Ninfa líquida: o corpo indomável em João Cabral de Melo Neto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-8997.teresa.2021.170049

Palavras-chave:

João Cabral de Melo Neto, Ninfa, Flamenco

Resumo

Este artigo busca pensar as figurações da Ninfa enquanto forma feminina em movimento na poesia de João Cabral de Melo Neto. Para desdobrar o que vemos como uma luta tensa com o fluido na poética cabralina, propomos uma leitura de “Estudos para uma bailadora andaluza” em seus ritmos intermitentes de contenção e explosão, próprios do flamenco, em que as variações de um corpo em dança são também as variações de uma obra que se abre em sua tensão dialética fundamental.

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Biografia do Autor

  • Maura Voltarelli Roque, Universidade de São Paulo - USP

    Mestre em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (2014) e doutora em Teoria e História Literária pela mesma instituição (2019). Atualmente, realiza pós-doutorado na Universidade de São Paulo, com pesquisa sobre a obra de Carlos Drummond de Andrade. Seus trabalhos mais recentes têm se voltado para um diálogo entre a palavra e a imagem por meio do estudo da imagem da Ninfa na poesia moderna e contemporânea brasileira.

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Publicado

2022-08-08

Como Citar

Ninfa líquida: o corpo indomável em João Cabral de Melo Neto. (2022). Teresa, 22, 164-183. https://doi.org/10.11606/issn.2447-8997.teresa.2021.170049