Poesia-ideograma: a lua móbile de Li Bai reimaginada por Haroldo de Campos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2359-5388.i14p153-172Schlagwörter:
Li Bai, Haroldo de Campos, poesia chinesa, tradução, poesia sincrônicaAbstract
O objetivo do presente artigo é tecer algumas considerações sobre as traduções da poesia chinesa por Haroldo de Campos. Ao final do artigo, propõe-se uma leitura para uma tradução de um poema de Li Po (701-762 d.C.). Incansável leitor da tradição e exímio tradutor, o poeta paulista erigiu uma obra constelar em torno de várias culturas a partir do estabelecimento de diálogos entre textos e contextos, sobretudo por meio de um trabalho tradutório ao qual ele deu o nome geral de transcriação, tendo nomeado, particularmente, de reimaginações, as traduções da poesia oriental. É por meio desse trabalho transcriativo que ele contemporanizou poetas de tempos e espaços diversos. Se de um lado a situação contemporânea, pós-utópica, aponta para uma crítica do futuro, dos paraísos prometidos, a poética da transcriação, em Haroldo de Campos, sustenta-se, ainda, como um alicerce para o ressurgimento de uma utopia da escritura que reúna povos e lugares em tempos de globalização. Sob essa perspectiva, apontar caminhos para a leitura das reimaginações da poética chinesa empreendidas por Campos parece um meio de dar destaque aos intercâmbios entre as culturas de língua portuguesa e a China, esta última compreendida, nos dias atuais, como um potencial econômico e como um desafio político às relações internacionais, mas ainda à espera de uma leitura poética de sua realidade e língua que o Ocidente possa empreender. O trabalho de Haroldo é, pois, uma homenagem à China e uma provocação ao leitor de língua portuguesa.
Downloads
Downloads
Veröffentlicht
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
Copyright (c) 2013 Diana Junkes Bueno Martha
Dieses Werk steht unter der Lizenz Creative Commons Namensnennung 4.0 International.