O duplo ou a metade: João Cabral via Mondrian

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-8997.teresa.2021.170451

Palavras-chave:

João Cabral de Melo Neto, Piet Mondrian, Literatura comparada, Poesia brasileira

Resumo

Este artigo propõe uma análise de “No centenário de Mondrian”, poema de João Cabral de Melo Neto publicado em Museu de tudo (1975). Sem ignorar as já conhecidas semelhanças entre a plasticidade ortogonal de Piet Mondrian e a linguagem calculada de João Cabral, o artigo arrisca uma interpretação que enfatiza os aspectos mais instáveis do poema, os quais revelam um outro modo de apreensão do trabalho do artista homenageado e, ao mesmo tempo, uma revisão consciente de certos pressupostos que sustentavam a poesia cabralina desde, pelo menos, O engenheiro (1945).

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Biografia do Autor

  • Renan Nuernberger, Universidade de São Paulo - USP

    Doutor em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo. É organizador da antologia Armando Freitas Filhos (EdUERJ, 2011, coleção Ciranda da Poesia) e, em parceria com Viviana Bosi, do volume de ensaios Neste instante: novos olhares sobre a poesia brasileira dos anos 1970 (Humanitas / Fapesp, 2018).

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Publicado

2022-08-08