O Lobo da Estepe: uma escritura selvagem
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v5i9p111-127Palavras-chave:
O lobo da estepe, escritura selvagem, dialogismo bakhtiniano.Resumo
Ao reconhecer que O lobo da estepe, de Hermann Hesse, é uma obra que se propõe a deslegitimar o senso comum e, consequentemente, a ampliar a percepção usual do leitor, o presente artigo visa mostrar que a possibilidade de fazê-lo não reside no efeito de estranhamento provocado pela trama, mas no arranjo estrutural da obra, na sua escritura selvagem, capaz de percorrer caminhos inabituais ao potencializar o embate entre visões de mundo, desmistificando assim a noção usual do que se considera o indomesticado no homem. Para isso, parte-se de duas concepções explícitas no romance: uma de sujeito e a outra de representação, com o intuito de mostrar que é na esteira destas noções que a obra se constrói e pode, a partir da elaboração estética destas ao longo de todo o texto, desestabilizar a compreensão trivial na abertura proposta pelo diálogo.
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