Aproximações e distanciamentos: novos e velhos trecheiros
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v14i2p311-324Palavras-chave:
Pessoas em situação de rua, Trecheiros, Trabalho, Psicologia socialResumo
O presente artigo foi escrito a partir de uma pesquisa de mestrado e objetiva discutir a ida às ruas como um processo gradativo e contínuo, para além da ideia simplista do viver nas ruas como produto de uma escolha de sujeitos que não aceitam trabalhar. O estudo foi desenvolvido ao longo de seis meses, por meio de etnografia. Foram contatadas cerca de 100 pessoas em situação de rua, os chamados "trecheiros", que se mantêm em mobilidade constante, de cidade em cidade, ou de "trecho em trecho", desenvolvendo atividades laborais desqualificadas, temporárias e/ou sazonais como forma de subsistência. Os dados construídos foram analisados à luz da Psicologia Social. Serão contrapostas aqui duas entrevistas realizadas com trecheiros: uma com um homem de 36 anos, entrevistado em uma praça de um município do interior paulista, artesão, que se identifica como trabalhador, recusa-se a fazer uso de políticas de assistência pública e atribui sua ida às ruas a uma escolha pessoal, afirmando-se livre e feliz. O segundo, de 60 anos, identifica-se como trabalhador e alcoólico, atualmente interno em uma instituição de atendimento a pessoas em situação de rua, compara-se a seus irmãos que possuem vida financeira mais segura e identifica a rua como um local de liberdade e privações.Downloads
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