Iconografia e Oralidade: sobre objetos e pessoa entre os Bororo

Autores

  • Sylvia Caiuby Novaes Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2016.116351

Palavras-chave:

Criação e transformação de seres sociais, bororo, modalidades sensíveis dos artefatos, expressão ritual da pessoa

Resumo

O foco desse artigo centra-se em algumas modalidades sensíveis – visíveis, materiais e sonoras – por meio das quais é possível entender processos de criação e transformação de seres sociais que ocorrem em sociedades indígenas no Brasil. O estudo das formas culturais visíveis é uma das atividades da antropologia visual, tal como o coloca MacDougall; formas que constituem sistemas expressivos das sociedades humanas e que comunicam significados parcial ou fundamentalmente por meios visuais (MacDougall 1997, 283). Por outro lado, creio ser possível associar esses aspectos visíveis a outros aspectos sensíveis, como por exemplo os efeitos sonoros e mesmo o sopro, essenciais para a reflexão sobre a transformação que se opera em corpos humanos. Parto de um caso muito específico – alguns dos objetos presentes no funeral Bororo e as relações sociais que engendram a manufatura destes objetos, para mostrar que o caso Bororo pode enriquecer a perspectiva antropológica sobre esses processos. Nascimento, nominação, morte e funeral marcam transformações sociais da pessoa ao longo da vida, e a compreensão desses processos pode se beneficiar desta abordagem, que tem como foco essas modalidades sensíveis de expressão nos rituais. Vale lembrar que não se trata de entender estas modalidades sensíveis per se e sim o amplo espectro de relações culturalmente infletidas e codificadas por estas formas sensíveis de expressão.

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Biografia do Autor

  • Sylvia Caiuby Novaes, Universidade de São Paulo

    Antropóloga e Professora Titular no Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, onde leciona desde 1974. Por trinta anos fez pesquisas entre os índios Bororo de Mato Grosso, que resultaram em dois livros: "Mulheres, Homens e Heróis - dinâmica e permanência através do cotidiano da vida Bororo" (FFLCH-USP, 1986) e "Jogo de Espelhos - imagens da representação de si através dos outros" (EDUSP, 1993), que foi traduzido e publicado pela University of Texas Press – “The Play of Mirrors” (1997), além de vários outros artigos. A partir de 1990 passa a envolver-se com a Antropologia da Imagem. Fundou, em 1991, o Laboratório de Imagem e Som em Antropologia – LISA-USP, do qual foi Coordenadora até 2014; foi Diretora do CEUMA – Centro Universitário Maria Antônia (2014-2016) e é Coordenadora do GRAVI – Grupo de Antropologia Visual. Organizadora de “Entre Arte e Ciência, a fotografia na Antropologia” (EDUSP, 2015) e de inúmeras fotos publicadas no Brasil e no exterior, além de vários artigos sobre fotografia numa perspectiva antropológica. Co-dirigiu com Alexandrine Boudreault-Fournier e Rose Satiko Hikiji a etnoficção Fabrik Funk.

Publicado

2016-06-23

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

“Iconografia E Oralidade: Sobre Objetos E Pessoa Entre Os Bororo”. 2016. GIS - Gesto, Imagem E Som - Revista De Antropologia 1 (1). https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2016.116351.