Cortejando Medusa ou uma abordagem poética da teoria crítica dos processos de criação em artes
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i51p165-182Palavras-chave:
Crítica de processo, Processos de criação, ArtesResumo
O artigo tem como objetivo expor o conceito de “documentos de processo” por meio de um formato mítico, tangenciando a posição do crítico e do artista em relação aos registros, além da imaterialidade do processo criativo e os desafios do fazer artístico. Tal abordagem se justifica por possibilitar a leitura de noções complexas e abstratas pertencentes à teoria crítica dos processos de criação em artes através de uma estrutura estreitamente vinculada à experiência humana, ou seja, narrar histórias. Para tanto, foi selecionado o mito grego de Perseu e Medusa, especialmente o trecho em que o herói utiliza seu escudo na função de espelho, de modo a conseguir enxergar a Medusa, dado que tal episódio permite estabelecer uma ponte com o potencial dos documentos de processo de viabilizar o vislumbre de algo, a priori, invisível, ou seja, o processo criativo em si. A amplitude de significados proporcionada pelas figuras simbólicas que compõe a narrativa e a maneira específica como se relacionam possibilita uma investigação poética aprofundada da natureza dos referidos conceitos. Para o embasamento teórico e desenvolvimento da discussão foram utilizados o raciocínio desenvolvido por Gaston Bachelard no tocante aos elementos essenciais dos quais se origina o movimento criativo – com ênfase para o elemento água - e os conceitos de arquétipo e inconsciente pertencentes à Psicologia analítica, formulada por Carl Jung. O estudo apresenta abordagem qualitativa e o procedimento utilizado foi a pesquisa bibliográfica, enfatizando-se a contribuição singular de Cecilia Almeida Salles.
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