O intelectual público, a ética republicana e a fratura do éthos da ciência

Autores

  • Ivan Domingues Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas; Núcleo de Estudos do Pensamento Contemporâneo Departamento de Filosofia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-31662011000300002

Palavras-chave:

Intelectual público, Ética republicana, Ética da ciência, Éthos da ciência, Nova ética republicana, Reinvenção do intelectual

Resumo

No artigo, procura-se focalizar o aparecimento do intelectual público no curso da modernidade, tendo como locus a França e protótipo o pensador humanista (hommes des lettres, segundo Tocqueville, que nos serviu de fonte). Em seguida, sua associação com a ética republicana (affaire Zola, o intelectual como cidadão do mundo) e sua coextensão às atividades científicas, ao moldar a ética da ciência, de acordo com a tipologia traçada por Robert K. Merton. E ainda, o desaparecimento do intelectual público e a fratura do éthos da ciência na atualidade, conforme mostra John Michael Ziman, ao sublinhar o surgimento do boss e o papel do business na ciência contemporânea. No fim do estudo, ao explorar os conflitos entre as ciências, as corporações e as nações, procura-se discutir as saídas e a possibilidade de relançar a ética republicana, de religar o éthos da ciência e de reinventar o intelectual público. A condição será a ampliação do espaço público, para além da política e da esfera do Estado, interpondo entre o público e o privado da ética republicana tradicional a zona mais ampla da cultura e do social. Nesse quadro, o Brasil é situado e a situação da intelligentsia brasileira é discutida.

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Publicado

2011-01-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

O intelectual público, a ética republicana e a fratura do éthos da ciência . (2011). Scientiae Studia, 9(3), 463-485. https://doi.org/10.1590/S1678-31662011000300002