Persistência dos dividendos e gerenciamento de resultados em mercados emergentes
DOI:
https://doi.org/10.1590/1808-057x202113040Palavras-chave:
Persistência de lucros, Pagamento de dividendos, Accruals discricionáriosResumo
Investigamos a relação entre persistência dos dividendos e gerenciamento de resultados, considerando os níveis de desempenho econômico e de risco em países emergentes. Os resultados [lucros] são importantes para os modelos de avaliação de empresas e os dividendos apresentam evidências que sugerem maior persistência; entretanto, não há evidências sobre o efeito do gerenciamento de resultados sobre a persistência dos dividendos em países emergentes. Apesar do crescimento expressivo dos mercados emergentes nas últimas décadas, os graus de eficiência informacional e de proteção legal aos investidores são inferiores aos dos países desenvolvidos, e esses são riscos potenciais para os investidores que preferem receber dividendos como forma de evitar a expropriação por gestores que podem gerenciar os resultados das empresas. Nós mostramos que a redução da volatilidade macroeconômica e das incertezas quanto ao desempenho e risco de um país melhoram a persistência dos dividendos. Assim, mesmo em face das manipulações de resultados, os dividendos são melhores dados de entrada [inputs] para os modelos de valuation. Usando os modelos de persistência de Dechow e Schrand (2004) e Lintner (1956), interagimos a persistência dos dividendos com o gerenciamento de resultados das empresas e com alguns indicadores de desempenho econômico e de risco dos países, para 7.536 empresas de capital aberto em 20 países, incluídas no Índice de Mercados Emergentes Morgan Stanley Capital International (MSCI) entre 2000 e 2016. Descobrimos que, nos países emergentes, os dividendos são mais persistentes do que os lucros. Se uma empresa paga 1,00 dólar americano (USD) em dividendos, então, em média, US$ 0,89 persistirão nos dividendos do próximo ano (para lucros, persistem apenas US$ 0,76). Descobrimos que, além dos dividendos anteriores e dos lucros correntes apresentados por Lintner (1956), os dividendos correntes são uma função do volume de gerenciamento de resultados porque esse evento reduz a persistência dos dividendos.
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