disposable workers in Philadelphia: just how far have the bastards gone?”. Ethnos, 71 (2): 165-190.

Oliveira, Daniela Martins. (2017), “Do fim do trabalho ao trabalho sem fim: o trabalho e a vida dos trabalhadores digitais em home office”. São Carlos, tese de doutorado, Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos.

Ouchi, William. (1985), Teoria Z: como as empresas podem enfrentar o desafio japonês. São Paulo, Nobel.

Piore, Michael. (1979), Birds of passage: migrant labour in industrial societies. Cambridge, Cambridge University Press.

Putnam, Robert. (2000), Bowling alone: the collapse and revival of American community. Nova York, Simon & Schuster.

Rabossi, Fernando. (2008), “En la ruta de las confecciones”. Critica en Desarrollo, 2: 151-171.

Rangel, Felipe. (2015), O trabalho informal no comércio popular: ressignificando práticas na nova cultura do trabalho. São Carlos, dissertação de mestrado, Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos.

Ribeiro, Gustavo Lins. (1998), Goiânia, Califórnia: vulnerabilidade, ambiguidade e cidadania transnacional. Brasília, Departamento de Antropologia, Universidade de Brasília.

Ruhs, Martin & Anderson, Bridget. (2008), “The origins and functions of illegality in migrant labour markets: an analysis of migrants, employers and the state in the uk”. Compas Working Paper, 30.

Sassen, Saskia. (1988), The mobility of labour and capital: a study in international investment and labor flow. Cambridge, Cambridge University Press.

______. (2007), Una sociología de la globalización. Buenos Aires, Katz.

Scott, Lisa-Jo K. van den. (2014), “Beyond the time crunch: new directions in the sociology of time and work”. Sociology Compass, 8 (5): 478-490.

Sennett, Richard. (1999), A corrosão do caráter. Rio de Janeiro, Record.

Seráfico, Marcelo. (2011), “Empreendedorismo”. In: Cattani, Antonio David & Holzmann, Lorena (orgs.). Dicionário de trabalho e tecnologia. Porto Alegre, Zouk, pp. 146-150.

Spickard, Paul (org.). (2013), Multiple identities: migrants, ethnicity, and membership. Bloomington, Indiana University Press.

Telles, Vera. (2006), “Mutações no trabalho e experiência urbana”. Tempo Social, 18 (1):173-195.

United Kingdom. (2007a), Enforcing the rules: a strategy to ensure and enforce compliance with our immigration laws. Londres, Home Office.

______. (2007b), Security in a global hub: establishing the uk’s New Border Arrangements. Londres, Cabinet Office.

Urry, John. (2013), “Sociologia móvel”. In: Lima, Jacob Carlos. Outras sociologias do trabalho: flexibilidades, emoções e mobilidades. São Carlos, Edufscar, pp. 43-72.

Wacquant, Löic. (2002), “From slavery to mass incarceration: rethinking the ‘race question’ in the us”. New Left Review, 13: 41-60.

Willen, Sarah. (2007), “Toward a critical phenomenology of ‘illegality’: state power, criminalization, and abjectivity among undocumented migrant workers in Tel Aviv, Israel”. International Migration, 45 (3): 8-38.

Downloads

Publicado

2018-04-26

Edição

Seção

Dossiê: Sociedade, trabalho e sindicalismo na contemporaneidade

Como Citar

Lima, J. C., & Martins Junior, A. (2018). Mobilidades diferenciadas e ilegalidades institucionalizadas: tendências e contradições do trabalho na contemporaneidade. Tempo Social, 30(1), 31-51. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2018.138076