Pro inferno do inconsciente

dívida e culpa na configuração trágica do romance Essa Terra

Autores

  • Renata Santos Rente Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2019.153519

Palavras-chave:

Essa Terra, Antônio Torres, Culpa, Tragédia, Migração

Resumo

O romance Essa Terra dramatiza o conflito entre as expectativas positivas em relação ao progresso e o modo como ele se impõe com violência gerando crises agudas, sofrimento, loucura e morte. O desfecho da trajetória de Nelo, personagem que depois de vinte anos vivendo em São Paulo retorna à terra natal e se suicida, suscita uma série de indagações acerca do sentido do processo social do qual a migração é momento. Neste artigo propomos uma análise da configuração trágica do romance tendo em vista a complexidade da experiência que ele formaliza e os vínculos dessa experiência com um processo mais geral de imposição das relações sociais capitalistas, considerando a particularidade dessa imposição no contexto da formação nacional brasileira. O infortúnio dos personagens e os conflitos que eles vivenciam tanto externa quanto internamente configuram uma experiência que podemos reconhecer como trágica à medida que recompomos os vínculos entre a dimensão pessoal e social da experiência. Destacamos, em especial, a presença da culpa para examinar como o romance dramatiza a formação do sujeito moderno, ao mesmo tempo dotado e destituído de autonomia, aspecto que nos parece decisivo para apreender a experiência trágica que nos é contemporânea.

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Biografia do Autor

  • Renata Santos Rente, Universidade de São Paulo

    Doutora em Teoria Literária pela Universidade de São Paulo.

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Publicado

2019-07-30

Edição

Seção

Dossiê: A tragédia e o trágico na literatura brasileira

Como Citar

Rente, R. S. (2019). Pro inferno do inconsciente: dívida e culpa na configuração trágica do romance Essa Terra. Opiniães, 14, 100-120. https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2019.153519