A cultura em nossas mãos: pontes semânticas entre indígenas e a sociedade ocidental na era dos projetos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14201/reb20218165568

Palavras-chave:

Cultura, projetos, xamanismo, etnicidade

Resumo

O povo Katukina (Noke Koi) tem seu território no estado do Acre (Brasil). O primeiro contato com a sociedade ocidental foi no final do século XIX, quando migrantes viajaram pela bacia amazônica em busca de seringueiras. Desde então, mantiveram contato permanente, ajudando primeiro os seringueiros e os patrões como guias, caçadores e na produção de borracha. O recente sucesso dos povos vizinhos em obter recursos de projetos de ONGs despertou nos líderes o interesse de fazer algo semelhante e, assim, promover através da “cultura” a entrada de recursos em suas terras. Este artigo descreve a colaboração entre o antropólogo e os Noke Koi na fundação de uma associação e seus desdobramentos no contexto de fortalecimento dos povos indígenas e suas associações na Amazônia. A partir do encontro etnográfico, poderemos analisar a complexidade das relações entre os Katukina e a sociedade envolvente, bem como o que nossos interlocutores realmente buscam ao se engajar nessas atividades.

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Biografia do Autor

  • Virgilio Bomfim Neto, Universidade Federal de Pernambuco

    Mestre em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE, Brasil). Doutorando no Núcleo de Estudos e Pesquisa em Etnicidade (NEPE, Brasil).

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Publicado

2021-08-24

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Seção

Seção Geral

Como Citar

A cultura em nossas mãos: pontes semânticas entre indígenas e a sociedade ocidental na era dos projetos. (2021). Revista De Estudios Brasileños, 8(16), 55-68. https://doi.org/10.14201/reb20218165568