Gosto musical, moral e incômodos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v17i2p25-48Palabras clave:
Música, Gosto musical, Moral, IncômodoResumen
A música é uma forma de ação e pensamento no mundo. Participar de uma experiência musical é interagir com ideias, valores e pertencimentos que por vezes se afastam de nossas predileções, outras vezes se aproximam. O gosto musical é um eixo importante de debates sobre as experiências musicais cotidianas. A partir de uma pesquisa sobre incômodos musicais, proponho aqui uma reflexão sobre o gosto não a partir de movimentos de adesão, mas de rechaço. Foram realizadas mais de 70 entrevistas com indivíduos de distintas faixas etárias, classes sociais e regiões do planeta, nas quais indagamos sobre situações em que a música agiu como elemento de incômodo. Ao classificar uma música como incômoda ou desagradável, as pessoas elaboram códigos morais, aprofundando interpretações sobre ética e comportamentos que partem do julgamento sonoro e se ampliam em um julgamento mais amplo sobre os indivíduos e os valores reconhecidos nas músicas.
Descargas
Referencias
Alabarces, P., & Silba, M. (2016). Cumbia Nena: Cumbia Scene, Gender and Class in Argentina. In J. Mendívil & C. Spencer (orgs.), Made in Latin America: Studies in popular Music (pp. 79–88). Routledge.
Alonso, G. (2015). Cowboys do Asfalto. Companhia das Letras.
Amaral, A. (2014). Manifestações da performatização do gosto nos sites de redes sociais: uma abordagem a partir da cultura pop. Revista ECO-PÓS, 17, 1–12.
Araújo, P. C. (2002). Eu não sou cachorro não: música popular cafona e ditadura militar. Record.
Blacking, J. (1995). Music, Culture and Experience. Chicago University Press.
Bourdieu, P. (2007). A distinção: crítica social do julgamento. Zouk.
Brennan, M. (2017). When Genres Collide: Down Beat, Rolling Stone, and the Struggle Between Jazz and Rock. Bloomsbury.
DeMarchi, L. (2016). A destruição criadora da indústria fonográfica brasileira (1999-2009). Folio Digital.
DeNora, T. (2000). Music in Everyday Life. Cambridge University Press.
Freire Filho, J., & Herschmann, M. (2003). Funk carioca: entre a condenação e a aclamação pela mídia. Revista ECO-PÓS, 6(2). 60–72.
Frith, S. (1996). Performing Rites: on the value of popular music. Harvard University Press.
Hennion, A. (2001). Music lovers: taste as performance. Theory, Culture, Society, 18(5), 1-22.
Herschmann, M. (2005). O funk e o hip hop invadem a cena. EdUFRJ.
Holt, F. (2007). Genres in Popular Music. Chicago University Press.
Janotti Jr., J. (2020). Gêneros musicais em ambientações digitais. PPGCOM, UFMG.
Janotti Jr., J., & Pereira de Sá, S. (2018). Revisitando a noção de gênero musical em tempos de cultural digital. Galaxia, 41, 128–139.
Lahire, B. (2007). Indivíduo e Mistura de Gêneros: Dissonâncias Culturais e distinção de si. DADOS: Revista de Ciências Sociais, 50(4), 795–825.
Lemos, A. (2007). Cidade e mobilidade: telefones celulares, funções pós-massivas e territórios informacionais. Matrizes, 1(1), 121–137.
Mendívil, J. (2016). En contra na música: herramientas para pensar, compreender y vivir las músicas. Gourmet Musical.
Negus, K. (1999). Music Genres and Corporate Cultures. Routledge.
Oakes, J. L. (2004). Pop Music, Racial Imagination, and the Sounds of Cheese: Notes on Loser’s Lounge. In C. Washburne & M. Derko (eds.), Bad Music: the music we love to hate (pp. 47–64). Routledge.
Oliveira, L. (2017). A cena musical da Black Rio. EdUFBA.
Palombini, C. (2009). Soul brasileiro e funk carioca. Opus, 15(1), 32–60.
Palombini, C., & Facina, A. (2017). O patrão e a padroeira: momentos de perigo na Penha, Rio de Janeiro. Mana, 23(2), 341–370.
Pereira de Sá, S. (2009). Se vc gosta de Madonna também vai gostar de Britney! Ou não?: gêneros, gostos e disputa simbólica nos sistemas de recomendação musical. E-Compós, 12(2), 1–20.
Pereira de Sá, S. (2021). Música pop-periférica brasileira. Appris.
Pereira de Sá, S., & Cunha, S. E. (2017). Haters Beyond the Hate: Stigma and Prejudice against Funk carioca on Youtube. Journal of World Popular Music, 4(2), 152–170.
Rabelo Luccas, R. (2022). Para acompanhar seu dia: controvérsias e negociações entre o consumo musical de playlists situacionais e o gosto musical. [Tese de Doutorado em Comunicação, Universidade Federal Fluminense].
Regev, M. (2013). Pop-Rock Music. Polity Press.
Vila, P., & Semán, P. (2011). Cumbia: raza, nación, etnia y género en Latinoamérica. Gorla.
Soares, T. (2015). Percursos para estudos sobre música pop. In S. Pereira de Sá, R Carreiro, & R. Ferraraz, Cultura pop (pp. 19-34). Compós.
Soares, T. (2017). Ninguém é perfeito e a vida é assim: a música brega em Pernambuco. Carlos Gomes de Oliveira Filho.
Soares, T. (2021). Modos de experienciar música pop em Cuba. Ed.UFPE.
Trotta, F., & Roxo, M. (2014). O gosto musical do Neymar. Revista ECO-PÓS, 17(3), 1–12.
Trotta, F. (2020). Annoying Music in Everyday Life. Bloomsbury.
Washburne, C., & Derko, M. (2004). Introduction. In C. Washburne & M. Derko (orgs.), Bad Music: the music we love to hate (pp. 1–10). Routledge.
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Felipe da Costa Trotta
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
- Los autores mantienen los derechos de autor y otorgan a la revista el derecho a la primera publicación, con el trabajo licenciado simultáneamente bajo la Creative Commons Attribution License (CC BY-NC-SA 4.0) que permite compartir el trabajo con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista para fines no comerciales.
- Los autores están autorizados a asumir contratos adicionales por separado, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo: publicación en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.