Viagem em norma e estilo: conjugação de “opostos” em Monteiro Lobato
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v24i1p71-94Abstract
presente artigo tem como objetivo analisar uma multiplicidade de aspectos da obra Emília no país da Gramática, de Monteiro Lobato, que se prestam a estimular reflexões em sala de aula de Língua Portuguesa e Literatura, a serem conduzidas pelo próprio alunado e mediadas pela figura do professor crítico. Entre elas, destacam-se noções do escopo da Lingüística Geral e a presença de criações estilísticas de índole neológica contidas no texto. Na obra supracitada, os personagens do Sítio do Picapau Amarelo empreendem uma viagem ao País da Gramática, durante a qual se deparam com um construto alegórico dos constituintes da Gramática Tradicional, com ênfase às classes de palavras. Apesar das terras visitadas terem como habitantes entes gramaticais apresentados como sendo regidos pela norma e de uso perfilado pela prescritividade de regras, ao longo da narrativa o autor não hesita em criar palavras novas através de processos expressivos que contrariam as regras por ele mesmo apresentadas (“nomado”; “Advérbia”; “estazinha”; “Vossa Serência” etc.) Além disso, discutem-se no texto questões como a arbitrariedade do signo lingüístico, a mutabilidade necessária das línguas naturais, preconceito linguístico e variação diatópica, diafásica, distrática e diacrônica, uso versus norma, entre outros aspectos essenciais das teorias lingüísticas emergidas desde o advento do Estruturalismo. Propomos, neste trabalho, que o professor crítico faça valer o potencial de Emília no país da gramática como ponto de partida para suscitar junto aos aprendizes reflexões valiosas acerca de fenômenos lingüísticos e metalinguísticos e, simultaneamente, incentivar a fruição desta obra de interessante valor beletrístico.Downloads
Downloads
Published
Issue
Section
License
The Editorial Board authorizes free access to and distribution of published contentes, provided that the source is cited, that is, granding credit to the authors and Linha D'Água and preserving the full text. The author is allowed to place the final version (postprint / editor’s PDF) in an institutional/thematic repositor or personal page (site, blog), immediately after publication, provided that it is available for open access and comes without any embargo period. Full reference should be made to the first publication in Linha D'Água. Access to the paper should at least be aligned with the access the journal offers.
As a legal entity, the University of São Paulo at Ribeirão Preto School of Philosophy, Sciences and Languages owns and holds the copyright deriving from the publication. To use the papers, Paidéia adopts the Creative Commons Licence, CC BY-NC non-commercial attribution. This licence permits access, download, print, share, reuse and distribution of papers, provided that this is for non-commercial use and that the source is cited, giving due authorship credit to Linha D'Água. In these cases, neither authors nor editors need any permission.
Partial reproduction of other publications
Citations of more than 500 words, reproductions of one or more figures, tables or other illustrions should be accompanied by written permission from the copyright owner of the original work with a view to reproduction in Linha D'Água. This permission has to be addressed to the author of the submitted manuscript. Secondarily obtained rights will not be transferred under any circumstance.