De la ilusión a la materialización: reflexiones sobre el “estatuto ilusório” del material biográfico baseado en estudios queer

Autores/as

  • Lúcio Geller Junior Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-5487.v12i17p189540

Palabras clave:

Ilusión biográfica , Estudios queer , Historiografía, Género, Materialización

Resumen

Basado en diálogos con los estudios queer, pretendo pensar sobre un reconocido estatuto atribuido al material biográfico por el sociólogo Pierre Bourdieu en la década de 1980. En forma de advertencia, la llamada “ilusión biográfica” es una noción dirigida a los intelectuales de las humanidades, entre ellos destaco mi campo, la historiografía, que pretende hacer uso de historias de vida en su obra. Por otro lado, busca asegurar un carácter “ficcional” al discurso biográfico, impidiendo esta forma de representación de lo vivido. En ese sentido, considerando que ese último aspecto no es de menor importancia a la hora de apropiarse de esta idea para operar y relacionarse con el “biográfico”, provocando distintos “efectos de poder”, según Michel Foucault, construyo un análisis en dos momentos. Primero, examino el argumento de Bourdieu en su ensayo, así como en escritos posteriores y entre algunos de sus interlocutores, frente las oscilaciones y los espacios ocupados por las historias de vida dentro y fuera de los estudios humanísticos. A continuación, después de un pequeño esbozo de conecciones, sugiero algunas posibilidades de lectura a partir de Judith Butler, exponente de los estudios queer; a partir de su noción de “materialización”, con el fin de demostrar la hipótesis de que la “ilusión” resulta en una operación diferencial, (re) produce efectos de poder y puede generar “desilusiones”, como la ausencia del “yo” en el análisis y en la escrita biográfica.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Biografía del autor/a

  • Lúcio Geller Junior, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

    Mestrando no Programa de Pós-graduação em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Referencias

ALBERTI, V. “O lugar da história oral: o fascínio do vivido e as possibilidades de pesquisa”. Ouvir contar: textos em história oral. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004.

ALBUQUERQUE JÚNIOR, D. M. “O passado, como falo?: o corpo sensível como um ausente na escrita da história”. O tecelão dos tempos: novos ensaios de teoria da história. São Paulo: Intermeios, 2019.

AMARAL, V. A. do. “Beco sem saída ou ponto de partida? A ilusão biográfica e os historiadores”. Ideias, v. 8, n. 2, p. 219-241, 2017.

ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 2016. p. 124.

ARFUCH, L. O espaço biográfico: dilemas da subjetividade contemporânea. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010.

BENJAMIN, W. “Experiência e pobreza”. Magia e técnica, arte e política: obras escolhidas, v. 1. São Paulo: Brasiliense, 1987.

BENJAMIN, W. Rua de mão única: infância berlinense. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

BENTO, B. “É o queer tem pra hoje? Conversando sobre as potencialidades e apropriações da teoria queer ao Sul do Equador”. [Entrevista concedida a Felipe Padilha e Lara Facioli.] Áskesis, São Carlos, SP, v. 4, n. 1, p. 143-155, 2015.

BOURDIEU, P. “A ilusão biográfica”. AMADO, J.; FERREIRA, M. M. (Org.). Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.

BOURDIEU, P. O desencantamento do mundo: estruturas econômicas e estruturas temporais. São Paulo: Perspectiva, 1979.

BOURDIEU, P. O poder simbólico. Lisboa: Difel, 1989.

BOURDIEU, P; CHARTIER, R. “Gente com história, gente sem história: diálogo entre Pierre Bourdieu e Roger Chartier”. História Unisinos, v. 10, n. 1, p. 90-98, 2006.

BRAUDEL, F. “História e ciências sociais: a longa duração”. Escritos sobre a história. São Paulo: Perspectiva, 1992.

BUTLER, J. Corpos que importam: os limites discursivos do “sexo”. São Paulo: n-1 edições, 2019.

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

CALDAS, P. S. P. “O conceito de evento limite: Uma análise de seus diagnósticos”. Tempo, v. 25, n. 3, p. 737-757, 2019.

CAVALHEIRO, R.; RODRIGUES, C. “Para além do embate Butler-Lacan”. Revista Cult, v. 24, n. 270, 2021.

CHAKRABARTY, D. “A Global and Multicultural ‘Discipline’ of History?”. History and Theory, v. 45, n. 1, p. 101-109, 2006.

CLOT, Y. “La otra ilusión biográfica”. Acta Sociológica, v. 1, n. 56, p. 129-134, 2011.

COSTA, P. C. “Ilusão biográfica: a polêmica sobre o valor das histórias de vida na sociologia de Pierre Bourdieu”. Revista Linhas, v. 16, n. 32, p. 51-71, 2015.

DERRIDA, Jacques. Margens da filosofia. Campinas: Papirus, 1991.

Esboço de autoanálise. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

FOUCAULT, M. “A vida dos homens infames”. Estratégia, poder-saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.

FOUCAULT, M. “Não ao sexo rei”. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.

FOUCAULT, M. “Verdade e poder”. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.

GELLER JUNIOR, Lúcio. “Anna Savitskaia: ou, como narrar uma vida na União Soviética (1964-1988)”. Aedos, v. 11, n. 25, p. 114-139, 2019.

GELLER JUNIOR, Lúcio. Os tremores da queda: memória e trajetória de Anna Savitskaia, das reformas à dissolução da URSS (1985-1992). Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.

GINZBURG, C. “Just One Witness”. Friedländer, S. (Org.). Probing the limits of representation: nazism and the “Final Solution”. Londres: Harvard University Press, 1992.

GINZBURG, C. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

HABERMAS, Jürgen. “A Kind of Settlement of Damages (Apologetic Tendencies)”. New German Critique, n. 44, 1988.

HARLAN, D. “Historical fiction and the future of academic history”. JENKINS, K.; MORGAN, S.; MUNSLOW, A. (Org.). Manifestos for History. London: Routledge, 2007.

HARTOG, F. “O tempo desorientado. Tempo e história. ‘Como escrever a história da França?’”. Anos 90, v. 5, n. 7, p. 7-28, 1997.

HARTOG, F. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

HEMINGWAY, E. Adeus às armas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.

HOBSBAWM, E. “Manifesto pela renovação da história”. Biblioteca Diplô, 1º dez. 2004. Disponível em: https://bit.ly/3aI91ae.

HOBSBAWM, E. Sobre história. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

KLEINBERG, E. “Pandering to the Timid: The Truth about Past-Truth”. Theory Revolt: Wild on Collective, 2019.

KOSELLECK, R. et al. O conceito de história. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. p. 119-135.

LEVI, G. “Usos da biografia”. AMADO, J.; FERREIRA, M. M. (Org.). Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro: Editora FGV. 2006.

LIMA, V. M. “A subversão dos desejos”. Revista Cult, v. 24, n. 270, 2021.

LORIGA, S. “O eu do historiador”. História da Historiografia, v. 5, n. 10, p. 247-259, 2012.

LUKÁCS, G. O romance histórico. São Paulo: Boitempo, 2011.

MAUSS, M. “As técnicas do corpo”. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2003.

Meditações pascalianas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

MISKOLCI, R. “A teoria queer e a sociologia: o desafio de uma analítica da normalização”. Sociologias, v. 11, n. 21, p. 150-182, 2009.

Nietzsche, F. Além do bem e do mal ou prelúdio de uma filosofia do futuro. Curitiba: Hemus, 2001.

NOLTE, Ernst. “O passado que não quer passar”. Novos Estudos, v. 3, n. 25, 1989.

OLIVEIRA, M. G. “A história disciplinada e seus outros: reflexões sobre as (in)utilidades de uma categoria”. AVILA, A. L.; NICOLAZZI, F.; TURIN, R. A história (in)disciplinada. Vitória: Milfontes, 2019.

OLIVEIRA, M. G. “Para além de uma ilusão: indivíduo, tempo e narrativa biográfica”. AVELAR, A. S.; SCHMIDT, B. B. (Org.). O que pode a biografia. São Paulo: Letra e Voz, 2018.

PELÚCIO, L. “Traduções e torções ou o que se quer dizer quando dizemos queer no Brasil?” Periódicus, v. 1, n. 1, p. 68-91, 2014.

PEREIRA, A. C. B. “Precisamos falar sobre o lugar epistêmico na teoria da história”. Tempo e Argumento, v. 10, n. 24, p. 88-114. 2018.

PÉREZ-BAQUERO, R. “Memory, Narrative, and Conflict in Writing the Past: When Historians Undergo Ethical and Political Strains”. História da Historiografia, v. 13, n. 32, p. 47-81, 2020.

PERLONGHER, N. O negócio do michê: a prostituição viril em São Paulo. São Paulo: Brasiliense, 1987.

POLLAK, M. “A gestão do indizível”. Revista do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, v. 2, n.1, 2010.

POLLAK, M. “Memória e identidade social”. Estudos Históricos: CPDOC/FGV, v. 5, n. 10, 1992.

PRECIADO, P. Manifesto contrassexual: práticas subversivas de identidade sexual. São Paulo: n-1 edições, 2014.

REESER, Todd. Masculinities in Theory: An Introduction. [Trad. Rodrigo de Azevedo Weimar.] Chichester: Wiley-Blackwell, 2010.

RICŒUR, P. Tempo e narrativa; 3: o tempo narrado. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.

ROCHA, C. B. A. “Teoria queer entre a pós-modernidade e o presentismo: um caminho crítico possível?”. Periódicus, v. 1, n. 6, p. 212-240, 2016-2017.

RODRIGUES, C. “Performance, gênero, linguagem e alteridade: J. Butler leitora de J. Derrida”. Sexualidad, Salud y Sociedad, n. 10, p. 140-164, 2012.

SANTIAGO JÚNIOR, F. C. F. “Dos lugares de memória ao patrimônio: emergência e transformação da ‘Problemática dos lugares’”. Projeto História, São Paulo, n. 52, p. 245-279, 2015.

SARLO, B. Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

SCHIENBINGER, L. O Feminismo mudou a ciência? Bauru, SP: Edusc, 2001.

SCHMIDT, B. B. “Biografia e regimes de historicidade”. MÉTIS: história & cultura, v. 2, n. 3, p. 57-72, 2003.

SCHMIDT, B. B. “Contar vidas em uma época presentista: a polêmica sobre a autorização prévia”. AVELAR, A. S.; SCHMIDT, B. B. (Org.). O que pode a biografia. São Paulo: Letra e Voz, 2018.

SCOTT, J. “History-Writing as Critique”. JENKINS, K.; MORGAN, S.; MUNSLOW, A. (Org.). Manifestos for History. London: Routledge, 2007. p. 19-21.

SELIGMANN-SILVA, M. “A história como trauma”. NESTROVSKI, A; SELIGMANN-SILVA, M. (Org.). Catástrofe e representação. São Paulo: Escuta, 2000.

SMITH, B. Gênero e história: homens, mulheres e a prática histórica. Bauru, SP: Edusc, 2003.

SPARGO, T. Foucault e a teoria queer. Rio de Janeiro: Pazulin, 2006.

THOMPSON, E. P. “A história vista de baixo”. NEGRO, A. L.; SILVA, S. (Org.). As peculiaridades dos Ingleses e outros artigos. Campinas: Editora da Unicamp, 2002.

THOMPSON, E. P. Senhores e caçadores: a origem da lei negra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 339-361.

TRAVERSO, E. A melancolia de esquerda: marxismo, história e memória. Belo Horizonte: Âyiné, 2018.

WACQUANT, L. J. D. “O legado sociológico de Pierre Bourdieu: duas dimensões e uma nota pessoal”. Revista de Sociologia e Política, v. 19, p. 95-110, 2002.

WHITE, H. O passado prático. Artcultura, v. 20, n. 37, p. 9-19, 2018.

Publicado

2022-01-04

Número

Sección

Dossier: Historia, Género & Sexualidad

Cómo citar

De la ilusión a la materialización: reflexiones sobre el “estatuto ilusório” del material biográfico baseado en estudios queer. (2022). Revista Angelus Novus, 12(17), 189540. https://doi.org/10.11606/issn.2179-5487.v12i17p189540