Determinantes do óbito infantil no Vale do Jequitinhonha e nas regiões Norte e Nordeste do Brasil

Autores

  • Maria do Carmo Leal Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde
  • Sonia Duarte de Azevedo Bittencourt Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde
  • Raquel Maria Cardoso Torres Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
  • Roberta Pereira Niquini Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro
  • Paulo Roberto Borges de Souza Jr Fundação Oswaldo Cruz; Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde; Laboratório de Informações em Saúde

DOI:

https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006391

Palavras-chave:

Morte do Lactente, Fatores de Risco, Fatores Socioeconômicos, Cuidado Pré-natal, Estudos de Casos e Controles, Mortalidade Infantil, Desigualdades em Saúde

Resumo

OBJETIVO Identificar os determinantes sociais, demográficos, da saúde reprodutiva e de utilização dos serviços de saúde associados ao óbito infantil em municípios de pequeno e médio porte das regiões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil. MÉTODOS Trata-se de um estudo caso-controle com 803 casos de óbito de menores de um ano e 1.969 nascidos vivos (controles), cujas mães residiam em 2008 nos municípios selecionados. As listas nominais dos casos e do controles foram extraídas do Sistema de Informação sobre Mortalidade e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos e completadas por dados obtidos pela pesquisa de “busca ativa de óbito e nascimento”. A coleta de dados foi realizada em domicílio por meio de questionário semiestruturado, e a análise, por meio de regressão logística múltipla. RESULTADOS O modelo final indicou que estão associadas positivamente e significativamente ao óbito infantil: a família trabalhar na agricultura, a mãe ter tido história de perdas fetais e infantis, não ter feito pré-natal ou ter tido um pré-natal inadequado e não estar vinculada à maternidade durante o pré-natal. Foram observadas interações significativas para explicar a ocorrência do óbito infantil entre cor de pele e escore socioeconômico e entre gestação classificada como de risco e peregrinação para o parto. CONCLUSÕES O número excessivo de partos domiciliares e de peregrinação para o parto indica falhas na linha de cuidado da gestante e desarticulação entre os níveis de atenção ambulatorial e hospitalar. O estudo reforça a necessidade de uma gestão integrada das redes de atenção à saúde, potencializando as capacidades municipais em atender, com qualidade, à gestação, ao parto e ao nascimento.

Publicado

2017-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Leal, M. do C., Bittencourt, S. D. de A., Torres, R. M. C., Niquini, R. P., & Souza Jr, P. R. B. de. (2017). Determinantes do óbito infantil no Vale do Jequitinhonha e nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Revista De Saúde Pública, 51, 12. https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006391