O arquipélago

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2019.161327

Palavras-chave:

Arquipélago, Prisão, Porosidade, Estado, São Paulo

Resumo

Este trabalho, tendo como base pesquisas etnográficas realizadas ao longo dos últimos quinze anos, explora as circulações e os confinamentos aos quais são submetidas determinadas populações da cidade, destacando conexões e ressonâncias entre espaços institucionais e determinadas zonas urbanas de São Paulo. Ao mobilizar fragmentos de linhas de vida, que atravessam instituições de acolhimento para crianças, prisões, unidades de internação para adolescentes, Centros de Atenção Psicossocial, manicômios judiciários, zonas como a chamada Cracolândia, entre uma infinidade de outros equipamentos e espaços urbanos, o que emerge no horizonte é a imagem do arquipélago, no qual a prisão é apenas uma de suas múltiplas ilhas – abertas, porosas e ressoantes.

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Biografia do Autor

  • Fabio Mallart, Universidade de São Paulo

    Doutor em sociologia pela USP.

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Publicado

2019-12-18

Edição

Seção

Dossiê - Punição, prisão e cidade: contextos transversais