A escuta silenciosa da língua de neve que ressoa em “Argéman”– acenos, estrelas por vir
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-8281.i45p37-51Palavras-chave:
Argéman, Pusterla, Agustoni, Poesia em língua italiana, Prática tradutóriaResumo
Este artigo tem por objetivo evidenciar não somente as características do poema “Argéman”, composto pelo poeta suíço de língua italiana Fabio Pusterla, mas, também, o produto dialógico correspondente à sua tradução pela poeta Prisca Agustoni. Nesse sentido, visamos investigar não só a tarefa heurística desempenhada pelo autor, em sua busca incessante pelos resquícios vitais intrínsecos a diferentes eras e formas de ser, mas, também, o trabalho desenvolvido pela tradutora, que, perscrutando as palavras em sua esfera de partida, procura sondar suas reverberações na esfera de chegada. Assim sendo, tencionamos enfatizar os caminhos pelos quais Agustoni enveredou a fim de “recomeçar a luta da escritura para transformá-la novamente em dança” (PERRONE-MOISÉS, 2013, p. 32), caminhos esses que apostam na escuta dos fragmentos de natureza evocados pelo poema em análise, bem como na irrefutável sensibilidade que o atravessa. Dessa maneira, pretendemos salientar também os efeitos gerados pelo encontro de díspares lentes poéticas e linguageiras, ecoando os silêncios, as entregas e os inúmeros atos de fé àquelas inerentes.
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