Patrimônio histórico e história local em Cabo Frio: políticas de patrimonialização e construção de memórias

Autores

  • André Luiz Garrido Barbosa Universidade Estadual do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.14201/reb20207155369

Palavras-chave:

História, memória, patrimônio histórico, história de Cabo Frio

Resumo

A presente reflexão tem por base o estudo de bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na cidade de Cabo Frio (Rio de Janeiro, Brasil). Essa escolha se justifica porque esses bens são referenciais simbólicos relacionados à história local por parte do reconhecimento de uma autarquia do poder público, que tem como responsabilidade a preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro, cabendo à mesma proteger e promover os bens culturais do país para as gerações do presente e do futuro. O fato de Cabo Frio ser uma cidade estruturada no período colonial e ter um conjunto de bens arquitetônicos e elementos naturais que datam desse período contribuiu para que o IPHAN, uma autarquia federal que responde pela preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro, viesse a tombar, em 1967, por meio do IPHAN, seu conjunto paisagístico, composto por monumentos e espaços públicos. O trabalho discutirá como as políticas de preservação patrimoniais analisadas fazem parte de um projeto de atribuição de valores em que se priorizou a seleção de bens edificados ligados ao pasado colonial, procurando vincular esses fragmentos do passado com o presente, dentro de uma perspectiva de valorização de um discurso nacionalista, entremeado por disputas de memórias em torno dos diversos agentes envolvidos no processo.

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Biografia do Autor

  • André Luiz Garrido Barbosa, Universidade Estadual do Rio de Janeiro

    Doutorando pelo programa de pós-graduação em História Social da Faculdade de Formação de Professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ, Brasil).

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Publicado

2021-08-23

Edição

Seção

Seção Geral

Como Citar

Patrimônio histórico e história local em Cabo Frio: políticas de patrimonialização e construção de memórias. (2021). Revista De Estudios Brasileños, 7(15), 53-69. https://doi.org/10.14201/reb20207155369