Vicissitudes das adolescências na semiliberdade

da fragilização dos laços à busca de si

Autores

  • Jacqueline de Oliveira Moreira Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
  • Bianca Ferreira Rodrigues Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais http://orcid.org/0000-0002-7877-6808
  • Juliana Morganti Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i1p89-104

Palavras-chave:

Adolescência, Semiliberdade, Psicanálise, Adolescente infrator

Resumo

Parte-se de uma pesquisa que investigou como o caso movimenta as equipes das medidas socioeducativas de semiliberdade, para, no presente artigo, deixar-se levar também pelo caso como um fio condutor de análises e reflexões que demonstram as particularidades contidas num contexto generalizado de pobreza e marginalização. Assim, nosso objetivo é o de complementar a literatura existente acerca das medidas socioeducativas apresentando as particularidades das adolescências com que nos deparamos a partir do encontro com os profissionais da semiliberdade. O método empregado pretende produzir uma reflexão de forma a articular as singularidades dos casos com a literatura específica. Estruturou-se o presente artigo em três tópicos: primeiramente, nas adolescências com foco na constituição do eu e do corpo próprio e sua relação com as condutas de risco; em seguida, reflete-se sobre a relação do adolescente com a família, mais especificamente no que se refere ao conflito geracional; e, por fim, pensa-se as dificuldades na transmissão geracional. Concluiu-se que a abordagem do caso-a-caso se faz essencial para a construção de um olhar acerca dos adolescentes em situação de judicialização que vá para além dos esteriótipos e localize ali o sujeito e suas questões.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Jacqueline de Oliveira Moreira, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

    Docente de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horiozonte, MG, Brasil.

  • Bianca Ferreira Rodrigues, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

    Doutoranda em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.

  • Juliana Morganti, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

    Mestranda em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.

Referências

Alberti, S. (2009). Esse sujeito adolescente. (3a ed.). Rio de Janeiro, RJ: Rios Ambiciosos/Contracapa.

Ariès, Ph. (1978). História social da infância e da família. (D. Flaksman, trad.). Rio de Janeiro, RJ: LCT. (Trabalho original publicado em 1960).

Belo Horizonte (2013). Diagnóstico da situação da criança, do adolescente e do jovem em Belo Horizonte: Livro 10 - sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente. Texto recuperado em 25 mai. 2019: https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/smasac/2018/documentos/cmdca/livro_10_2013_diagnostico_cmdca.pdf

Birman, J. (1996). Por uma estilística da existência. São Paulo, SP: Editora 34.

Campos, S. C. da S. (2007). A imagem corporal e a constituição do eu. Reverso, 29(54), 63-70. Recuperado em 25 mai. 2019, da SciELO (Scientific Electronic Library OnLine): http:// www.scielo.br

Elia, L. (1995). Corpo e sexualidade em Freud e Lacan. Rio de Janeiro, RJ: Uapê.

Freud, S. (1976). O ego e o id. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. XIX: O Ego e o Id, e outros Trabalhos (1923-1925), J. Salomão, trad., J. Strachey, ed., pp. 13-83). Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1923).

Freud, S. (1990). Sobre o narcisismo: uma introdução. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. IX: A História do Movimento Psicanalítico, Artigos sobre Metapsicologia e outros Trabalhos (1914-1916), J. Salomão, trad., J. Strachey, ed., pp. 83-119). Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1914).

Freud, S. (1996). Romances Familiares. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. IX: "Gradiva" de Jensen e outros Trabalhos (1906-1908), J. Salomão, trad., J. Strachey, ed., pp. 127-130). Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1909[1908]).

Gomes, M. A. & Pereira, M. L. D. (2005). Família em situação de vulnerabilidade social: uma questão de políticas públicas. Ciência & Saúde Coletiva, 10(2), 357-363. doi: 10.1590/S1413-81232005000200013

Kant, I. (2009). Resposta à questão: O que é Esclarecimento? In J. Marçal (Org.). Antologia de Textos Filosóficos (pp. 406-415). Curitiba, PR: SEED-PR. (Trabalho original publicado em 1783). Recuperado de: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/cadernos_pedagogicos/caderno_fil.pdf

Lacadée, P. (2011). A clínica da língua e do ato nos adolescentes. Responsabilidades, 1(2), 253-268. Recuperado de: http://www8.tjmg.jus.br/presidencia/programanovosrumos/pai_pj/revista/edicao02/7.pdf

Le Breton, D. (2009). Condutas de risco: dos jogos de morte ao jogo de viver (L. L. de Oliveira, trad.). Campinas, SP: Autores Associados. (Trabalho original publicado em 2002).

Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm

Matheus, T. C. (2008). Quando a adolescência não depende da puberdade. Revista latinoamericana de psicopatologia fundamental, 11(4), 616-625. doi: 10.1590/S1415-47142008000400008.

Moreira, J. O., Guerra, A. M. C. & Drawin, C. R. (2017). Violência Juvenil e Medidas Socioeducativas: revisão de literatura. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 33, 1-9. doi: 10.1590/0102.3772e3337.

Moreira, J. O., Rosário, A. B. & Santos, A. P. (2011). Juventude e adolescência: considerações preliminares. Psico, 42(4), 457-464. Recuperado de: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/view/8943/7450

Rosa, M. D. (2002). Adolescência: da cena familiar à cena social. Psicologia USP, 13(2), 227-241. doi: 10.1590/S0103-65642002000200013

Rosário, A. B. (2010). Grupo com adolescentes em privação de liberdade: circulação da palavra como possibilidade de ressignificação do ato infracional. Revista da SPAGESP, 11(1), 66-76. Recuperado de: http:// www.scielo.br

Souza, L. A. & Costa, L. F. (2013). A significação das medidas socioeducativas para as famílias de adolescentes privados de liberdade. Psico-USF, 18(2), 277-287. doi: 10.1590/S1413-82712013000200011.

Teixeira, A. (Org.). (2010). Metodologia em Ato. Belo Horizonte, MG: Scriptum.

Vorcaro, A., Mazzini, C. A. & Monteiro, J. P. (2008) Ato infracional e metáfora paterna. Revista Psicologia: Teoria e Prática, 10(2), 135-146. Recuperado de: http:// www.scielo.br

Waiselfisz, J. J. (2016). Mapa da Violência 2016: homicídios por armas de fogo no Brasil. Rio de Janeiro: FLACSO Brasil. Recuperado de: http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2016/Mapa2016_armas_web.pdf

Warpechowski, M. B. & De Conti, L. (2018). Adolescer em contextos de vulnerabilidade e exclusão social. Estilos da Clínica, 23(2), 322-343. doi: 10.11606/issn.1981-1624.v23i2p322-343.

Downloads

Publicado

2020-04-30

Como Citar

Moreira, J. de O., Rodrigues, B. F., & Morganti, J. (2020). Vicissitudes das adolescências na semiliberdade: da fragilização dos laços à busca de si. Estilos Da Clinica, 25(1), 89-104. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i1p89-104