Literatura engajada

Autores

  • Leyla Perrone-Moisés Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i35p370-383

Palavras-chave:

Literatura universal, Identidade, Literatura engajada, identitarismo, lugar de fala, apropriação textual, cânone, cancelamento

Resumo

O presente artigo coloca em questão a “literatura engajada”, que voltou a dominar parte da literatura contemporânea. Examina o percurso histórico e os pressupostos teóricos dessa tendência, que agora se apoia na discussão sobre identidade e lugar de fala, conceitos discutíveis quando se fala de literatura. Desse modo, através de diversos críticos e escritores, como Jean-Paul Sartre, Albert Camus, Theodor W. Adorno, Joseph Conrad, Clarice Lispector e Kasereka Kavwahirehi, entre outros, serão reconstituídas as diferenças entre o engajamento e uma visão que valoriza e encontra a força da literatura não apenas por sua temática, mas pelo seu trabalho com (e na) linguagem. Sendo capaz de expressar sentimentos, motivações e ações que são comuns à humanidade, a literatura é uma forma poderosa de pôr em contato pessoas de diversas etnias e culturas.

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Biografia do Autor

  • Leyla Perrone-Moisés, Universidade de São Paulo

    é professora emérita de Literatura Francesa na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

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Publicado

2023-08-02

Como Citar

Perrone-Moisés, L. . (2023). Literatura engajada. Revista Criação & Crítica, 35, 370-383. https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i35p370-383