Schwarz lê Brecht
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2019.173825Palavras-chave:
Roberto Schwarz, Bertolt Brecht, Teatro épico, Didatismo, DialéticaResumo
É possível dizer que há uma mudança considerável na leitura que Roberto Schwarz faz de Bertolt Brecht. Se por um lado seu comentário – por ocasião da tradução de A Santa Joana dos matadouros – é determinado por uma admiração estética e intelectual em relação à obra do dramaturgo, por outro lado o tom de seu provocativo ensaio – “Altos e baixos da atualidade de Brecht”– é mais crítico e até, em certo modo, pessimista a respeito das potencialidades abertas pela insistência contemporânea nos procedimentos do teatro épico brechtiano devido, sobretudo, às suas correspondentes transformações em “artigos de consumo” em meio à extinção do antigo movimento operário e da era das revoluções, bem como ao fato do capitalismo ter supostamente se tornado um fator dinâmico. É nesse sentido que essa reflexão visa recuperar os argumentos desenvolvidos nesses dois textos e propor e delimitar ao menos dois momentos da leitura que Schwarz faz de Brecht, levando em consideração sua explicação fundamental para tal metamorfose – a ausência de um referente de revolução social que conferisse fôlego e sentido às teorias e ao teatro brechtianos.
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